Braille Fácil: editor de textos para transcrição Braille

Abstract

O sistema Braille é um código universal tátil para leitura e escrita, usado por pessoas cegas, desenvolvido por Louis Braille, na França, no início do século XIX.  Este sistema é utilizado em diversos idiomas, em textos comuns, e com algumas variações, na simbologia matemática e científica, na música e na informática. Para tornar simples a transcrição computadorizada de Braille, e em particular, atendendo aos requisitos do Governo Brasileiro para o Plano Nacional do Livro Didático em Braille, em 2005 foi criado no NCE/UFRJ (hoje Instituto Tércio Pacitti), em parceria com a ONG Acessibilidade Brasil, o software Braille Fácil, um editor de textos com facilidades específicas, que permite a digitação de textos (ou transcrição com recorte e colagem) e sua impressão quase automática numa impressora Braille. No Braille Fácil, podem ser agregados aos textos digitados alguns códigos de formatação específicos, que permitem ajustes finos com o objetivo de obter uma impressão legível, formatada e muito bem organizada. A interface do programa é muito simples e pouco difere de um editor de textos comum, com a vantagem de que o texto digitado pode ser formatado e visualizado antes da impressão em Braille, com enorme economia de tempo e de gasto de papel. O Braille Fácil é o sistema de transcrição oficial para o sistema Braille usado por instituições de renome, como o Instituto Benjamin Constant, no Brasil, e a Biblioteca Nacional de Portugal. A escolha do Braille Fácil como a melhor opção de impressão de Braille, está diretamente ligada ao fato de que seu uso proporciona enorme velocidade e qualidade de geração de textos. Os recentes desenvolvimentos do sistema, realizados nos últimos meses por nossa equipe, têm proporcionado facilidades tais como a Impressão de Gráficos Táteis, que podem ser embutidos no texto.  Desta forma é possível a transcrição de livros didáticos contemporâneos, em que as figuras são partes essenciais, e que atendem aos conteúdos programáticos das escolas regulares. É possível, então, gerar livros com grande qualidade técnica, atendendo aos requisitos mais elevados de transcrição de materiais textuais para cegos. Concluímos, portanto, ser relevante a divulgação de informações sobre o desenvolvimento deste sistema, hoje utilizado por centenas de escolas em quase todos os países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), como forma de garantir o aumento de oportunidades no acesso, formação e inclusão social para os alunos com deficiência visual. Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, Deficiência Visual, Braille

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