Análise da Volatilidade dos Retornos de Ações do Mercado de Capitais Brasileiro: uma Aplicação de Modelos de Variância Condicional

Abstract

Este artigo tem como objetivo identificar anomalias no mercado de capitais brasileiros por meio da análise da dinâmica da volatilidade dos retornos, composta pela reação, persistência e assimetria. Para isso, foram utilizados modelos de variância condicional (GARCH, EGARCH e TARCH). A amostra foi composta pelos retornos diários de cinco ações de empresas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo – BM&FBOVESPA: BBDC4, PETR4, VALE5, TCSL4 e CMIG4, no período de 2006 a 2011. Os resultados obtidos mostram que, de maneira geral, os cinco ativos analisados apresentaram comportamentos semelhantes no que se refere à reação e persistência da volatilidade, independentemente do modelo utilizado. Durante todo o período de tempo analisado, ocorreram choques de volatilidade nos cinco ativos estudados, sobretudo no subperíodo que compreendeu a crise financeira mundial de 2008. Verificou-se também que esses choques foram persistentes, indicando a necessidade um maior período de tempo para dissipar-se. Isso evidencia que o mercado de capitais brasileiro tende a reagir de maneira semelhante a eventos relevantes, independente do setor de atuação da empresa. Com relação à assimetria da volatilidade, os resultados encontrados diferiram em relação aos ativos estudados e ao modelo utilizado. Os ativos apresentaram comportamentos assimétricos divergentes, indicando que reagem de maneira diferente às informações positivas e negativas divulgadas no mercado. Esse resultado vai de encontro à Hipótese de Eficiência de Mercado, que preconiza a incorporação, praticamente automática, das informações nos preços dos ativos, não possibilitando ganhos financeiros provenientes de tais informações

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