Vírus-T linfotrópico humano em familiares de candidatos a doação de sangue soropositivos: disseminação silenciosa Human T-cell lymphotropic virus in family members of seropositive blood donors: silent dissemination

Abstract

OBJETIVO: Verificar a ocorrência de transmissão do vírus-T linfotrópico humano entre familiares de portadores assintomáticos, identificados por ocasião de doação de sangue; e avaliar a provável direção da transmissão em parceiros sexuais com o mesmo diagnóstico sorológico (concordantes). MÉTODOS: Entre março de 1997 e junho de 2003 foram estudados familiares e parceiros sexuais estáveis de doadores de sangue soropositivos (e assintomáticos) para o vírus-T linfotrópico humano dos tipos I e II. O diagnóstico foi obtido pelos testes imunoenzimático e Western blot. Para determinar a direção da transmissão, foram coletados, através de um questionário, dados demográficos e comportamentais. Os participantes do estudo residiam na região metropolitana de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. RESULTADOS: A soroprevalência geral para o vírus-T linfotrópico humano do tipo I foi de 25,9% entre 352 familiares de 343 pacientes soropositivos (334 positivos para o tipo I e 9 positivos para o tipo II). Em mães, parceiros sexuais e filhos de doadores soropositivos a prevalência foi de 36,6% (15/41), 35,9% (42/117) e 17,5% (34/194), respectivamente. Os dados obtidos acerca de fatores de risco indicaram maior eficiência de transmissão no sentido do homem para a mulher. CONCLUSÕES: As taxas de prevalência sugerem agregação familiar da infecção por vírus-T linfotrópico humano. A transmissão se deu principalmente por via sexual (horizontal). Deve-se avaliar a presença do vírus em pessoas relacionadas a indivíduos infectados, mesmo se assintomáticos, para melhor compreensão da transmissão e implementação de medidas mais eficazes de prevenção contra a disseminação do vírus.<br>OBJECTIVE: To investigate human T-cell lymphotropic virus transmission among family members of asymptomatic carriers identified through blood donor screening tests; and to determine the most likely direction of transmission in sexual partners having the same (concordant) serological diagnosis. METHODS: Between March 1997 and June 2003 the relatives and steady sexual partners of seropositive, asymptomatic blood donors were investigated for the presence of human T-cell lymphotropic virus types I and II. Diagnosis was based on enzyme-linked immunoassay and Western blot. To determine the direction of transmission, demographic and behavioral data were obtained through questionnaires. All participants lived in the metropolitan region of Belo Horizonte, capital of the state of Minas Gerais, Brazil. RESULTS: The overall prevalence of infection with human T-cell lymphotropic virus type I was 25.9% among 352 relatives of 343 seropositive patients. The prevalence rates in mothers, sexual partners, and children of seropositive donors were 36.6% (15/41), 35.9% (42/117), and 17.5% (34/194), respectively. The demographic and behavioral data obtained suggest greater efficiency of male-to- female transmission. CONCLUSIONS: The observed prevalence rates suggest there is familial aggregation of human T-cell lymphotropic virus infection. The main transmission mode was horizontal (sexual). It is important to identify the presence of the virus in family members of infected individuals, even if they are asymptomatic. Doing so may lead to a better understanding of how the virus spreads and to more efficient measures for preventing disease transmission

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