A pecuária brasileira se caracteriza pela criação de bovinos a pasto, seja de forma extensiva (tradicional) quanto intensiva (integração lavoura-pecuária-floresta). Bovinos nesses sistemas externam a qualidade do ambiente no qual estão inseridos por meio do de manifestações comportamentais de vários tipos. Neste contexto, o comportamento ingestivo, isto é, o conjunto de atividades ligadas à busca, apreensão e digestão da forragem, que o animal realiza durante sua jornada, é um indicador tanto de aspectos quantiqualitativos do alimento disponível, quanto do ambiente físico onde está inserido. A observação visual, metodologia mais utilizada para esse fim por ser de baixo custo, é de baixa acurácia e muito trabalhosa, e seu uso já começa a ser questionado no meio acadêmico, embora as alternativas existentes ainda sejam praticamente inviáveis do ponto de vista técnico-financeiro para uso em grandes extensões. Este documento busca trazer à tona o potencial de uso da bioacústica para avaliação do comportamento ingestivo de bovinos, com ênfase na possibilidade de sua aplicação, inclusive, em animais mantidos em ambientes abertos, de grande extensão, típicos dos sistemas de produção de bovinos de corte em pastagens tropicias. São abordados, assim, aspectos da origem e fundamentação da técnica, suas aplicações, os pré-requisitos técnicos para aquisição, armazenamento e análise dos arquivos sonoros, avanços na sua utilização em animais de produção e os principais desafios que ainda persistem, dentre outros itens.bitstream/item/172214/1/Bioacustica-como-ferramenta-de-avaliacao-do-comportamento-ingestivo.pd