Lusocom - Federação das Associações Lusófonas de Ciências da Comunicação
Abstract
A questão que propomos tratar é a consideração do objecto e da imagem através da possibilidade das suas caracterizações percorrendo as noções de fruição e/ou posse.
Servir-nos-emos do em foque, nos finais do séc. XIX e início séc. XX como motivo para a compreensão da expressão heideggeriana Ser-no-Mundo - rede espacial, temporal e simbolicamente complexa, que tornam os factos simbólicos existências do real.
Procuraremos verificar a alternância entre simbólico e real através da distinção entre fruição do objecto e posse das imagens.
Propomos a diferenciação entre objecto e imagem no acto de recepção: cabe ao receptor do objecto a fruição e ao receptor da imagem a posse?
Consideramos implícito na relação de posse o acto simbólico, a determinação de investir em..., como inevitável acto traumático (quer se trate de aceitação ou renúncia), enquanto que na relação de fruição a condição é de consumação através do prazer.
Neste sentido, a fruição é uma acção reveladora na proximidade com os objectos consumados pela resolução afectiva que se revela contrária à posse das imagens que representam o trauma castrador de “investidura” simbólica [1], implicada na atitude passiva de posse. [2]
Através dos exemplos da arte e do design, tentaremos concluir que possuir - renunciando ou aceitando - as imagens será diferente de fruir os objectos através do comprometimento implicado de ambos