Características agronômicas de indutores de haploidia adaptados ao ambiente tropical.

Abstract

A metodologia de linhagens duplo-haploides permite obtenção de linhagens em até três gerações, via cruzamento de plantas de milho com indutores de haploidia, e posterior seleção com base na presença ou ausência de coloração púrpura no embrião, caráter expressado pelo gene R1-navajo. A maioria dos indutores de haploidia em milho é de origem temperada, tendo desempenho inferior em condições tropicais, o que tem incentivado programas de melhoramento a adaptar indutores de haploidia via retrocruzamento com genótipos tropicais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial germinativo e caracterizar indutores de haploidia tropicalizados com base em atributos agronômicos. Para tanto, dois experimentos foram implantados na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG, entre novembro de 2014 e setembro de 2015. O potencial germinativo foi avaliado com base no total de plantas germinadas, total de plântulas anormais ou mortas, comprimento de parte aérea e raiz, e massa fresca e seca de plântulas. Em outro experimento, os indutores foram comparados com base em 30 características morfoagronômicas demandadas pelo Ministério da Agricultura para testes de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade em milho comum. Foram avaliados os indutores Stock 6, W23, Tail P1, Tail P2, Tail P1 x Tail P2; 90109igig, 91202igig e 91207 igig. Observaram-se diferenças significativas entre genótipos para características ligadas à qualidade fisiológica das sementes, com valores de coeficiente de determinação genotípico acima de 77,8, denotando a predominância de efeitos genéticos. Com relação à caracterização agronômica dos indutores, verificou-se alta expressão do marcador fenotípico R1-navajo em todos os indutores avaliados, característica de grande importância para a seleção de haploides em milho, e ciclo superprecoce, com destaque para o híbrido Tail P1 x Tail P2, com 48 dias para o florescimento masculino. Os resultados indicam necessidade de multiplicação frequente dos indutores de haploidia, visando manter a qualidade fisiológica das sementes, e de escalonamento do plantio dos indutores para sincronização do florescimento com as populações-fonte, considerando-se também as condições climáticas e o sistema de manejo adotado, para favorecer o máximo de polinização, e, consequentemente, de produção de sementes haploides.bitstream/item/172642/1/bol-161-2.pd

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