Fios que tecem a história: o cabelo crespo entre antigas e novas formas de ativismo

Abstract

  Como desdobramento da dissertação de mestrado que se dedicou a investigar o ciberativismo como estratégia política de mulheres negras, esse estudo teve intenção de contextualizar teoricamente, dinâmicas históricas de ativismo, as quais trouxeram como ferramenta de luta o uso do cabelo crespo. Assim, torna-se importante destacar a influência do movimento político Black Power nos Estados Unidos a partir dos anos 1960 e seus desdobramentos no Brasil na década de 1970 e 1980, encabeçado pelo Movimento Negro – MN, promove um resgate da estética negra através e, principalmente, do cabelo crespo, configurando-se como uma forma de buscar a valorização e afirmação da identidade negra e o combate à hegemonia estética eurocêntrica. Percebe-se, portanto, que mulheres negras em grupos virtuais, têm usado como estratégias de articulação e militância política, o espaço virtual, através do Facebook para pautar o uso do cabelo natural como ferramenta política. Logo, o referido movimento político de mulheres negras autoidentificadas como mulheres crespas e cacheadas, faz uso da tecnologia, o ciberativismo, para articulação na rede virtual, propondo o uso cabelo natural, como ferramenta própria de combate ao racismo, ao preconceito e outras formas de opressão, implicando questões de empoderamento feminino, Feminismo negro e ativismo político, sendo protagonistas de novas formas de ativismo, pautando o uso do (retorno ao) cabelo crespo, como mecanismo estético de empoderamento e, tendo um alcance nacional, uma vez que o ciberativismo se configura como a diluição de fronteiras espaciais e geográficas. O Referencial teórico que se destaca nessa produção, está ancorado nas ideias de Domingues (2007); Figueiredo (1994; 2012); Gomes (2008); Hall (2003); Horochovski e Meirelles (2007); Lemos (2003); Maia (2015) e Mattos (2015).Palavras-chave: cabelo crespo; Facebook; ativismo; mulheres negras

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