A maioria dos solos agricultáveis da Amazônia tem alta acidez, capacidade de troca catiônica e fertilidade considerada baixa. Os solos de Terra Preta de Índio possuem altos teores de Ca, Mg, P, Zn, Mn, Cu e C orgânico. O objetivo deste trabalho é avaliar os teores de macronutrientes encontrados nas Terras Pretas de Índio e compara-los aos encontrado no solo adjacente. As coletas de solo foram realizadas no Sitio Arqueológico Jabuti. O solo pertence à Ordem dos Gleissolos. As coletas foram realizadas em três áreas do sitio E1S1, E1S2 e área adjacente a 5-10 cm de profundidade. Os valores médios de Ca+2 foram maiores nos solos de Terra Preta de Índio quando comparado com o solo adjacente. Enquanto os valores médios de Mg+2 foram de 4.20; 2.40 e 1.55 cmolc/dm3 E1S1, adjacente e E2S1 respectivamente. Os valores de P disponível na terra preta de índio foram superiores. Os valores médios de K+ nos solos estudados foram de 0.24; 0.18 e 0.17 cmolc/dm3 na adjacente, E1S1 e E2S1 respectivamente. Os maiores teores de carbono foram encontrados no ponto de coleta E2S1 e E1S1 do sítio de Terra Preta de Indio, com valor máximo de 59.45 g kg1 (E2S1) e 55.51 g kg1 (E1S1), sendo o valor mínimo encontrado na área adjacente ao sítio (37.57 g kg1)

Herdjania Veras de Lima

Layla Gerusa Souza Lima

Leane Castro de Souza

Luma Castro de Souza

Rosigrêde Lima da Silva

Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável

de Souza, Luma Castro

Souza, Leane Castro de

Silva, Rosigrêde Lima da

Lima, Layla Gerusa Souza

Lima, Herdjania Veras de

LAReferencia - Red Federada de Repositorios Institucionales de Publicaciones Científicas Latinoamericanas

Caracterização química em horizonte antrópico no Pará

Directory of Open Access Journals

              Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável                                               Artigo Científico 
              http://revista.gvaa.com.br                                                                                                         ISSN 1981-8203 
 
 
Revista Verde (Pombal – PB), v. 9, n. 2, p. 340-344, Abr –Jun, 2014 
 
 
 
Caracterização química em horizonte antrópico no Pará 
 
Chemical characterization anthropic horizon in Pará 
 
 
 
 
Luma Castro de Souza
1
, Leane Castro de Souza
2
, Rosigrêde Lima da Silva
3
, Layla Gerusa Souza Lima
4
, Herdjania 
Veras de Lima
5 
 
Resumo: A maioria dos solos agricultáveis da Amazônia tem alta acidez, capacidade de troca catiônica e fertilidade 
considerada baixa. Os solos de Terra Preta de Índio possuem altos teores de Ca, Mg, P, Zn, Mn, Cu e C orgânico. O 
objetivo deste trabalho é avaliar os teores de macronutrientes encontrados nas Terras Pretas de Índio e compara-los aos 
encontrado no solo adjacente. As coletas de solo foram realizadas no Sitio Arqueológico Jabuti. O solo pertence à 
Ordem dos Gleissolos. As coletas foram realizadas em três áreas do sitio E1S1, E1S2 e área adjacente a 5-10 cm de 
profundidade. Os valores médios de Ca
+2
 foram maiores nos solos de Terra Preta de Índio quando comparado com o 
solo adjacente. Enquanto os valores médios de Mg
+2
 foram de 4.20; 2.40 e 1.55 cmolc/dm
3
 E1S1, adjacente e E2S1 
respectivamente. Os valores de P disponível na terra preta de índio foram superiores. Os valores médios de K
+
 nos solos 
estudados foram de 0.24; 0.18 e 0.17 cmolc/dm
3
 na adjacente, E1S1 e E2S1 respectivamente. Os maiores teores de 
carbono foram encontrados no ponto de coleta E2S1 e E1S1 do sítio de Terra Preta de Indio, com valor máximo de 
59.45 g kg1 (E2S1) e 55.51 g kg
1
 (E1S1), sendo o valor mínimo encontrado na área adjacente ao sítio (37.57 g kg
1
). 
 
Termos de indexação: fertilidade, sítio arqueológico, solos agricultáveis  
 
Summary: Most agricultural soils in the Amazon has high acidity, cation exchange capacity and fertility considered 
low. The soils of Indian black earth have high contents of Ca, Mg, P, Zn, Mn, Cu and organic carbon. The objective of 
this study is to evaluate the macronutrient found in Indian black earth and compares them to found in the adjacent soil. 
The soil samples were taken in Tortoise archaeological site. The soil belongs to the Order of Gleissolos. Samples were 
collected in three areas of the site E1S1, E1S2 and area adjacent to 5-10 cm depth. The average values of Ca
2+
 were 
higher in soils Dark Earth compared to the surrounding soil. While the values of Mg
2+
 were 4.20, 2.40 and 1.55 
cmolc/dm
3
 E1S1 adjacent and E2S1 respectively. P values available in black soil were higher indium. The average 
values of K in soils were 0.24, 0.18 and 0.17 in cmolc/dm
3
 adjacent E1S1 and E2S1 respectively. The highest levels of 
carbon were found at the collection point and E2S1 E1S1 site of Indian black earth, with a maximum value of 59.45 g 
kg
1
 (E2S1) and 55.51 g kg
1
 (E1S1), and the minimum value found in the area adjacent to site (37.57 g kg
1
). 
 
Keywords: fertility, archaeological, agricultural soils 
 
 
 
 
 
                                                             
1Doutorando em Agronomia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Jaboticabal-SP, Endereço: Via de Acesso Prof. Paulo 
Donato Castellane s/n, Bairro Nova Aparecida, CEP: 14883-390, Jaboticabal-SP, Brasil. E-mail: lumasouza30@hotmal.com. 
2Graduanda em Agronomia. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém-PA, E-mail: leany_castro11@hotmail.com 
 3 Doutoranda em Agronomia,  Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA),  Belém-PA. E-mail: rosig_silva@yahoo.com.br 
4 Graduanda em Agronomia. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém-PA, E-mail: laylalima.ufra@hotmail.com.br 
5 Profº. Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém-PA, E-mail: Herdjania.veras@ufra.edu.br 
Luma Castro de Souza, et al 
Revista Verde (Pombal – PB), v. 9, n. 2, p. 340-344, Abr –Jun, 2014 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Os Latossolos e Argissolos são solos predominantes na 
região Amazônica, estes apresentam como características 
elevado grau de intemperismo, além de possuírem 
condições físicas adequadas ao uso agrícola, porém 
possuem fortes limitações nutricionais (LIMA et al., 
2006). A maioria dos solos agricultáveis da Amazônia tem 
alta acidez, capacidade de troca catiônica (CTC) e 
fertilidade considerada baixa (CUNHA et al., 2007). 
No entanto, são encontradas na região Amazônica 
áreas onde a característica original do solo foi alterada por 
processos antrópicos, tais solos são conhecidos como terra 
preta arqueológica (TPA) ou terra preta de índio (COSTA 
et al., 2004).   
As Terras Pretas de Índio são solos altamente férteis. 
Para Cunha et al. (2009), a elevada fertilidade e 
especialmente a sustentabilidade da fertilidade nessas 
áreas é devido a grande quantidade de matéria orgânica e 
as suas características físicas e químicas tal como, a alta 
reatividade das frações húmicas. 
Os solos de Terra Preta de índio possuem altos teores 
de Ca Mg, P, Zn, Mn, Cu e C orgânico. Isso se deve ao 
fato desses solos apresentarem grande quantidade de 
resíduos orgânicos adicionados ao solo durante o processo 
de formação dos solos de Terra Preta (PESSOA JÚNIOR, 
2012). 
As Terras Pretas de Índio apresentam horizonte A 
antrópico (Au) que, de forma geral, apresentam altos 
teores de nutrientes, especialmente Ca
2+
 e P, quando 
comparado com a maioria dos solos de terra firme na 
Amazônia (SILVA et al., 2011). 
O aporte de matéria orgânica nesses solos tem levado 
os pequenos produtores da região amazônica cultivar 
nesses solos culturas de subsistências, tais como o milho, 
o feijão e a mandioca (COSTA, 2011). Para o mesmo 
autor cultivar nesses solos permite obter maior 
produtividade, mesmo não utilizando insumos ou 
utilizando pouco fertilizante. Por isso é importante o 
estudo desses solos para garantir uma produção 
sustentável em solos tropicais, considerados de baixa 
fertilidade. O teor de carbono encontrado em solos de 
TPIs é maior (150 g Kg
-1
) quando comparado aos solos 
adjacentes (20-30 g Kg
-1
) (KAMPF & KERN, 2005). 
O objetivo deste trabalho é avaliar os teores de 
macronutrientes encontrados nas Terras Pretas de Índio e 
compara-los aos encontrado no solo adjacente. 
 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
A área de estudo fica localizada no município de 
Bragança, microrregião do nordeste paraense. O 
município de Bragança apresenta um clima semelhante ao 
da média da região Bragantina: equatorial superúmido, 
com temperatura máxima de 33ºC e mínima de 18ºC, com 
média de 27ºC e elevada pluviosidade de 2.501 mm/ano, 
com período chuvoso nos primeiros seis meses do ano 
(PACHECO et al., 2011). 
As coletas de solo foram realizadas no sitio 
arqueológico Jabuti na Reserva Extrativista Marinha 
Caeté-Taperuçu, registrado em 2008. O solo do sítio 
arqueológico Jabuti pertence à Ordem dos Gleissolos. 
Para Silveira et al. (2011) esse sitio foi descoberto pelos 
pesquisadores Mehlig e Moirah Menezes da Universidade 
Federal do Pará, campus de Bragança. Fica localizado em 
uma ilha de terra firme no litoral Bragantino a 240 km de 
Belém. O sítio apresenta à seguinte coordenada 
geográfica: 46º 40’ 19.8” W / 0º 55’ 39.5” S, sendo que a 
margem de erro é de 5m, South America Datum 69.  
As coletas foram realizadas em três áreas do sitio 
arqueológico, essas foram chamadas de sondagens/perfis 1 
(Ponto 1 - E1S1), sondagens/perfis 2 (Ponto 2 – E2S1) e 
área adjacente (Ponto 3). As amostras foram coletadas no 
sentido Leste-Oeste em relação às áreas de coleta. A área 
adjacente está situada sob uma floresta secundaria, a 
poucos metros da faixa de ocorrência da TPI. Para esse 
estudo foram realizadas coletas de 5-10 cm de 
profundidade. 
 
Amostragem do solo 
 
Na TPI as coletas foram realizadas na área de 
sondagem/perfil 1, área de sondagem/perfil 2 e na área 
adjacente ao sitio. Foram coletadas em cada área da TPI 
10 amostras com textura indeformadas, totalizando 30 
amostras e uma amostra com textura deformada em cada 
área de coleta. Foi feito um transecto de 10 m no sentido 
horizontal as trincheiras das áreas de sondagem e 10 m no 
sentido horizontal na área adjacente. As coletas foram 
feitas a cada 1 m dos perfis abertos da área 1 e 2 ao longo 
do transecto, e foram feitos coletas a cada 1 m na área 
adjacente. 
As análises químicas foram determinadas segundo a 
metodologia da EMBRAPA (1997) e constaram das 
seguintes determinações: Ca e Mg trocáveis extraídos com 
KCl 1 mol L
–1
; K trocável e P disponível extraídos com 
Mehlich 1 e determinados por fotometria de chama e por 
calorimetria, respectivamente. E o carbono orgânico foi 
medido pelo método Walkley-Black, com modificações 
descritas pela EMBRAPA (1997). 
 
Análise estatística 
 
A analise de variância foi realizada usando o 
procedimento PROC ANOVA do programa Statistical 
Analysis System - SAS (SAS, 1987). Sendo as médias 
submetidas à análise de variância (teste F) no nível de 
significância (p < 0,05). 
 
 
Caracterização química em horizonte antrópico no Pará 
Revista Verde (Pombal – PB), v. 9, n. 2, p. 340-344, Abr –Jun, 2014 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Os valores médios de Ca
+2
 foram maiores nos solos de 
Terra Preta de Índio (24,07 e 15,31 cmolc/dm
3
 no E1S1 e 
no E2S1) quando comparado com o solo adjacente (e 0,67 
cmolc/dm
3
) (Figura 1). Enquanto os valores médios de 
Mg
+2
 foram de 4,20; 2,40 e 1,55 cmolc/dm
3
 E1S1, 
adjacente e E2S1 respectivamente (Figura 2). O teor de 
cálcio trocável no solo adjacente foi baixo quando 
comparado às áreas de terras pretas de índio. Enquanto os 
valores de Mg
+2
 foi maior no solo de terra preta de índio 
E1S1 e adjacente. Campos et al. (2012), estudando solos 
de Terra Preta de Índio na região de Manicoré, 
observaram que os valores de cálcio e magnésio trocáveis 
nos horizontes antrópicos foram superiores (Ca
+2
 variando 
de 9,3 a 26,6 cmolc kg
-1
 e Mg
+2
 variando de 0,8 a 4,9 
cmolc kg
-1
 no horizonte A1 dos perfis estudados) aos 
encontrados nas áreas de solos não antrópicos (Ca
+2
 
variando de 0,6 a 0,9 cmolc kg
-1
 e Mg
+2
 variando de 0,0 a 
0,6 cmolc kg
-1
 no horizonte A1 dos perfis estudados). Para 
Steinbeiss et al. (2009) esses nutrientes apresentam maior 
concentração nos horizontes superficiais. Esses autores 
afirmaram que áreas de terra preta de índio apresentam 
elevados teores de nutrientes, especialmente Ca e P. Os 
valores do Ca
2+
 (9,3 e 5,3 mg kg
-1
 nos horizontes A1 e A2 
respectivamente) e Mg
2+
 trocáveis (4,9 e 3,6 mg kg
-1
 nos 
horizontes A1 e A2 respectivamente) foram mais elevados 
nos horizontes superficiais (SANTOS et al., 2011). 
 
 
 
 
Figura 1. Valores de Ca
+2
 trocável em solos de Terra Preta 
de Índio no Pará. Letras minúsculas iguais, não diferem 
estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, através 
do teste de Tukey 
 
 
 
 
Figura 2. Valores de Mg
+2
 em solos de Terra Preta de 
Índio no Pará. Letras minúsculas iguais, não diferem 
estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, através 
do teste de Tukey 
 
Os valores de P disponível na terra preta de índio 
foram superiores (114,08 - E1S1 e 8,46 - E2S1 mg/dm
3
) 
quando comparado ao solo adjacente (1,48 mg/dm
3
) 
(Figura 3). Costa (2003) estudando terra preta de índio no 
sítio arqueológico Ilha de Terra, em Caxiuanã verificaram 
que ocorriam variações nos valores de P disponível, no 
qual essa variação foram de 0,5 a 687 mg kg
-1
. Resultados 
inferiores foram encontrados no estudo feito por Falcão & 
Borges (2006) em solos de terra preta cultivado com 
mamão (na ordem de 519,22 mg kg
-1
).  
Segundo Kämpf & Kern (2005), os valores mais altos 
de nutrientes estão associados à ocupação humana pré-
colombiana, já que o P pode ser encontrados em restos de 
vegetais, tais como na mandioca, açaí, bacaba entre 
outros. Também podem encontrados em resíduos de 
origem animal, como em ossos e excrementos, e em 
resíduos de alimentos. 
Campos et al. (2012) em seu estudo em solos de terra 
preta de índio na Região de Manicoré, encontraram teores 
de P disponível muito baixos nos perfis estudados dos 
solos adjacente (0,2 a 3,4 mg kg
-1
). E na área de terra preta 
de índio os teores de fósforo disponível foram maiores nos 
horizontes antropogênicos, variando de 15,5 a 143,5 mg 
kg
-1
 nos perfis estudados. Santos et al. (2011) também 
verificaram que os teores de fósforo disponível foram 
elevados nos solos de terra preta de índio, todavia com 
valores muito dispersos. 
 
 
 
Luma Castro de Souza, et al 
Revista Verde (Pombal – PB), v. 9, n. 2, p. 340-344, Abr –Jun, 2014 
 
 
Figura 3. Valores de P disponível em solos de Terra Preta 
de Índio no Pará. Letras minúsculas iguais, não diferem 
estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, através 
do teste de Tukey 
 
 
Não houve diferença estatística nos valores de K
+2
 nas 
áreas estudadas. Sendo que, os valores médios de K nos 
solos estudados foram de 0,24; 0,18 e 0,17 cmolc/dm
3
 na 
adjacente, E1S1 e E2S1 respectivamente (Figura 4). 
Campos et al. (2012) verificaram que os teores de potássio 
tanto nas áreas de solos adjacente (0,0 a 0,1 cmolc kg
-1
 no 
horizonte A1 dos perfis estudados) quanto nas de terra 
preta de índio (0,0 a 0,2 cmolc kg
-1
 no horizonte A1 dos 
perfis estudados) foram baixos, estando de acordo com os 
resultados encontrados por Lehmann et al. (2003b). 
 
 
 
 
Figura 4. Valores de K
+
 em solos de Terra Preta de Índio 
no Pará. Letras minúsculas iguais, não diferem 
estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, através 
do teste de Tukey 
 
 
Dentre os sítios estudados, os maiores teores de 
carbono foram encontrados no ponto de coleta E2S1 e 
E1S1 do sítio de TPI, com valor máximo de 59,45 g kg
1
 
(E2S1) e 55,51 g kg
1
 (E1S1), sendo o valor mínimo 
encontrado na área adjacente ao sítio (37,57 g kg
1
) (Figura 
5). 
Estes resultados são corroborados por Campos et al. 
(2012), onde encontraram elevados teores de carbono 
orgânico nos solos de TPI. Para os mesmos autores os 
altos teores de carbono orgânico nas áreas de TPI são 
atribuídos às modificações antropogênicas que esse solo 
sofreu durante o processo de formação. Cunha et al. 
(2007) também verificaram maiores teores de carbono 
orgânico em solos de TPI na Amazônia. Para Moreira 
(2007), a capacidade que esses solos tem de manter 
elevado teor de carbono orgânico ocorre, provavelmente, 
devido às características químicas e da resistência do 
material à decomposição pelos microorganismos.  
 
 
 
 
Figura 5. Valores de Carbono orgânico em solos de Terra 
Preta de Índio no Pará. Letras minúsculas iguais, não 
diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, 
através do teste de Tukey 
 
CONCLUSÃO 
 
 
As terras pretas de índio apresentam valores de cálcio, 
magnésio, fósforo e carbono orgânico superiores aos solos 
não antropogênicos, conferindo-lhes maior fertilidade. 
 
 
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microbial activity. Soil Biology and Biochemistry, v. 41, 
p. 1301-1310, 2009. 


A maioria dos solos agricultáveis da Amazônia tem alta acidez, capacidade de troca catiônica e fertilidade considerada baixa. Os solos de Terra Preta de Índio possuem altos teores de Ca, Mg, P, Zn, Mn, Cu e C orgânico. O objetivo deste trabalho é avaliar os teores de macronutrientes encontrados nas Terras Pretas de Índio e compara-los aos encontrado no solo adjacente. As coletas de solo foram realizadas no Sitio Arqueológico Jabuti. O solo pertence à Ordem dos Gleissolos. As coletas foram realizadas em três áreas do sitio E1S1, E1S2 e área adjacente a 5-10 cm de profundidade. Os valores médios de Ca+2 foram maiores nos solos de Terra Preta de Índio quando comparado com o solo adjacente. Enquanto os valores médios de Mg+2 foram de 4.20; 2.40 e 1.55 cmolc/dm3 E1S1, adjacente e E2S1 respectivamente. Os valores de P disponível na terra preta de índio foram superiores. Os valores médios de K+ nos solos estudados foram de 0.24; 0.18 e 0.17 cmolc/dm3 na adjacente, E1S1 e E2S1 respectivamente. Os maiores teores de carbono foram encontrados no ponto de coleta E2S1 e E1S1 do sítio de Terra Preta de Indio, com valor máximo de 59.45 g kg1 (E2S1) e 55.51 g kg1 (E1S1), sendo o valor mínimo encontrado na área adjacente ao sítio (37.57 g kg1).</span

Caracterização química em horizonte antrópico no Pará

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