A poética de pensar e agir: reflexões sobre a construção de sentidos

Abstract

A palavra “construir” pode ter como sinônimos os termos criar, fabricar e produzir. Pensar sobre a finalidade da construção implica supor que, enquanto o homem é artífice da matéria, ele sonha essa matéria e a modela, a destrói e a reconstrói, na medida em que torna visível o seu desejo de fazer. O filósofo Gaston Bachelard (1989; 1997), ao tratar sobre a imaginação material, permite, também, que o homem devaneie sobre seu próprio fazer, tornando sua ação poética, como a descreve Valéry (1999). Tal dimensão se dá, não somente na natureza das coisas, mas inclusive e principalmente dentro de sua própria noção de sujeito que faz, que age e que se forma em sua experiência de existir. Por isso, a cada construção que se inaugura, podemos pensar nessa dinâmica de construção de si, que se modela e se altera de acordo com cada nova descoberta. Sendo assim, o objetivo deste artigo é fazer uma reflexão sobre a construção e suas significações no cotidiano, através de uma abordagem poética. Como metodologia, será feita uma análise de dois poemas de um autor brasileiro consagrado, falecido há exatos 40 anos: Vinicius de Moraes. Com essa dinâmica, é possível perceber o quanto as palavras de um poeta podem construir sentidos em nossas vidas, principalmente em tempos que exigem reinvenção da maneira como agimos no mundo

    Similar works