MOBILIDADE URBANA NÃO-SUSTENTÁVEL: a forma urbana e a priorização dos modais motorizados movidos à combustíveis fósseis em Araraquara (SP)

Abstract

A priorização de modais motorizados movidos a combustíveis fósseis, especialmente os individuais, são prioridade dos governos brasileiros desde a década de 1950. Sua importância chega a, essencialmente, compor uma política pública de Estado, tamanha participação nos principais setores econômicos e produtivos no Brasil. Tal importância, independentemente de vieses ideológicos, foi observada tanto em períodos de auge do desenvolvimentismo no regime militar iniciado em 1964, assim como nas reduções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em governos de centro-esquerda em um movimento denominado de neodesenvolvimentismo. De toda forma, as principais decisões baseadas neste modelo macroeconômico trouxeram – e ainda trazem – consequências cada vez mais insustentáveis no quesito políticas públicas, demografia e planejamento urbano colocando, constantemente, os principais estudos em busca de soluções que permitam apontar/resolver decisões anteriores equivocadas. Por isso, neste artigo, objetiva-se colocar em discussão decisões que poderiam ter sido evitadas ao esmiuçar o caso do município de Araraquara (SP) que presenciou sua área urbana passar de 3.352,61 hectares no ano de 1971 para 15.504,13 hectares em 2013, impactando na quantidade de vazios urbanos e resultando em necessidades cada vez maiores de aumento da infraestrutura aos transportes coletivos para cobrir o território cada vez mais espraiado, sendo este cenário impulsionado em grande parte pela flexibilidade dos modais individuais e coletivos movidos a combustíveis fósseis, que possibilitaram a abertura de loteamentos mais distante da centralidade da área urbana e que encaminharam o encerramento do transporte coletivo movido à energia elétrica

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