Aprendizagens com signos trans – uma transetopoiese disruptiva

Abstract

Através de uma cartografia das linhas de formação, o artigo problematizaa hipótese, levantada pela literatura, da presença de uma insuficiênciaformativa dos trabalhadores da saúde como causa do desrespeito ao nomesocial, da discriminação e da patologização das identidades trans, queimpedem o acesso dessa população aos serviços de saúde. Foram realizadasentrevistas gravadas em áudio com 7 (sete) trabalhadoras de um ambulatóriodo Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS) lotado emhospital universitário, e com 2 (dois) usuários. Analisa-se um conjunto deestratégias formativas que convergem para uma formação normalizadora quepercorre linhas molares, nas quais os(as) trabalhadores(as) são disciplinadospor protocolos e manuais de diagnóstico a aplicar as normas binárias degênero e a heteronormatividade em seus processos de trabalho, produzindoa patologização das identidades trans e tornando seletivo o acesso aosserviços. A aposta feita no artigo é a de que o encontro com as pessoas transpode fazer emergir aprendizados com signos que catalisam a experiênciade uma arte de fazer-se trans, a qual culmina no mal-estar do desencontrocom as verdades sobre gêneros e sexualidade. Sair de tal mal-estar supõeexperimentar-se com tais signos - uma experimentação transetopoiética coma produção de um corpo com novos contornos, capaz de suportar a diferença que pede passagem, abrindo caminho para a produção de modos de viver e trabalhar com a saúde trans que afirmem a diferença

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