Mapeando agências: considerações sobre modos de existir no Terminal de Integração do Centro, em Florianópolis/SC

Abstract

Neste texto, escrito como parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, analiso algumas dinâmicas do Terminal de Integração do Centro (TICEN) em Florianópolis/SC – o maior terminal de ônibus da cidade – para realizar uma discussão sobre as configurações corporais, ambientais e ontológicas que ali acontecem. Argumento a favor da perspectiva de que o ambiente não é um local onde sujeitos vivem, mas um mundo trazido a tona em conexão com os sujeitos através das ações de ambos. Junto à descrição de situações onde isto pôde ser presenciado, uso de ocasiões do cotidiano do terminal observadas durante o trabalho de campo para problematizar a adequação das ideias de multiplicidade ontológica e agência a esta perspectiva de análise. Trago informações sobre as projeções feitas sobre o TICEN por aqueles que buscam praticá-lo de formas distintas para explicitar os modos como humanos e não-humanos de vários tipos – desde veículos até o governo e a iniciativa privada – compartilham todos de vida devido a uma continuidade ontológica ao invés de uma multiplicidade ontológica. Lanço mão de ocasiões onde os diversos sujeitos que existem no TICEN constituem-se através dos cruzamentos de modos de existência diferentes para questionar a possibilidade de radicalizar estas diversas subjetividades em pólos ontológicos distintos, e faço uma tentativa de examinar como os significados se constróem para todos os envolvidos nestes cruzamentos. Por fim, traço uma hipótese – apresentada aqui como uma proposta inicial para desenvolvimento em pesquisa – de qual é o movimento por excelência que age na formulação da vida no TICEN.

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