Após décadas de introdução de tecnologia computacional na educação,
observa-se que, apesar das inúmeras potencialidades dos softwares
educacionais, apontadas pelos pesquisadores, poucos professores integram-no
a sua prática. Essa pesquisa investiga como os professores integram o
software educacional em sua prática de ensino no contexto do laboratório de
informática. Para tanto, leva-se em consideração os objetivos que levam os
professores a integrar o computador em suas práticas, as condições de
execução das ações para realizar tais objetivos e o contexto onde essas ações
se desenvolvem. Nesse sentido, a Teoria da Atividade de A. N. Leontiev foi
usada como referencial teórico.
A metodologia compôs-se da observação da prática de oito professores
dos primeiros anos do ensino fundamental, durante nove aulas no laboratório
de informática de uma escola particular de Pernambuco. A Escola utiliza
sistematicamente os computadores no proceso de ensino e aprendizagem. Os
professores observados foram também entrevistados.
Uma análise da evolução da integração dos computadores na prática
dos professores na escola revelou que o processo os conduziu a tomar para si
mesmos o papel de elaborar os softwares usados. Os professores reclamavam
da impossibilidade de implementar algumas escolhas didáticas na
interface computacional prontas. Se por um lado, as interfaces existentes
limitavam a integração do software em suas aulas, por outro, com o uso das
interfaces criadas pelos professores, a demanda dos alunos por interação dos
professores
foi alta, dificultando uma mediação pedagógica de qualidade. A pesquisa
aponta para a necessidade de considerar a ergonomia da prática do professor
na metodologia de desenvolvimento de software educacional, tais como:
interfaces voltadas para o planejamento, feedbacks compatíveis com
estratégias usadas pelos professores para uma avaliação de processo durante
a aul