Algumas informações sobre o ICRISAT; Sistemas de cultivo; Fertilidade do solo.bitstream/item/136300/1/32378-1.pd

MENEZES, E. A.

MORGADO, L. B.

SANTOS, M. X. dos

Portuguese

Algumas informações sobre o ICRISAT; Sistemas de cultivo; Fertilidade do solo

Infoteca-e

'Qf;í '/. EtvPí1E:S,\ 5RJ":'~E tiA C:: PES~u!SA A.GP.JPECU4glA t" EI'.~::11'•. .\Centro de Pesquisa Agropecuâria do Trópico Semi-Árido - CPATSARELAT6RIO DE TREINAMENTO EM SERVIÇO NO ICRISAT(INDIA)Eduardo Assis MenezesLuiz Balbino MorgadoManoel Xavier dos SantosPetrolina (PE), abril de 1980V I N r. ,) ..\.)" Ao C .' I N 1ST E: f1 tO::: A A G R teu L T U R "1. INTRODUÇÃOA nossa viagem à India teve como objetivo principal participarde um treinamento de dois meses no Programa de Sistemas de Cultivo doICRISAT (International Crops Research Institute for the Semi-Árid Tropies) através do programa de colaboração desse Instituto com os paísesdos Trópicos Semi-áridos. As despesas de transporte e hospedagem foram'inteiramente cobertas pelo ICRISAT, ao que, aproveitando a oportunidade,expressamos o nosso agradecimento, não apenas pela cobertura das desp~sas, como também pela doação dos livros e materiais didáticos de nossointeresse, e pelo apoio ao programa de pesquisa do CPATSA que essa instituição vem proporcionando.O período do treinamento foi de 01/09 a 31/10/79 no ICRISAT,situado na cidade de Hyderabad, estado de Andhra Pradesh, na India.2. ALGUMAS INFORMAÇOES SOBRE O ICRISATEm amplas áreas da India, África, Sudeste da Ásia, Oriente M~dio e em outras áreas da Argentina, Brasil, México e Austrália, a pr~dução de alimentos para milhões de pessoas nos trópicos semi-áridos élimitada primariamente pela má distribuição das chuvas. Não existe umatecnologia apropriada para assegurar colheitas sem riscos, e há uma n~cessidade urgente para vencer os desafios da produção de alimentos nostrópicos semi-áridos, principalmente nas áreas não irrigadas.Por causa dessas. razões, foi criado em julho de 1972 o ICRISAT(International Crops Research Institute for the Semi-Arid Tropics) ,comlocalização em Hyderabad, India. Esse é um dos nove institutos internacionais de pesquisa agrícola, interessados no melhoramento e aumentoda produção de uma ou mais culturas ou da pecuária numa escala mundial.O ICRISAT fica a 2S Km. noroeste de Hyderabad, em 1394 hectares de terra doados pelo governo da India. O Instituto é financeiramente suportado pelo Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional, que consiste de 3S organizações envolvendo entidades internacionais, várias fundações e governos, representando aproximadamente 20países.- 2 -Treinamento é uma das altas prioridades do ICRISAT, atendendoa um dos seus 4 grandes objetivos que é dar assistência a programas nacionais e regionais de pesquisa, através de colaboração e suporte pormeio de conferências, programas operacionais de treinamento internacional e assistência a atividades de extensão.Para qualificar-se ao Programa de Treinamento do ICRISAT, o-candidato deve ser indicado e responsabilizado por uma instituição queopere nos trópicos semi-áridos. Ele deve, também, ser integrado a umprograma de trabalho do Instituto ou conduzir pesquisa em áreas compatKveis com os interesses do ICRISAT.3. PARTICIPANTES:Para o treinamento, foram como pesquisadores do Centro de Pe~quisa Agropecuária do Trópico Semi-Ãrido, unidade da Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária:1) Luiz Balbino Morgado - Eng9 Agr9, M.Sc., Pesquisador na Área de Fertilidade do Solo.2) Eduardo Assis Menezes - Eng9 Agr9, M.Sc., Pesquisador na Área de Melhoramento de Plantas.3) Manoel Xavier dos Santos - Eng9 Agr9, M.Sc., Pesquisador na Área deMelhoramento de Plantás.Os dois últimos pesquisadores ficaram diretamente ligados aoPrograma de Sistemas de Cultivo do ICRISAT, sob a orientação principaldo Dr. R.W.Willey, chefe do referido Programa, enquanto que o primeiropesquisador ficou diretamente ligado ao Programa de Fertilidade do Solo,sob a orientação principal do Dr. John Burford, chefe do Programa.4. ATIVIDADESAo desembarcarmos no Aeroporto de Hyderabad, uma pessoa do escritório de Treinamento já estava nos esperando, e imediatamente nos conduziu ao ICRISAT, onde conhecemos as acomodações, restaurante, etc. Ficamos instalados em apartamentos individuais que continham o essencial.- 3 -As duas primeiras semanas foram para termos uma visão geral detodos os setores do Campo de Trabalho do Instituto. No 19 dia, aprese~taram-nos uma série de slides sobre o ICRISAT, salientando o porque dasua criação, os objetivos, metas e a filosofia de trabalho do Institu-to. Nos dias que se seguiram, fomos apresentados aos responsáveis pelos diversos setores dos Programas do ICRISAT: Mecanização Agrícola,M~nejo de Solo e Água, Agroclimatologi~, Entomologia Agrícola, Sistemasde Consórcio, Fertilidade de Solos, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia'e Melhoramento. Nesses contatos, o responsável nos expunha todo o pr~grama de pesquisa do setor, quais as metas, e a seguir nos levava aoCampo, para uma exposição minuciosa dos trabalhos, com detalhes da metodologia.Findas as duas primeiras semanas, dois de nós (Eduardo Assis Menezes e Manoel Xavier dos Santos) foram engajados no Programa de Sist~mas de Cultivo, que era o nosso interesse principal, e o 39 (Luiz Balbino Morgado) foi engajado na área de Fertilidade do Solo. Daí emdiante, desenvolvemos nossas atividades sob a orientação principal doPesquisador-Chefe dos dois Programas.4. 1 - SISTEMAS DE CULTIVONos primeiros dias ficamos sob a orientação do Dr. Chrys Floyd,pesquisador da área de Avaliação de Genótipos para Consórcio. Juntamente com ele, iniciamos a coleta de material no campo, para mensuraçaode diferentes parâmetros no Critério de Avaliação de Genótipos. Apósfamiliarizarmo~nos com a metodologia de pesquisa daquela área, assumi-mos nEs próprios a responsabilidade de coleta do material, mensuraçaodos parâmetros, ao tempo em que iniciávamos uma revisão de literatura'sobre Medição de Luz em Experimentos, sua importância e interpretação'dos dados. O ICRISAT adquiriu um solarímetro especialmente para ser usado por nós, o T-meter, de fabricação inglesa, delineado pelo Instit~to de Melhoramento de Plantas.de Cambridge. Depois de termos visto ofuncionamento do solarímetro no campo, iniciamos a tomada dos dados demedição de luz nos experimentos de Consórcio Milheto/Amendoim.Ao tempo,- 4em que fazíamos as medições periódicas de luz, iniciamos o contato com oDr. M. R. Rao, que trabalha especificamente com Arranjo Espacial e Pop~lações em Sistemas de Consórcio. Visitamos todos os experimentos dessaárea com detalhes mínimos quanto à metodologia. Paralelamente, discuti-mos com a equipe de Consórcio o local exato do posicionamento do solarímetro na parcela. Já com dados em mãos tabulamo-Ios, e estudamos a me~hor maneira de organizá-Ios e interpretá-Ios.Nesse meio-termo, iniciou-se a colheita de alguns experimentos'e acompanhamos de perto a colheita de sorgo no Consórcio Sorgo/ Guandu.Nessa ocasião fizemos medições de alguns parimetros na cultura do guanduconsorciado: altura de plantas, largura de plantas, número de ramos primirios, secundários e terciirios, comprimento dos ramos primários e secundários.De posse dos dados de medição de luz no consórcio milheto/ amendoim, depois de organizados, a equipe de consórcio do ICRISAT nos solicitou que puséssemos os dados em gráficos e tirássemos as devidas conclu-sões. Depois de tudo pronto, apresentamos-Ihes os gráficos, e discutimoscom eles sobre as conclusões, oportunidade em que o Dr. R.W.Willey elogiou bastante a maneira como apresentamos os gráficos.Fomos então solicitados a ajudar na colheita dos experimentos reconsórcio, tendo em vista a urgência dessa operação e a ausência totaldos trabalhadores de campo por mais IS dias, devido a uma greve geralreivindicando aumento de salário. Tivemos então que ajudar aos pesquisadores na colheita dos experimentos de maior urgência. Nessa ocasião, nacolheita do milheto, fazíamos determinações de altura de planta, compr!mento de espiga, altura da fólha-bandeira, número de "Tillers", e % desementes na espiga. Separávamos então todos os "tillers" em todas as parcelas e enviávamos para o laboratório para fazer determinação de matériaseca, nitrogênio, etc.Tendo em vista a atuação do ICRISAT em várias vilas, com trabalhos a nível de produtor, acompanhamos o Dr. R.W.Willey e o Dr. M.S.Reddya uma dessas vilas, onde haviam trabalhos com agricultores de dois diferentes níveis: pequeno e médio. Aí o Instituto demonstra todas as práticas que a pesquisa recomenda, ao tempo em que compara esse çonjunto de- 5 -práticas com a tecnologia adotada pelo agricultor, o que tem obtido gran-de êxito e adesão dos agricultores ã recomendação da pesquisa.Na última semana do nosso treinamento o Dr. Willey nos entregoualguns dados experimentais para tabularmos e organizarmos para que fosse feita uma análise estatística. Nessa ocasião, ele nos deu noções de e~tatística em consórcio e após uma explanação, solicitou-nos que com aqu~les dados, procedêssemos ã análise e~t~tística completa, inclusive com interpretação dos resultados, o que foi de grande utilidade para nós.Nos tres últimos dias, a equipe de consórcio nos deu cópias detodos os trabalhos até então publicados por aquele programa, e autorizouà biblioteca para que tirasse xerox de todo e qualquer material que fossedo nosso interesse. O Diretor de Treinamento também nos entregou uma lista de livros que o ICRISAT dispunha e que nós poderíamos adquiri-los gr~tuitamente. Todo esse material didático foi posto em caixas e enviado Vla-aerea, com porte pago pelo ICRISAT.Durante o nosso treinamento, pudemos também assistir aos Seminários Semanais promovidos pelo Instituto, que apresentavam sempre temas derelevada importância por cientistas do próprio ICRISAT ou de outras ins-tituições como o IRRI, IITA, etc.4.2. FERTILIDADE DO SOLOA partir da terceira semana estivemos com a equipe do Programa deFertilidade e Química do Solo que além do Dr. John Burford, chefe do pro-grama, conta com mais dois pesquisadores a nível de Doutorado, T.J. Regoe K.L. Sahrawat. O Dr. Sahrawat~responsável pela parte de química do pr~grama,nos levou ao laboratório de afiálises,que conta com instrumentos dealta preclsao para determinação de macro e micro nutrientes em amostras desolo e de planta, e demonstrou como funciona todo o sistema de determina-çoes alí realizado. Os trabalhos de fertilidade do solo a nível de expe-rimentação de campo estão sob a responsabilidade do Dr. Rego que nos informou que as pesquisas em andamento no instituto versam em grande partesobre nitrogênio e em menor escala sobre rocha fosfatada. Além das mensuraç6es referentes a produtividad~ estão sendo feitas determinações da- 6 -fertilidade do solo antes do plantio e após a colheit~ como também da)concentração de nutrientes na planta. Vale salientar que os trabalhos'referentes a fertilidade do solo são com culturas consorciadas o que noslevou a uma série de indagações sobre como e quando aplicar o fertili-zante, como se calcula a quantidade de fertilizante a aplicar em cadacultura do consórcio quando a proporção de fileiras de uma cultura va,ria em relação ã outra, tais como 1:2, 1:3, etc.Acompanhamos também os trabalhos de pesquisa da equipe de FísiC9- Ambiental, sob a orientação do Dr. Gill, que est.ud a a relação solo-água-planta. O comportamento das plantas é observado em diferentes co~dições de umidade no solo para se determinar um índice crítico da águadisponível para diferentes culturas. Neste mesmo trabalho são feitasmedições do desenvolvimento do sistema radicular, altura de plantas, ~rea foliar, peso de matéria verde e seca, durante todo o ciclo das cblturas com intervalo de sete dias.5. CONCLUSOESNa nossa opinião, o treinamento foi de suma importincia para nóspesquisadores, que tivemos a boa oportunidade de ver "in loco" toda ametodologia de pesquisa do ICRISAT, entidade de renome em pesquisa agr~pecuaria nos trópicos semi-aridos. De capital importincia esse treinamento foi também para o CPATSA, unidade onde somos lotados, tendo emvista a gama de informações que trouxemos e as idéias que estão sendopostas em pratica~aqui no trópico semi-árido brasileiro. Especificamen-te,estão sendo conduzidos experimentos de consórcio dentro da metodolo-)gia estudada no ICRISAT, em termos de resposta ao uso de fertil!~antes, avaliação de genótipos e arranjos e populações de plantas. F!camos deveras impressionados com a organização do ICRISAT, e acima detudo com o nível de pesquisa desse Instituto. Sua infraestrutura apr~xima-se do perfeito, e cada pesquisador tem à sua disposição não apenastodo o material necessário no que diz respeito a serviços de laboratório, serviços datilográficos, b~bliotecários, de xerox, desenho, publ!cações, etc, mas também o mais importante que é uma equipe d~ apoio com- 7 -pleta e muito bem montada no que tange aos trabalhos de campo: trabalh~dores rurais, técnicos-agrícolas, pesquisadores de nível de graduação etodo material humano imprescindível (cada pesquisador conta com a suaprópria equipe).Fomos muito bem recebidos nao apenas pelo pessoal do Escritóriode Treinamento, como também pelo pessoal dos Programas nos quais trabalhamos diretamente. Eles mostravam boa vontade a qualquer momento e sempre estavam dispostos a nos esclarecer dúvidas, a nos trazer idéias novasoFicamos comoda e convenientemente instalados nas próprias aco-modações do ICRISAT, o que de certo modo contribuiu para um melhor ren,dimento do nosso treinamento. No Instituto haviam todas as facilidades,como lavandaria, restaurante, transporte para a cidade. Em todos os setores, o atendimento que nos dispensaram foi excelente.Queremos nessa oportunidade agradecer ã direção da EMBRAPA eã do CPATSA por nos ter indicado e leberado para esse treinamento, eao ICRISAT por ter-nos proporcionado essa oportunidade de adquirirmos'novos conhecimentos observando na prática varias metodologias de pesq~isa agrícolas em sistemas de cultivo para os trópicos semi-aridos. Agr~decemos não só pela oportunidade, mas também pelo excelente tratamentoque recebemos de todo o corpo de pesquisadores e funcionarios do Instituto.Petrolina, 2 de abril de 1980Eduardo Assis MenezesLuiz Balbino MorgadoManoel Xavier dos SantosVisto:Chefe do Centro de Pesquisa Agropecuariado Trópico Semi-Árido

Relatório de treinamento em serviço no ICRISAT (India).

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Relatório de treinamento em serviço no ICRISAT (India).

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