Cunha, daniele da Costa

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Repositório do INPA

XVI Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2007Conhecimento juvenil sobre preservação e transformação de áreasverdesDaniele da Costa CUNHA 1; Maria Inês Gasparetto HIGUCHI 21Bolsista PIBIC INPA/CNPQ; 2 Orientadora INPA/LAPSEADiariamente somos apresentados aos graves problemas relativos à destruição de ambientes naturais eáreas florestais em prol das necessidades criadas pela sociedade. Diante deste cenário tão alarmante énecessário e urgente desvendar esse comportamento predatório na sua essência, não apenas comoocorre, mas também como tais comportamentos são construídos com o passar do tempo. Na perspectivada epistemologia genética, Delval (1989) nos assegura que através do estudo das representaçõesespontâneas é possível analisar elementos da cognição que influem num determinado comportamentoapresentado pelo sujeito ao perceber e resolver problemas ambientais. Para investigar asrepresentações dos participantes desta pesquisa foi utilizado o método clinico-piagetiano (Delval, 2000).Utilizou-se o instrumento para análise de cognição ambiental desenvolvido por Higuchi e Forsberg(2006) este instrumento propõe a realização de uma tarefa de representação simbólica a partir de umamaquete com material concreto miniaturizado. O modelo tridimensional (maquete) empregado nesteestudo representa a uma área verde de floresta. A maquete tem nove blocos removíveis querepresentam as diversas áreas da floresta Amazônica. A maquete também inclui ambientes construídosque totalizam 12 blocos de diversos tipos de infra-estrutura urbana. Esses blocos estarão disponíveis aosparticipantes como opções das necessidades criadas na cidade e que vão ser objeto de escolha nasubstituição (ou não) dos blocos originais da maquete. A amostra foi aleatória com grupos diferenciadosescolhidos aleatoriamente. Participaram deste estudo 65 jovens de 12 a 18 anos, de ambos os sexos,selecionados em escolas da rede de ensino pública e privada de diversas zonas de Manaus. Esse estudocontempla uma análise qualitativa e quantitativa das respostas emitidas pelos participantes. Nesteresumo apresentamos apenas a análise quantitativa formulada a partir de três escores. O primeiro dizrespeito ao conhecimento conservacionista (C.cons) que está relacionado ao conhecimento acerca doambiente natural e o valor do mesmo para fins de conservação. Esta variável foi avaliada mediante asescolhas do participante em manter algumas áreas verdes e retirar outras. O segundo aspecto cognitivofoi o conhecimento técnico (C. téc), o qual se caracteriza pela decisão em escolher a área maisadequada para instalar um sistema urbano, considerando as condições ecológicas e físicas para cadaempreendimento. Esta variável foi avaliada a partir das escolhas dos tipos de ambientes urbanos paraocupar as áreas verdes retiradas. O terceiro aspecto faz referência aos ambientes naturais dos foramavaliados pela quantidade de blocos originais que permaneceram na maquete ao final da tarefa. A esteescore denominou-se Valor verde (V. verde). Cada um destes três escores varia em uma escala de O a10, de modo que maior o escore, maior os respectivos conhecimentos. Os valores para cada sistemaecológico e paisagístico foram elaborados por pesquisadores experts em manejo florestal e ecologia naAmazônia. Os resultados demonstram que estes jovens em sua maioria, possuem uma cogniçãoambiental acima da média. Observa-se na Figura 1, que existe uma equivalência entre o conhecimentoconservacionista, o conhecimento técnico e valor verde. A partir destes valores pode-se pressupor que ofato de compreender as relações existentes em um ambiente de floresta e as conseqüências de suamodificação está interligado com o valor atribuído a estes ambientes. Os dados sobre gênero, idade erede de ensino que os jovens estudam apresentaram diferenças muito sutis nos escores nuncaultrapassando a escala de 1 ponto de diferença para mais ou menos. Acredita-se que estas diferençasserão esclarecidas de forma mais aprofundada com estudos posteriores de cunho qualitativo.507XVI Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 200710.-------------------------~8642O• C.consIlll V.verdeIB C.téc6,25,75,1Figura 4- Gráfico demonstrativo do escore de Cognição Ambiental nos três apectos ecológicosDada a profundidade da temática relação homem-ambiente e a equivalente complexidade dos dadosobtidos, avalia-se este estudo como o princípio de uma compreensão do comportamento ecológico.Qualquer afirmação categórica neste momento seria imatura e não responderia aos pressupostos éticose teóricos adotados neste trabalho.Questões importantes foram levantadas neste processo, como a noção de que o conhecimento interferena valoração do ambiente, e que este conhecimento pode não estar submetido diretamente ao gênero,idade ou tipo de escola e talvez sim a uma instância distinta na qual estão envolvidos estesparticipantes, tomando por exemplo a cultura globalizada exposta na mídia. Porém, para ratificar ou nãotais possibilidades estes dados deverão ser alvo de análise qualitativa, a partir da qual far-se-á possíveluma compreensão profunda e amadurecida dos processos constituintes do comportamento ecológico dosjovens da cidade de Manaus.Palavras-chave: Cognição Ambiental; Comportamento Ecológico.Bibliografias citadasDelval, J.2002. Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento das crianças. Artmed, PortoAlegre. 267pp.Delval,J. 1989. La Representacion Infantil Dei Mundo Social.In:Turel,E.; Enenesco,Y.;Linaza,J.(Eds). EI mundo socialen Ia mente dei niiio. Alianza, Madrid. p 245-283.Higuchi, M.I.G. e Forsberg, S. 2006.Método clinico para investigação da cognição ambiental:Características, Uso etransformação de áreas verdes. In Mimeo. 15ppPiaget,J.2002. Seis estudos de psicologia. Forense Universitária, Rio de Janeiro. 136ppVigotski, l.S.2000. Psicologia Pedagógica. Artmed, Porto Alegre. 311pp.508

Conhecimento Juvenil Sobre Preservação e Transformação de Áreas Verdes

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