Castro, Rebecca Freire de

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Repositório do INPA

VI Jornada de Iniciação Científica do INPA • 18 a 20 de Junho de 1997 • Manaus - AMESTUDO FITOQUÍMICO DE Brosimum rubescens (MORACEAE) USADA NAAMAZÔNIA COMO MEDICAMENTO POPULAR.Rebecca Freire de Castro (1) ; Orlando Libório Pereira Júnior (2) ; Esther Levy Aguiar Wolter (2)(I) Bolsista/PIBIC ; (2) Pesquisadores CPPNIINP ANos últimos anos, tem aumentado a procura por produtos naturais, no que se poderiadenominar "corrida naturalista". A Amazônia, com sua biodiversidade praticamente inexplorada,tem atraído as atenções de pesquisadores e comerciantes de todas as partes do mundo. Avelocidade com que a floresta vem sendo destruída, é razão suficiente para o incremento doestudo químico das espécies amazônicas. Por outro lado, é enorme o potencial da floresta comofonte de novos fármacos, principalmente quando as comunidades da região usam comomedicamentos dito "caseiros" as plantas da Amazônia das mais diversificadas formas. Sabe-seque desde os tempos mais remotos o homem vem usando as saus crendices e práticas no cambateàs suas afecções. Neste aspecto, a flora da Amazônia constitui-se uma verdadeira fonte deposíveis medicamentos, como a Quinidina, usado contra a malária ou morfina usada para aliviar ador em pacientes em fase terminal com câncer e muitas outras substâncias.Há algum tempo surgiu o interesse pelas possibilidades dos produtos vegetais seremutilizados como fonte de matérias-primas de novos medicamentos, culminando que algumasindústria de medicamentos e pesquisadores se concentrassem na tentativa do isolamento eidentificação dos prováveis princípios ativos, visando sintetiza-los total ou parcialmente paraprodução em grande escala.Um número muito reduzido de plantas amazônicas tem sido estudadas fitoquimicamente eo processo acelerado de destruição das florestas está diminuindo a rica biodiversidade daAmazônia e a oportunidade de se encontrar plantas regionais com princípios ativos que permitama produção de novos fármacos.Brosimum rubescens Taubert é uma árvore grande, frequente na mata de terra firme, emsolo arenoso ou argiloso, o látex e branco e as raízes vermelhas na superfície da terra, a madeira évermelho escuro (SILVA, 1977) motivo pelo qual é conhecida como "palo de sangre"no Perú, noBrasil também é conhecida com "muirapiranga" (BRAZ FILHO, 1972).a presente trabalho tem como finalidade o estudo fitoquímico da madeira de B. rubescensvisando o isolamento e a identificação estrutural dos seus constituintes químicos.A madeira de Brosimum rubescens foi separada em cerne e alburno por apresentaremcolorações bastante distintas, as partes foram sêcas à temperatura ambiente e após a secagemmoidas em moinho com lâminas apropriadas e colodas para extrair com hexano e posteriormentecom Metanol em frasco Mariotte.a cerne e o alburno foram sêcos a temperatura ambiente, moídos, pesados e submetidos aextração por percolação com hexano e metanol. As soluções foram concentradas em evaporadorrotativo, sob pressão reduzida. Quando da concentração do extrato hexânico do cerne de B.rubescens ocorreu a deposição de um sólido cristalino, branco, que foi removido por filtração.(TABELA 1).131VI Jornada de Iniciação Científica do INPA • 18 a 20 de Junho de 1997 • Manaus - AMTABELA 1. PREPARAÇÃO DOS EXTRATOS DE Brosimum rubescensPlantaJExpecificação Peso Solvente Extrator Extratos Rendimento(Kg) (gramas)Brosimum rubescens/Ceme HEXANO Hexânico (1) 9,581,41 cristais (2) 12,83MeOH metanólico (3) 302,37Brosimum rubescens/ Albumo 1,5 HEXANO hexânico (4) 9,06MeOH metanólico (5) 18,88o extrato hexânico do ceme de B. rubescens foi submetido a fracionamento cromatográficoem coluna, usando-se com fase fixa Sílica Gel marca MERCK, art. 7734 e como fase móvel móvelhexano, hexano:acetato de etila (9:1 ; 8:2; 7:3 ; 1:1 ), acetato de etila, acetato de etila : metanol (9:1 ;8:2 ; 7:3 ; 1:1) e metanol. As frações obtidas foram reunidas com base na análise comparativaefetuada através de Cromatografia em Camada Delgada (TABELA 2).TABELA 3. FRACIONAMENTO CROMATOGRÁFICO DO EXTRATO HEXANICO DOCERNE DE Brosimum rubescens.ELUENTES FRAÇÕES REUNIÕESHEXANO 1-4 1-2 (A)HEX.: AcOET 5-6 3-4 (B)(9:1)HEX.: AcOET 7-10 5-6 (C)(8:2)HEX.: AcOET 11-12 7-8 (D)(7:3)HEX.: AcOET 13-15 9-10,18-21 (E)(1:1)AcOET. 16-19 12, 15-17 (F)AcOET:MeOH 20-23 22-24 (G)(9:1)AcOET: MeOH 24-25 25 - 32 (H)(8:2)AcOET: MeOH 26-27(7:3)AcOET: MeOH 28-30(1:1)MeOH 31-32O sólido cristalino obtido no concentração do extrato hexânico de B. rubescens analisadoem Cromatografia Camada em Delgada usando-se como eluentes diversas fases móveis,apresentou-se como uma substância pura, com Ponto de Fusão de 130-133 oCo Dados obtidos132VI Jornada de Iniciação Científica do INPA • 18 a 20 de Junho de 1997 • Manaus - AMatravés de Espectrometria na região do Infravermelho e de Ressonância Magnética Nuclear de13C, aliados a dados da literatura (BRAZ FILHO, 1971; 1972 ; BROWN, 1976) permitiuidentificar a substância como sendo xantiletina (I).( I )BRAZ FILHO, R; MAGALHÃES, A.F.; GOITTLIEB, O.R 1971. A Química de MoraceasBrasileiras - 11.Brosiprenina e Outras Cumarinas do Brosimum rubescens. An. Acad. Brasil.Ciênc.,43 (3/4).BRAZ FILHO, R ; MAGALHÃES, A.F. ; GOITTLIEB, O.R 1972.Coumarins fromBrosimum rubenscens. Phytochernistry. Vol. 11. 3307-3310.BROWN, K.S. ; RUFFIELD, A. M. ; DURHAM, L. J. 1966. Sobre um pretenso esteróide damadeira de Brosimum paraense Huber; Caracterização como Xantiletina. An. Acad. Brasil.Ciênc, 38 (3/4).411-413.GOTTLIEB,O.R. ; SILVA,M.L. ; MAIA,J.G.S. 1972.Distribution of Coumarins in AmazonianBrosimum species. Phytochemistry, Vol. 11. 3479- 3480.SILVA, M.F. ; LISBOA, P.L.B. E LISBOA, RC.L. 1977 . Nomes Vulgares de PlantasAmazônicas, CNPQ/lNP A, Manaus, 222 p.133

Estudo Fitoquímico de Brosimum Rubescens (moraceae) Usada na Amazônia Como Medicamento Popular

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