Segundo a Organização Mundial de Médicos de Família (WONCA), a prevenção quaternária (P4) emergiu como um conceito inovador, propondo alternativas para prevenir o uso excessivo de medicamentos, os eventos iatrogênicos e otimizar os custos da saúde em todos os níveis de atenção, principalmente na primária. Este estudo tem como proposta relatar e evidenciar a importância da prevenção quaternária na prática dos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS). Foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, utilizando-se os seguintes descritores: ‘’Prevenção quaternária”, ‘’APS’’, “Quaternary prevention” e “Overmedication” com ênfase em resultados de até 5 anos. O estudo identificou que a P4 é um tema ainda pouco trabalhado dentro da graduação médica, tendo um pequeno número de publicações voltadas para o assunto disponíveis nas bases de dados nacionais. O termo Prevenção Quaternária foi utilizado pela primeira vez em 1995, sendo definido como uma ação feita para rastrear um paciente ou população em risco de sobremedicalização, para protegê-los de intervenções médicas invasivas e sem recomendações, sugerindo procedimentos eticamente aceitáveis, ganhando popularidade especialmente entre os médicos de família. A P4 é uma ferramenta fundamental não só na APS, mas também em todo o SUS, pois ao eliminar os tratamentos e rastreamentos diagnósticos desnecessários, assim como a sobremedicalização, os custos com saúde do sistema e a mortalidade iatrogênica tendem a diminuir, possibilitando um melhor uso dos recursos disponíveis. Em conclusão, a prevenção quaternária é um tema de grande relevância na prática médica, entretanto, a quantidade e qualidade dos estudos disponíveis ainda não são satisfatórias. Desse modo, recomenda-se mais pesquisas que avaliem a eficácia da P4 na melhoria da saúde pública