COELHO, A. F. da S.

GASPAROTTO, L.

PEREIRA, J. C. R.

VÉRAS, S. de M.

Portuguese

Infoteca-e

....----·----~-··------.1Embrapa Arn~zônia OCldent<õlS!N - BIBLIOTECAMINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTODELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO AMAZONASCOMISSÃO DE DEFESA SANITÁRIA VEGETALCARACTERIZAÇÃO DO MOKO DA BANANEIRARalstonia solanacearum Raça 2MANAUS/AM2.000MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTODELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO AMAZONASCOMISSÃO DE DEFESA SANITÁRIA VEGETALRELATÓRIO: LEVANTAMENTO DAINCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA DO MOKO DABANANEIRA NO ESTADO DOAMAZONAS.'MANAUS/AM1997/1998/1999INTRODUÇÃOA banana constmn-se na fruta de maior consumo no Estado doAmazonas. Além de ser, em alguns municípios, consumida como alimento nas refeiçõesdiárias das populações de baixa renda. Contudo, devido a problemas relativos a coeficientesfitotécnicos e fitossanitários e, consequentemente, baixa produtividade, a produção é aindaincipiente, obrigando, deste modo, que se façam importações frequentes visando atender ademanda interna.Do ponto de vista fitossanitário, o moko ou murcha bacterianaconstituem-se grave problema impedindo a manutenção e/ou expansão da bananicultura noEstado.A identificação precisa da incidência dessa praga no Estado é prioridadetécnica para com isso estabelecer estratégias de controle.PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOSDurante todo o levantamento realizado nos exercícios 97/98/99 foramobservados as pragas: moko da bananeira ou murcha bacteriana, mal do Panamá, mal dasigatoka amarela, mancha cordana e sigatoka negra.MOKO DA BANANEIRAo moko ou murcha da bananeira, causado pela bactéria Ralstoniasolanacearum, raça 2, constitui-se numa das pragas mais destrutivas da bananeira na RegiãoNorte do país.- Os sintomas desta praga em plantas jovens caracterizam-se pela máformação e amarelecimento das folhas, seguida de murcha das folhas basais e necrose docartucho ou folha bandeira (Figura 1 ). Em plantas adultas os sintomas são caracterizados peloamarelecimento das folhas basais, murcha nas folhas mais novas progredindo para as folhasmais velhas ( Figura 2 ). Em solos férteis, como por exemplo solos de várzea, ocorre quebrado pecíolo junto ao caule.Estes sintomas, até então descritos, não permitem, ainda distinguir omoko do mal do Panamá.Contudo ao examinar-se o rizoma, pseudocaule, ráquis e frutos pode-seobservar que, no caso específico "do moko da bananeira, são observados os seguintessintomas:Pseudocaule - descoloração vascular não localizada, atingindo,inclusive a região central do pseudocaule ( gema apical );Rizoma - descoloração vascular não localizada, atingindo a regiãocentral do rizoma e descoloração vascular nas regiões de conexão do rizoma com as brotaçõeslaterais;Ráquis - descoloração vascular da ráquis masculina e feminina;Folhas - Queima das folhas como de tivesse aplicado algum herbicida,entretanto, este sintoma muitas vezes não é observado;Frutos - escurecimento da polpa e, posteriormente podridão secaINCIDÊNCIA DO MOKOCom base no levantamento realizado pode-se verificar que aincidência dessa praga é alta e trata-se de um problema de grande importânciapodendo trazer consequências muito graves, como por exemplo o desestímulopor parte dos agricultores no plantio de banana ocasionando a migração destespara as cidades. Os dados apresentados no Quadro 1 evidenciam a presença domoko em muitos municípios do estado.ASPECTO GERAL DOS BANANAIS1. EspaçamentoObserva-se nos bananais os espaçamentos de 4 x 4 m e 4 x 5m, o que permite obter estandes de 500 a 625 plantas ( touceiras ) por hectare.Estes estandes não são os recomendados para a cultura, sendoque o estande de 1.111 plantas/há é o indicado pela pesquisa o qual é obtidoutilizando-se o espaçamento de 3 x 3 m. Está havendo, portanto, redução de 486a 611 plantas/há, o que acarreta redução de 50% na capacidade produtiva dosbananais.2.Manejo e nutrição dos bananaisOs bananais, em geral, são implantados em áreas recém-desmatadas, cuja principal técnica de manejo do solo consiste na queima dosresíduos orgânicos, o que via "de regra elimina o horizonte de fermentação ereduz a capacidade de troca catiônica destes solos, tomando-os ainda maispobres e contra indicados para qualquer cultura.Observou-se também que independente da presença de pragasos bananais visitados apresentam vida útil ( tempo de exploração) de dois a trêsanos, sendo então abandonados pelos produtores, pelo menos do ponto de vistade exploração comercial. As adubações, quando realizadas, baseiam-se nautilização da formulação 10-10-10 (N P K). Esta fórmula não é indicada para acultura da bananeira, pois a recomendação deve ser baseada nos níveis oupontos críticos para cada nutriente, em especial macronutrientes, que são obtidospela análise química do solo.Do ponto de vista de nutrição de plantas pode-se observarque as plantas apresentam, em maior ou menor grau, deficiências dos nutrientesnitrogênio, enxofre, fósforo, potássio, magnésio e cálcio.Outro aspecto relativo ao manejo refere-se ao desbaste (eliminação dos perfilhos ), que não é realizada, rendendo como resultadotouceiras com várias plantas ( 6 - 14 plantas/touceiras ), o que aliado à baixafertilidade do solo não permite que se obtenha cachos aptos à comercialização.Com relação a escolha e utilização de mudas para o plantio, observa-se que osos agricultores têm utilizado mudas oriundas de touceiras infectadas pelo mokoda bananeira. Esta prática é decorrente do fato dos agricultores eliminarem asplantas doentes e utilizarem as brotações laterais, as quais não apresentamsintomas macroscópuios. Este procedimento tem permitido ou obrigado adisseminação desta praga dentro da propriedade e/ou para outras propriedades.Uma prática que é bastante utilizada por alguns agricultores eque não é aconselhável é a retirada de folhas com sintomas de mancha decordana, sigatoka amarela e ou negra, o que causa danos às plantas, pois reduzsensivelmente a área fotossintetizante e, consequentemente a produção,aumentando o ciclo da planta: toma-se mais grave ainda pois os bananais estãoimplantados em áreas com baixa fertilidade.RECOMENDAÇÕES1. Adotar o espaçamento 3 x 3 m e eventualmente 4 x 1 m, oque permitirá obter estandes de 1.111 e 2.500 plantas porhectare, proporcionando ganhos de 486 até 1.875 cachosjá no primeiro ano de cultivo;2. Fazer coletas de amostras de solo para submeter à análisequímica tendo em vista, adotar um sistema de adubaçãobaseada na fertilidade do solo e exigências nutricionais daplanta, de modo a substituir a recomendação da fórmula10 - 10 - 10 ( que não fornece Ca, Mg, S emicronutrientes ). E, deste modo prolongar a vida útil dobananal), dos atuais dois anos, para pelo menos seis anos.3. Obtenção de mudas para novos plantiosSugere-se que seja estabelecido viveiros em cadacomunidade sob orientação e supervisão de extensão -IDAM e da área de pesquisa da Embrapa AmazôniaOcidental, de modo a fornecer mudas isentas de pragas,principalmente o moko.Esta estratégia visa, basicamente, reduzir a dispersão dapragas, que tem sido processada, via de regra pelo uso demudas infectadas.4. Manejo dos perfIlhosToma-se, principalmente em função da baixa fertilidadedos do município, uma necessidade premente adotar umsistema de manejo dos perfilhos. No espaçamento atual ( 4x 4 m) e no 3 x 3 m, deve-se manejar o bananal de modoa obter-se por cova, por ocasião da emissão do primeirocacho, três plantas ( mãe, filha e neta ). Para proceder omanejo dos perfilhos os produtores podem fazer uso deum instrumento denominado "Lurdinha". É possível como manejo de perfilhos, adubação correta e utilização demudas isentas de pragas, obter-se até três cachos portouceiras, num período de dois anos.5. Estratégias de manejo para áreas de ocorrências do moko5.1. MokoDeve-se a despeito do recomendado para o mal do~ Panamá, erradicar as touceiras infectadas e as touceirasadjacentes num raio de pelo menos 10 metros. O métodode erradicação é o mesmo indicado para o mal do Panamá:Contudo, o manejo da área, no que se refere a reutilizaçãopara cultura da bananeira, difere sobremaneira. No casoespecífico do moko deve-se deixar de cultivar bananierase eliminar plantas de heliconias durante o período mínimode 12 meses.Até o momento não se dispõe de fontes de resistênciaentre as cultivares indicadas comercialmente. Apenas acultivar " Pelipita" apresenta resistência às três pragas :moko, mal do Panamá e sigatoka amarela. Esta cultivarapresenta frutos com características semelhantes aosfrutos dos plátanos "Pacovi e Pacovan"; sendo indicadapara consumo na forma de banana frita ou cozida, não seprestando para consumo in natura.5.2. Desinfecção de instrumentos de trabalhoTodos os instrumentos tais como facão ou terçado,"Lurdinha" ou instrumento para eliminação dos perfilhose enxadas ou enxadec s devem ser desinfectados sempreque forem utilizadas em plantas infectadas e ou em áreasem que existam plantas infectadas.No caso específico da enxada ou enxadeco, dado aimpossibilidade de se promover a desinfecção de formacontínua este instrumento deve ser substituído pelo uso deherbicidas ou utilizar de facão ou terçado para reduzir aaltura das ervas daninhas.A desinfecção dos instrumentos de trabalho podeser efetuada pelo uso de formol na proporção 1:3,hipoclorito de sódio a 2% ( pode ser substituído por águasanitária comercial ) ou por algum germicida do tipo"pinho".A desinfecção é processada pelo uso de um pano oubucha embebida pelo produto e então passada nasuperficie do instrumento de trabalho.INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA DO MOKO EM BANANEIRA DO ESTADO DOAMAZONAS. 1997/1998 - MUNICÍPIOMunicípio N° Inicial de N° Final de N° de Covas % CovasCovas Covas Moko MokoApuí - - - -Benjamim Constant 87.988 30.14 37.848 55,60Humaitá - - - -Iranduba 9.170 3.530 3.400 37,10Itacoatiara 4.094 2.870 780 19,0Manacapuru 2.030 670 680 33,50Presidente Figeiredo 118.513 79.352 15.317 12,90Rio Preto da Eva 6.333 6.073 20 0,310Tabatinga 6.635 1.630 5.005 75,40Coarí 206.250 119.378 86.873 42,10Codaiás 416.250 237.722 180.276 43,30OBS: Levantamento /1999 - Nos municípios da margem do rio Negro e Baixo Amazonasa execução realizada foi somente a nível de incidência da praga.ELABORAÇÃOJosé Clério Resende PereiraAna Fabíola da Silva CoelhoSolange de Melo VérasLuadir Gaspatrotto

Relatório: levantamento da incidência e prevalência do Moko da bananeira no Estado do Amazonas.

http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1093920/1/FOL95602.pdf

Relatório: levantamento da incidência e prevalência do Moko da bananeira no Estado do Amazonas.

Abstract

Similar works

Full text

Available Versions

Infoteca-e