Abundância relativa, sazonalidade e comportamento de Mobula tarapacana (PHILIPPI, 1892) (Condricthyes: Mobulidae) no arquipélago de São Pedro e São Paulo, Brasil

Abstract

O presente trabalho teve por objetivo analisar a ocorrência, abundância relativa, comportamento, utilização do habitat e padrão de residência da raia Mobula tarapacana no entorno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), incluindo as possíveis influências dos fatores abióticos e bióticos. O trabalho foi dividido em dois capítulos, o primeiro tendo como objetivo verificar a sazonalidade de ocorrência e abundância relativa de M. tarapacana no entorno do ASPSP, por meio de observações subaquáticas e a partir da superfície; e o segundo identificar a ocorrência, a permanência e o uso do habitat pela Mobula tarapacana nas adjacências do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, por meio da utilização de dados de monitoramento acústico e de marcação-recaptura. No âmbito do primeiro capítulo, durante o período de dezembro de 2008 a fevereiro de 2011, foram avistadas 409 raias durante um período de 227h14min de observação ao longo de 16 expedições realizadas. Do total das raias avistadas, só foi possível identificar o sexo de 158 espécimes, dos quais 97 eram fêmeas e 61 eram machos. As fêmeas foram significativamente predominantes (p<0.05) em praticamente todos os meses, com exceção de fevereiro e abril. A largura do disco variou de 2,40m a 3,10m, tanto para machos como para fêmeas. As raias estiveram presentes no ASPSP praticamente o ano todo com as maiores freqüências, porém, tendo sido verificadas no primeiro semestre do ano, o qual coincide com os períodos de maiores médias mensais de temperatura da superfície do mar e de precipitação e de menor intensidade do vento. No âmbito do segundo capítulo, foi realizado o monitoramento acústico das raias por meio da instalação de três receptores no entorno do ASPSP. Durante o período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2011, foram marcadas seis M. tarapacana com marcas acústicas, das quais quatro foram detectadas pelos receptores. Apenas uma das raias retornou após períodos subseqüentes de ausência iguais a 10 e 6 meses. O período de permanência das raias no ASPSP foi sempre muito curto, equivalendo em média a 1,1 dia. Todas as detecções ocorreram sempre entre 6:00h da manhã e 19:00h da noite, não tendo sido detectada nenhuma raia no período entre 20:00h da noite e 5:00h da manhã. Das 33 raias marcadas com marcas convencionais, 15,2% foram re-avistadas (n= 5), com a data de re-avistagem tendo sempre se situado próxima da data de marcação, variando de 1 a 9 dia

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