A ideia central desta tese é a de que a Manipulação de imagens gravadas pelas câmeras e a criação de imagens no computador utilizadas na edição digital como estratégia jornalística para produzir efeitos de realidade ajudam a dar um sentido mais verossímil e inteligível às notícias, considerando que o uso da tecnologia potencializa o ato comunicativo, acrescentando camadas de sentido às notícias de TV no contemporâneo. Apresentamos a “manipulação” jornalística como uma abordagem de construção do real e a relacionamos, de forma particular, ao fato de que os editores de telejornais, como estratégia de edição, para criar efeitos de realidade, em suas rotinas de trabalho, escolhem algumas imagens, em detrimento de outras, para manipular e tratar, na intenção de provocar no telespectador um entendimento diferente da montagem seca da notícia televisiva. Fazemos a mesma relação com a “simulação” jornalística, não privilegiando seu sentido falseador do real, mas sim seu sentido de potência. Preocupamo-nos em situá-la como uma dupla potência: a “simulação” do real praticada pelos jornalistas de TV a partir da seleção dos fatos e temas que vão se transformar em notícia e a Simulação como um processo de edição e uma estratégia proporcionada pela tecnologia digital, usada para criar imagens e ambientes interativos no computador e cobrir as matérias para mostrar aos telespectadores de telejornais o que eles jamais veriam, por não haver gravação de imagens pelas câmeras. Os efeitos de realidade produzidos pelos editores de texto, de imagem e de arte nos processos de Manipulação, de Simulação e de Infoimagem constroem a notícia com múltiplas camadas de sentidos, criando alguns, reforçando e/ou encobrindo outros. Acreditamos que com a Manipulação das imagens gravadas e a criação de imagens no computador nos processos de edição digital, os jornalistas de TV estão criando uma nova realidade, acrescentando sentidos (sociais, subliminares e cognitivos) às notícias e que estamos denominando de Realidade Expandida. A hipótese da Realidade Expandida pode ser assim enunciada: trata-se de uma capacidade estendida de construir, apresentar e perceber os sentidos de mundos muito mais possíveis que o jornalista de TV busca realizar atualmente nas dimensões técnica e social de sua missão. Os editores da era digital estão produzindo efeitos e sentidos originados e sustentados por uma Realidade Expandida, adicional à realidade midiática costumeiramente construída no processo de edição do telejornalismo da era analógica para possibilitar que um fato do cotidiano seja contado