A reconfiguração da sociologia no Brasil: expansão institucional e mobilidade docente

Abstract

Este artigo analisa a reconfiguração do campo da Sociologia no Brasil, tendo como recorte a expansão da graduação e da pós-graduação a partir dos anos 1980, que resultou num crescimento sem precedentes da pesquisa social no país. Esse processo se consolidou com a normatização da avaliação da pós-graduação, bem como com a implantação de políticas de fomento à formação e pesquisa e, a partir de 2003, de programas de expansão das universidades públicas, com novas universidades, novos campi, institutos federais e maior democratização do acesso a estudantes de baixa renda, cotistas e outros. Nesse período, houve uma forte renovação geracional propiciada, de um lado, pela abertura de novas vagas nas universidades públicas decorrentes de programas de expansão, como o PROUNI, e, de outro, pela aposentadoria de um número expressivo de professores que participaram da montagem e organização da pós-graduação de Sociologia em diferentes regiões do país. Esse conjunto de situações levou a um processo que estamos chamando de “nacionalização” do campo da Sociologia no Brasil. Nacionalização no sentido da construção de uma cultura acadêmica não mais restrita a pequenos grupos e regiões, mas à sua generalização pelo país de uma forma cada vez mais conectada com o desenvolvimento da disciplina internacionalmente. Para demonstrar essa afirmação utilizamos alguns indicadores: os dados do CCGE, que, por sua vez, utiliza dados da Plataforma Sucupira da Capes e da RAIS sobre número de cursos e titulados no mestrado e doutorado, assim como a situação diante do mercado de trabalho no período 1996-2014. Foram levantados também os cursos de graduação ativos no país a partir de 1933 e seu crescimento até 2018 através do site e-mec do Ministério da Educação. Utilizamos ainda a Plataforma Sucupira da Capes, para obter dados dos docentes disponíveis em todos os programas credenciados da área.The article analyzes the reconfiguration of the sociology field in Brazil, from the expansion of undergraduate and graduate studies starting from the 1980s, which resulted in an unprecedented growth of social research in the country. This process was consolidated with the standardization of the graduate evaluation, as well as the implantation of development policies towards graduation and research. Moreover, since 2003, with the programs of public university expansion - new universities, new campuses, federal institutes of technical education - and the democratization of access to low-income students. During this period, there was a strong generational renewal promoted, on one hand, by the opening of new vacancies in public universities because of expansion programs, like PROUNI, and, on the other, the retirement of a significant number of professors and researches who participated in the organization of the graduate sociology studies in different areas of the country. This set of situations has led to a process we are calling the "nationalization" of the sociology field in Brazil. Nationalization in the sense of building an academic culture no longer restricted to small groups and areas, but to its generalization in the country in a more connected way with the development of the discipline internationally. In order to demonstrate this, we have used some indicators: the CCGE data, which, in turn, uses data from the Capes and RAIS Sucupira Platform, regarding the number of courses and master’s and doctorate degrees, as well as the situation in the work market during the 1996-2014 period. The undergraduate courses active in the country, from 1933 and their growth until 2018, were obtained through the website of the Ministry of Education. We also used the Capes Sucupira Platform to obtain data regarding the faculty available and all accredited programs in the field

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