A Saúde da Família surgiu inicialmente como um programa de assistência a famílias de baixa renda e, frente ao sucesso de suas intervenções passou a se constituir na principal proposta de mudança de modelo de atenção à saúde no Brasil. As equipes de atenção foram constituídas basicamente por médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar. Percebeu-se, porém, que a saúde bucal era um componente fundamental da saúde e que as ações inerentes a ela demandavam a inclusão de novos profissionais desta área. A proposta deste trabalho foi a de analisar o processo de inclusão da saúde bucal na estratégia Saúde da Família em um município brasileiro de grande porte para se identificar padrões aplicáveis às análises de modelo de atenção e implementação de ações em outras localidades e circunstâncias. Utilizou-se metodologia qualitativa com triangulação entre análise documental, entrevistas e diário de campo. Seis categorias analíticas de processo foram identificadas: atores do processo, processos administrativos e políticos, de comunicação, de capacitação, barreiras e facilitadores e financiamento. Destaca-se a importância do contexto sócio-histórico dos atores, além das políticas públicas indutoras de mudança de modelo, bem como da decisão política local. A categoria com maior relevância foi ‘processos administrativos e políticos’, com destaque para a forma de gestão