As antas são sepulcros megalíticos que representam uma das evidências mais
conspícuas das populações dos 4º e primeira
metade do 3º milénios a.n.e., tanto pela sua
monumentalidade, como pelo investimento
socioeconómico que terá representado a
sua construção para aquelas comunidades
neolíticas peninsulares, nomeadamente do
Centro-Sul de Portugal. Estas construções foram erigidas no âmbito do fenómeno funerário designado por Megalitismo, um complexo conjunto de práticas mágico-religiosas relacionadas com a morte e não estritamente com um tipo de arquitectura. Apesar das antas serem estudadas pelos seus conteúdos e tipologias, a abordagem interdisciplinar de caracterização e proveniência geológica dos megálitos utilizados nas suas construções, não tem recebido a devida atenção da investigação.Da necessidade de sistematizar e promover um aporte significativo de informações com a finalidade de caracterizar do ponto de vista geológico as proveniências dos materiais
construtivos dos monumentos funerários
de cronologia neolítica, apresentam-se os
resultados preliminares obtidos para alguns
dos monumentos em análise na região de
Lisboa, no âmbito do projecto de investigação
“MEGAGEO: Movendo megálitos no Neolítico -
A proveniência geológica dos esteios de antas
do Centro-Sul de Portugal”. A caracterização das lajes destes monumentos recorreu a técnicas de análise petrográfica, mineralógica, química e isotópica, de suporte
às observações macroscópicas dos elementos
construtivos e dos afloramentos geológicos na sua sua vizinhança. As observações macroscópicas dos litótipos que constituem aqueles elementos,quando comparados com os afloramentos,permitiram numa primeira fase estabelecer
similaridades entre ambos. Esta abordagem
reveste-se, aliás, de fundamental importância
para a definição de potenciais zonas de extracção na utilização dos recursos naturais
disponíveis