Narrativas de mulheres-engenheiras sobre formação profissional e mundo do trabalho: reflexões e contribuições para o curso de Engenharia Civil de um Instituto Federal

Abstract

Despite the female achievements, in the context of their insertion in the academy and in the world of work, there is a greater occupation of women in courses and jobs that refer to the extension of socially constructed attributions as feminine. This dissertation was born from the investigative effort to analyze the relationships involving symbolic gender violence against women in a Civil Engineering course. The objective is to answer the following question: what are the reflections and contributions revealed by the narratives of female engineers and the documental corpus, about the relationship: curriculum, gender and male domination? A qualitative approach was used, in which bibliographical, documentary and narrative research were conducted, with two distinct groups of female engineers, two undergraduate students of the Civil Engineering course and two servants of a federal institute. Data construction was based on narrative interviews; The analytical treatment took place in the light of narrative analysis, taking as reference the relations of power and domination that marked the life story of these women. The following results were obtained: a) women were an absolute minority in the formation of the Civil Engineering course; b) had to impose themselves in their relations, especially in the world of work to achieve demarcation of their space; c) experienced situations of devaluation of their speech, as well as intimidation; d) did not report feeling symbolic gender violence by teachers and classmates; e) considered the curriculum of the course neutral, without pointing out elements that could reinforce the symbolic violence of gender and, finally, f) in all narratives situations of overcoming of challenge appeared mainly in the world of work. From this, we obtained an Educational Product, characterized as a video documentary, revealing the life stories of the women engineers interviewed. The documentary presents a theoretical contextualization about symbolic gender violence, based on Bourdieu (2002) and the curriculum, about its non-neutrality, based on Tadeu Silva (2009), about the need for discussions about gender inequalities for the construction. a new curriculum covering femininity and masculinity.Apesar das conquistas femininas, no âmbito de sua inserção na academia e no mundo do trabalho, percebe-se uma maior ocupação de mulheres em cursos e postos de trabalho que remetem à extensão de atribuições construídas socialmente como femininas. Esta dissertação gestou-se a partir do esforço investigativo em analisar as relações que envolvem a violência simbólica de gênero contra mulheres, entendidas como práticas sexistas, em um curso de Engenharia Civil. Objetiva-se responder a seguinte questão: quais as reflexões e contribuições reveladas pelas narrativas de mulheres engenheiras e pelo corpus documental, acerca da relação: currículo, gênero e dominação masculina? Utilizou-se uma abordagem qualitativa, em que se realizou pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa narrativa, com dois grupos distintos de mulheres engenheiras, sendo duas estudantes graduandas do curso de Engenharia Civil e duas servidoras de um instituto federal. A construção de dados deu-se a partir de entrevistas narrativas; o tratamento analítico ocorreu à luz da análise de narrativas, tomando como referência as relações de poder e de dominação que marcaram a história de vida dessas mulheres. Obteve-se os seguintes resultados a) as mulheres eram minoria absoluta na formação do curso de Engenharia Civil; b) tiveram que se impor nas suas relações, principalmente, no mundo do trabalho para conseguir demarcação do seu espaço; c) experenciaram situações de desvalorização de suas falas, além de intimidação; d) não referiram sentir violência simbólica de gênero por professores e colegas de turma; e) consideraram o currículo do curso neutro, sem apontar elementos que pudessem reforçar a violência simbólica de gênero e, por fim, f) em todas as narrativas apareceram situações de superação de desafio principalmente, no mundo do trabalho. A partir disso, obteve-se um Produto Educacional, caracterizado como um videodocumentário, revelando as histórias de vida das mulheres engenheiras entrevistadas. O documentário apresenta uma contextualização teórica acerca da violência simbólica de gênero, baseada em Bourdieu (2002) e do currículo, sobre a sua não neutralidade, baseado em Tadeu Silva (2009), sobre a necessidade de discussões sobre as desigualdades de gênero para a construção coletiva de um novo currículo, que contemple feminilidades e masculinidades

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