Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Abstract
The Inconfidência Mineira (Minas Conspiracy) is the only episode of the colonial past that appears on the Brazilian civic calendar as a holiday. In addition to being associated with the image of Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), not by random officially resembling the image of Christ, the flag which the conspirators would have sketched has become official in 1963 in the form known nowadays and has become another symbol of the conspiracy elected as the founding moment of national emancipation. However, its motto – Libertas quæ sera tamen – needed a more accurate examination and a more precise understanding of the intentions of the conspirators, especially Alvarenga Peixoto, who chose this fragment of Vergil’s Eclogues (1.27), currently translated as follows: “Liberty, albeit late”. This article proposes another translation and therefore a new interpretation for that fragment. A Inconfidência Mineira é o único episódio do passado colonial que figura no calendário cívico brasileiro como um feriado. Além de associada à figura de Tiradentes, não por acaso oficialmente assemelhada à imagem de Cristo, a bandeira que os inconfidentes teriam esboçado acabou oficializada em 1963 na forma hoje conhecida e tornou-se outro símbolo da conjura eleita como instante fundador da emancipação nacional. Porém, o lema que a compõe – Libertas quæ sera tamen – necessitava de exame mais acurado e de uma compreensão mais precisa da intenção dos inconfidentes, em especial Alvarenga Peixoto, ao escolher esse fragmento das Éclogas de Virgílio (1.27), correntemente traduzido como “Liberdade, ainda que tardia”. Este artigo propõe outra tradução – e, portanto, nova interpretação para esse fragmento.