Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS)
Abstract
Considerando os documentos de domínio público como práticas discursivas, este artigo discute a importância que esses documentos têm na formatação de estratégias de governamentalidade. Essas argumentação é fundamentada por duas pesquisas realizadas pelos autores. A primeira discute linguagem na perspectiva pragmática de Levinson, articulando o conceito de interanimação dialógica de Bakhtin. Como exemplo utiliza-se a análise de documentos que expõem o debate da formação em Psicologia no Brasil, discutindo-se permanências, rupturas e cooptações das políticas públicas educacionais. A análise da segunda pesquisa foca as linguagens sociais, na perspectiva de Bakhtin, articulando a noção de governamentalidade de Foucault e o argumento de Rose, para quem a linguagem é constitutiva de estratégias de governamentalidade. O exemplo vem da análise de documentos de consentimento informado para reprodução humana assistida, que mostra a ambigüídade da linguagem dos riscos e dos direitos, explicitando ser a prática social do consentimento uma estratégia de governamentalidad