Introdução: o que nos carregou até o sangue?

Abstract

Substância, metáfora, líquido essencialmente vinculado à vida, associado à movimentação, ao veículo de coisas das mais diversas, como identidades. O sangue, vital para humanos e não-humanos, possui muitas existências, significações e interpretações, das quais a Antropologia desde os seus primórdios soube se valer. Ainda em1871, Morgan publicava Systems of Consanguinity and Affinity of the Human Family e desde então, as questões em torno do sangue nunca deixaram de interessar aos antropólogos. Nos estudos de parentesco, campo em que a temática se demonstrou especialmente frutífera, as abordagens sobre o sangue foram desenvolvidas e ampliadas, deslocando e movimentando as próprias compreensões sobre parentesco. No desenvolvimento da disciplina, os horizontes de análise se ampliaram: do sangue enquanto analogia para hereditariedade ao sangue enquanto substância que compõe pessoas e vínculos. Com isso, sua fluidez permitiu movimentar outras substâncias, criando circulações, sistemas, corpos

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