Estudaram-se os efeitos da concentração espermática e do tempo de incubação do sêmen com ovócitos, durante a fecundação in vitro, sobre as taxas de penetração espermática, de fecundação monoespermática e de clivagem, utilizando-se sêmen de touros da raça Gir. Ovócitos (n=817) maturados in vitro foram distribuídos em tratamentos visando à fecundação in vitro (FIV), em um delineamento fatorial 2×2×2, com duas concentrações espermáticas (2 e 4×10(6) espermatozóides/ml), dois períodos de incubação (12 e 18h) e dois touros (A e B). Espermatozóides viáveis foram obtidos pela técnica de swin-up. A FIV foi realizada em meio fert-talp com heparina, em incubadora com 5% de CO2 em ar atmosférico e 95% de umidade, a 39ºC. Após inseminação, 359 ovócitos foram fixados e corados para determinação das taxa de penetração e poliespermia. O restante foi co-cultivado com células da tuba uterina e TCM-199 por 72h, avaliando-se a clivagem. As taxas de penetração, fecundação monoespermática e clivagem não foram influenciadas (P>0,05) pela concentração espermática e pelo período de incubação. O touro B produziu maiores taxas (P<0,05) de penetração e de clivagem (83,3 e 81,0%, respectivamente) do que o touro A (66,5 e 64,0%). Houve tendência do touro B apresentar maior taxa de polispermia (P=0,067) do que o touro A (16,4 e 6,2 %, respectivamente). As interações entre tratamentos não foram significativas (P>0,05). O efeito touro sobre a capacidade de fecundação dos espermatozóides deve ser considerado quando da fecundação in vitro