As Tecnologias de Apoio (TA) promovem a comunicação, a independência
pessoal e social e, a inclusão de crianças com limitações cognitivo-motoras.
Apesar dos recursos humanos e materiais existentes, a utilização das TA é
ainda uma prática incipiente em muitos contextos familiares. Através de uma
metodologia de investigação-ação estudou-se este contexto específico e
interveio-se com o objetivo de promover mudanças e melhoria nas práticas e
assim contribuir para reduzir o problema do abandono da tecnologia.
Num primeiro momento, para aferir as necessidades de formação dos
cuidadores informais, foram realizadas entrevistas com os mesmos, um grupo
focal com profissionais de educação e de reabilitação, assim como sessões de
observação participante com utilizadores de TA e respetivos cuidadores.
Os cuidadores inquiridos e os participantes no grupo focal referiram vários
obstáculos ao uso da TA, tais como limitações pessoais no uso da tecnologia,
limitações materiais e técnicas e falta de tempo, mas o motivo mais apontado foi
a falta de perceção da necessidade de usar a TA por parte da criança. A
articulação entre os profissionais de educação e de reabilitação com as famílias
foi considerada um requisito essencial para promover o uso das TA pelos
cuidadores.
Das entrevistas aos cuidadores e do grupo focal emergiu como preponderante
a necessidade de lhes proporcionar mais formação sobre TA, e de melhorar as
suas competências na procura e acesso a informação prática. O contexto
familiar foi considerado como o melhor local para formação parental, em horário
pós-laboral e em formato presencial. Para especificar as necessidades
formativas dos cuidadores relativamente a equipamentos de alta tecnologia para
a comunicação aumentativa, foram realizadas sessões de observação
participante em seis domicílios para descrever a interação entre as crianças e
os respetivos cuidadores, em particular a necessidade de ajuda de três crianças
que utilizam a aplicação Let me talk, e três crianças utilizadoras do software
Grid3 combinado com a câmara PC Eye Mini para acesso pelo olhar. Foi
possível inferir que a falta de uso regular do equipamento em casa compromete
o desenvolvimento de competências comunicativas. Os dados reforçaram a
necessidade de promover trocas comunicativas mediadas pela tecnologia em
todos os contextos de vida.
A análise de conteúdo dos dados contribuiu para a planificação e implementação
de um plano de formação sobre o uso do programa Grid3. Esta intervenção
formativa decorreu entre janeiro e junho de 2020 e foi avaliada por todos os
participantes e em diferentes momentos. Com base nessa avaliação, foi
replanificada a formação introduzindo sessões de formação online entre os
participantes, para potenciar a utilização dos equipamentos em contexto familiar
pelos alunos com limitações cognitivo-motoras.Assistive Technologies (AT) promote communication, personal and social
independence and the inclusion of children with cognitive-motor limitations.
Despite existing human and material resources, the use of AT is still an incipient
practice in many family contexts. Through an action-research methodology, we
have studied this specific context and intervened with the aim of promoting
changes and improvement in practices and thus contribute to reducing the
problem of abandonment of technology.
Initially, to assess the training needs of informal caregivers, interviews, a focus
group with education and rehabilitation professionals and participating
observation sessions were conducted with AT users and their caregivers.
The caregivers surveyed and the focus group participants mentioned several
obstacles to using AT, such as personal limitations on the use of technology,
material and technical limitations and lack of time, but the most common reason
was the child's lack of awareness of the need to use AT. Liaison between
education and rehabilitation professionals and families was considered an
essential requirement to promote the use of AT by caregivers.
From the interviews with caregivers and the focus group, the need to provide
them with more training on AT, and to improve their skills in finding and accessing
practical information, emerged as the most important. Interviewees and the focus
group considered the family context as the best place for parental training, at the
end of the day and in face-to-face format. To assess the training needs of
caregivers for high-tech equipment for augmentative communication,
observation sessions were held in six households to describe the interaction
between the children and their caregivers and the need for help from three
children using the Let me talk application and three children using the Grid3
software combined with the Eye Mini PC camera for eye access. It was possible
to infer that the lack of regular use of the equipment at home compromises the
development of communication skills. The data reinforced the need to promote
communicative exchanges mediated by technology in all life contexts.
The analysis of data content contributed to the planning and implementation of
a training plan on the use of the Grid3 program. This formative intervention took
place between January and June 2020 and was evaluated by all the participants
and at different times. Based on this evaluation, the training was replanned by
introducing online training sessions among the participants to enhance the use
of the equipment in a family context by students with cognitive-motor limitations.Programa Doutoral em Multimédia em Educaçã