Nogueira, Carla Luciane Bentes

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XVI Jornada de Iniciação Científica PIBrc CNPqjFAPEAMjINPA Manaus - 2007Análise florística e estrutural em áreas de produção agrícola(agrofloresta, agricultura e pasto), na região do Alto Solimões,Amazonas, Brasil.Carla Luciane Bentes NOGUEIRA1; Hiroshi NODA2; Ieda Leão do AMARAL3'Bolslsta PIBIC INPAjCNPq; 2 Orientador INPAjCPCA; 3 Colaborador INPAjCPBOo Alto Solimões é uma mesorregião do Estado do Amazonas onde localiza-se a maior comunidadeindígena da Amazônia, a comunidade dos índios Ticunas. É uma das áreas mais preservadas daregião Norte do Brasil. O Município de Benjamin Constant, situado no Alto Solimões, apresenta umasituação sócio-econômica mais \/anta)osa <\uando comparada c.om a dos dema\s mun\dp\os darnesorreqíão. Isso ocorre devido o sfsterna óe açrícultura famiriar diversificar a produção utilizandonormalmente cinco componentes do sistema: sítio (agrofloresta), roça (agricultura), capoeira,extrativismo vegetal/animal e criação animal (pasto). Dessa forma é possível garantirsustentabilidade produtiva aos agricultores, tendo em vista o elevado nível da diversidade biológicae genética da região (Noda et ai., 2001). A presente pesquisa teve como objetivo estudar acomposição florística, a estrutura da vegetação e o arranjo fitossociológico das espécies quecolonizam as áreas de agrofloresta, agricultura e pasto. O estudo foi realizado em áreas de plantiode culturas agronômicas, na terra firme, localizadas em duas comunidades indígenas de agriculturafamiliar, denominadas de Guanabara II e Nova Aliança, município de Benjamin Constant, AltoSolimões, Estado do Amazonas, Brasil. O trabalho foi conduzido a partir da demarcação de 38pontos em áreas de cultivos agrícolas, assim divididos: 8 pontos em sítios, 14 em pasto e 16 emroça, seguindo o protocolo do projeto Biosbrasil. Esses pontos foram classificados para avaliação emEstrato I e Estrato II. No Estrato I foram mensurados todas as formas de vida vegetal, comDiâmetro Altura do Peito (DAP) ~ 5 em, à uma altura de 1,30 m do solo, marcados com placas dealumínio. No Estrato II todas as formas de vida vegetal, foram classificadas em categoria detamanho: Classe I - Indivíduos com altura < 50 em; Classe II - Indivíduos com altura ~ 50 em <1,5 m; Classe III - Indivíduos com altura ~ 1,5 m < 3,0 m; Classe IV - Indivíduos com altura ~ 3,0m e DAP s 5 em, propostas por (Higuchi et ai., 1985; Lima Filho et ai., 2002). Na avaliaçãoflorística, estrutura, diversidade e similaridade foram utilizadas as metodologias de Müeller-Dombois& Ellemberg (1974), Finol (1971), Magurran (1988), Mori et ai. (1983) e Krebs, 1989. Foraminventariados 20882 indivíduos pertencentes a 83 famílias, 224 gêneros e 334 espécies. Ocomponente com maior número de indivíduos foi a agricultura (roça) com 10678, em segundo opasto com 5273 e em terceiro a agrofloresta (sítio) com 4931. Dentre as famílias com maior riquezade espécies estão as Leguminosae com 29 espécies, Rubiaceae (20), Poaceae (18), Euphorbiaceae(17) e Asteraceae (14) representando 29% do total de espécies. Em relação ao hábito o herbáceo(erva) predomina com 92 espécies, seguido das árvores com 69 espécies e dos arbustos com 45espécies. As famílias mais abundantes foram Poaceae com 6303 indivíduos, Leguminoseae (2150),Asteraceae (2081), Cyperaceae (1559) e Euphorbiaceae (1365) correspondendo em conjunto 64%do total de indivíduos registrados. As espécies com maior número de indivíduos foram Paspalumdistachyon (2517), Panicum pilosum (1757), Erechtites hieraciifolius (1269), Phy/lanthus niruri(906) e Piper umbe/latum (892) correspondendo a 35% do total de indivíduos amostrados. Aespécie com o maior Índice de Importância de espécie (IV!) foi Musa sp1 com IVI = 86correspondendo a 29% do IVI total das espécies. A família que apresentou o maior Índice de valorfamiliar (FIV) foi a Musaceae com FIV = 75 correspondendo a 25% do FIV total. Quanto àdiversidade de espécies, representado pelo índice de Shannon (H'), a média foi baixa (2,2), quandocomparada com a floresta nativa, sendo esse um resultado já esperado, visto que as áreasamostradas eram plantadas. A curva espécie x área do pasto mostra que houve tendência deestabilização (Figura 1). No Estrato I da agricultura a curva não conseguiu estabilizar-se (Figura2A). No Estrato II da área de agricultura houve tendência de estabilização, porém no final da curvahouve variação, decorrente de uma transição sucessional (Figura 2B). No Estrato I da agrofloresta acurva esta quase estabilizada (Figura 3A). No Estarto II da agrofloresta a curva continua variando(Figura 3B). As áreas abordadas são dissimilares, somente os pontos 49 e 55 atingiram um índicede 0,7 que é considerado razoável.187XVI Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 200780o2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13ÁREAFigura 1 - Curva acumulativa de espécie x área ocorrentes em áreas de pasto da área de levantamento do uso ecobertura da terra no Município de Benjamin Constant, AM.A B2520w.@ 15~ '; J~~--'--r-'--'--r--.-'--r--'----'-200w 150U·We,C/)w 50O J -r-r--,--,--,........ ,--r---r----,-,---,--,~-r--r1002 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 3 5 7 9 11 13 15 17 19Figura 2 - Curvas acumul~ de espécie x área no Estrato I (A) e Estrato II (Bf!3~rrentes em áreas deagricultura da área de levantamento do uso e cobertura da terra no Município de Benjamin Constant, AM.80LU 6013·W 40m 200-1 2 3 4 5 6 7 8 9 10200LU 150 B13.~ 100ffl 50o ------2 3 4 5 6 7 8 9 10AAA~ AA~Figura 3 - Curvas acumulativas de espécie x área no Estrato I (A) e Estrato II (B) ocorrentes em áreas deagrofloresta da área de levantamento do uso e cobertura da terra no Município de Benjamin Constant, AM.Palavras-chave: Análise Florística, Produção Agrícola, Amazônia.Bibliografias citadasFinal, U.H. 1971. Nuevos parametros a considerarse em el analisis estrutural de Ias selva virgenes tropicales.Rev. For. Venezolana, (14): 29-42.Krebs, c.i, 1989. Ecological methodology. Harper & Row, New York, USA. 654pp.Magurran, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press, New Jersey, USA.192pp.Mori, S. A.; Boom, B. M.; Carvalino, A. M. & Santos, T. S. 1983. Ecological importance of Myrtaceae in anEastern Brasizilian wet forest (notes) Biotropica. 15 (1): 68-70.Müller-Dombois D.; Ellemberg, H. 1974. Aims and methods for vegetation ecology. John Wiley & Sons, NewYork, USA. 547pp.Nada, S. N.; Nada, H.; Azevedo, A. R.; Martins, A. L. U.; Paiva, M. S. 2001. Agricultura Familiar: a organizaçãoespacial na produção e no turismo. In: Parcerias estratégicas, nO12. Brasília: MCT.p. 84 - 111.Higuchi, N.; Jardim, F.C.S.; Santos, J.; Alencar, J.c. 1985. Bacia 3 - Inventário Diagnóstico da RegeneraçãoNatural. Acta Amazonica, (15):199-233.Lima-Filho, D.A; Revilla, J.; Coêlho, L.S.; Ramos, J.F.; Santos, J.L.; Oliveira, J.G. 2002. Regeneração natural detrês hectares de floresta ombrófila densa de terra firme na região do rio Urucú, Amazonas, Brasil. ActaAmazonica, (32):555-570.188

Análise Florística e Estrutural em Áreas de Produção Agrícola (agrofloresta, Agricultura e Pasto), na Região do Alto Solimões, Amazonas, Brasil.

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