Cunha, Joyce Aguiar

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Repositório do INPA

XII Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA/CNPq .09 a II de julho de 2003 • Manaus-Am.ÁGUA BOA: REPRESENTAÇÕES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTESSOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA NA PERIFERIA DE MANAUSJoyce Aguiar CUNHA (I) Maria Inês Gasparetto HIGUCHI(2)(I) Bolsista CNPq/PIBIC; (2) Pesquisadora do Núcleo de Ciências Humanas e SociaisINPAIGPEAAs representações são um meio de compreender como os sujeitos assimilam osfenômenos que vivenciam, por isso são consideradas ferramentas de analise das idéiassubjacentes a pratica cotidiana ambiental (Gómez-Granell, 1988; Marimón, 1988; Delval,1989; Delval & Echeta, 1991; 1993; Castellano Campos, 1993; Higuchi et AI. 1996). Aoinvestigar as representações temos oportunidade de verificar o pensamento que originou umdeterminado comportamento apresentado pelo sujeito ao perceber e resolver problemasambientais. A atividade cognitiva, por sua vez, remonta da formação construída internamentea partir das experiências de inter-relação do próprio sujeito com o mundo que o rodeia.Os crescentes problemas acerca da questão da falta de acesso à água e falta de cuidadopara a manutenção de uma boa qualidade para consumo na periferia de Manaus (Cunha eHiguchi, 2002) têm chamado a atenção para a necessidade de modificações decomportamento não só dos adultos, mas também das crianças, a fim de que esse recurso sejaessencial à sadia qualidade de vida. Antes porém, de implementar-se qualquer ação educativaé necessário verificar-se as idéias que permeiam as práticas da criança nesses lugares.Neste trabalho investigou-se as representações de crianças e adolescentes daperiferia de Manaus sobre o uso e qualidade da água, bem como os critérios adotados por elespara estabelecer padrões de uso e não uso da água. Foi utilizado o método da entrevista clínica(Delval, 1994) integrando-se a ela perguntas específicas por meio da apresentação deestímulos visuais tridimensionais (amostras de águas) e fotográficos. Participaram destapesquisa 58 alunos escolas Municipais de Ensino Fundamental, de ambos os sexos, na idadede 7 a 15 anos.Os resultados mostraram que os critérios adotados pelas crianças e adolescentes paracaracterizar uma água como boa para beber vão sendo construídos gradualmente e seassociando a vários outros aspectos de acordo com o avanço da idade e escolaridade. Demodo geral, as crianças mais novas expressaram representações que se prendiam em suamaioria nos aspectos físicos, bastante simplistas. Já os mais velhos, embora em númeroreduzido, notificaram a associação de critérios biológicos e químicos como elementos235XII Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA/CNPq .09 a II de julho de 2003 • Manaus-Am.coadjuvantes na distinção da qualidade da água para consumo. Alguns aspectos chamaram aatenção no sentido de que mesmo a água destituída destes aspectos poderia ser ingerida, poispara esses sujeitos, toda a água já é poluída na sua gênese. Essas idéias confirmam que acompreensão dos elementos da realidade não se caracterizam apenas pelos aspectoscientíficos, mas estão intimamente associados às experiências vividas pelas pessoas, no casodessas em particular, a água límpida, translúcida, inodora e desprovida de cheiro e gosto éuma realidade distante só vista na televisão e nos livros escolares.Ao expressarem suas representações acerca das condições potenciais de fontes deágua boa para beber, observou-se que os sujeitos apresentam muitas limitações de avaliaçãodos ambientes como um ecossistema complexo de relações que determinam a modificação oualteração de estados naturais de potabilidade. De forma geral as respostas evidenciaram que amelhor água para beber é aquela que vem do poço perfurado pela prefeitura, não importandoas situações de abastecimento, acondicionamento e transporte. Assim, se uma água é boa naorigem ela se manterá como tal não importando o trajeto da fonte até o consumidor.Palavras Chaves: Água Potável, Aspectos Cognitivos, Educação AmbientalBibliografia:Castellano Campos, G. C. 1993. "Estudo do pensamento infantil nos campos da ecologia e daEducação Ambiental utilizando a teoria de Piaget". Trabalho de Pós Doutorado. CRHE-EESC-EESC-USP.Cunha, Joyce; Higuchi, Maria I.O .. 2002. Água: Recurso natural de cidadania. RelatórioAnual. Manaus: INPA.Delval, Juan. 1993 "La construcción dei conocimento social." Em Resumos do PrimerEncontro Educar, Jalisco/Junho. (mimeo) 10p.Delval, Juan. 1989. La Representación Infantil del Mundo Social" En E. Turiel, 1. UNESCO yJ. Linaza (Comps.) EI mundo social Ia mente del nino. Madrid: Alianza.Delval, Juan. 1994. "La construcción del conocimento social." Em Resumos do PrimerEncontro Educar, Jalisco/Junho. (mimeo) 10p.Gomez-Granell, C. 1988. "Interaccion y Educacion Ambiental: Representaciones Infantiles"Em M. Moreno e equipo (Eds.) Ciência, Apredizage y Comunicacíon. Barcelona: Laia.53-76 pp.Higuchi, Maria Inês Gasparetto et a!. 1996. Representações Infantis de Meio AmbienteAmazônico: Implicações no ensino da Educação Ambienta!. Revista Interamericana dePsicologia, vol. 30, n° 2, pp.209-222.Marimón. M. M. 1988. "Imaginacion y Ciência" Em M. Moreno e equipo (Eds.) Ciência,Apredizage y Comunicacíon. Barcelona: Laia 11-51 pp.236

Água Boa: Representações de Crianças e Adolescentes Sobre A Qualidade da Água na Periferia de Manaus

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