Modelos de Negócio em Farmácia Comunitária

Abstract

A vantagem competitiva de uma empresa é na atualidade associada ao conceito Modelo de Negócio. A aplicação deste conceito não se restringe apenas à área de gestão e estratégia de empresas, podendo observar-se a sua descrição no setor da saúde, particularmente em farmácia comunitária. Em adição à componente dos cuidados de saúde, a farmácia comunitária surge como uma empresa estrategicamente orientada para a obtenção de lucro, de forma sustentada. A evolução deste mercado a nível legislativo, financeiro e económico bem como as exigências do consumidor fez com que a prática tradicional deixasse de corresponder às necessidades. Novos modelos de negócio emergiram com especial destaque para os modelos integrados. Em Portugal, a maioria das farmácias comunitárias tem a sua prática diária inserida num grupo. No entanto, algumas ainda operam segundo um modelo de negócio individual. Perceber qual das duas dinâmicas de gestão é mais vantajosa torna-se relevante para o sucesso do negócio farmácia. Assim, o presente estudo visa caracterizar os dois modelos, individual e integrado, estabelecendo as vantagens e desvantagens dos mesmos. Para a concretização da investigação, recorreu-se a um método de pesquisa qualitativa, com recurso a entrevistas. A amostra estudada é de 14 entrevistados que trabalham em diversas funções associadas à farmácia comunitária. Os entrevistados responderam a um guião de perguntas que refletem os nove componentes do Modelo de Negócios Canvas. Neste sentido, verificou-se que a melhoria da capacidade de negociação é intrínseca a modelos integrados. Apoio na gestão de categorias, na aquisição de produtos SOS e esgotados, campanhas de Marketing e Merchandising são também alguns dos recursos proporcionados às farmácias através da integração num grupo. O auxílio nestas tarefas proporciona uma melhor gestão de tempo ao proprietário, diretor técnico ou farmacêutico, tendo como implicação prática maior dedicação no atendimento ao balcão. A perda de individualidade e a impossibilidade de escolha dos parceiros são apontados como alguns dos pontos negativos decorrentes da transição de um modelo individual para um modelo integrado.The competitive advantage of a company is currently associated with the Business Model concept. The application of this concept is not restricted to the area of management and strategy of companies, and its description can be observed in the health sector, particularly in community pharmacy. In addition to the health care component, the community pharmacy emerges as a company that is strategically oriented to obtain profit, in a sustained way. The evolution of this market at the legislative, financial and economic level as well as consumer demands made traditional practice no longer meet the needs. New business models have emerged with special emphasis on integrated models. In Portugal, most community pharmacies have their daily practice included in a group. However, some still operate under an individual business model. Realizing which of the two management dynamics is most advantageous becomes relevant to the success of the pharmacy business. Thus, the present study aims to characterize the two models, individual and integrated, establishing their advantages and disadvantages. To carry out the investigation, a qualitative research method was used, using interviews. The sample studied is 14 interviewees who work in various functions associated with the community pharmacy. The interviewees answered a script of questions that reflect the nine components of Canvas Business Model. In this sense, it was found that the improvement in negotiation capacity is intrinsic to integrated models. Support in category management, in the purchase of SOS and sold-out products, Marketing and Merchandising campaigns are also some of the resources provided to pharmacies through integration in a group. The assistance in these tasks provides a better time management to the owner, technical director or pharmacist, with the practical implication of greater dedication in counter service. The loss of individuality and the impossibility of choosing partners are pointed out as some of the negative points resulting from the transition from an individual model to an integrated model

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