Hayasida, Willian

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XVI Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2007Estudos dos constituintes fixos e voláteis em resíduos madeireirosWillian HAYASIDA1; Arlison Silva de Souza+t ; Maria da Paz LIMA2; Claudete Castanhede doNASCIMENT031 Bolsista PIBIC INPA/FAPEAM; 20rientador INPA/CPPN; 3Colaborador INPA/CPPFNa Amazônia tem sido observado uma grande perspectivas em relação à exploração de madeira porapresentar vantagens práticas e econômicas devido a suas diversas utilidades. A crescente expansão domercado madeireiro tem levado a um desmatamento predatório e a exploração concentrada sobrealgumas espécies colocando-as sob risco de extinção (Vianez, 2006). A alternativa para evitar danosambientais é o planejamento para exploração de forma sustentável (remanejo ou reflorestamento).Outra alternativa promissora é a utilização dos resíduos descartados nas serrarias para fabricação depequenos objetos, minimizando assim o grande problema de desperdício e do descarte em locaisinadequados (Horbe e Nascimento, 2004). É importante ressaltar que esses resíduos gerados são deexcelente qualidade, sugerindo agregação de valor a esses materiais. Por outro lado, muitas madeirasde alto valor comercial vêm de espécies com pouco ou nenhum estudo químiCO/biológico sobre seusmetabólitos secundários (Granato et aI., 2005). Nesse contexto esse projeto visou avaliar oaproveitamento químico de resíduos menores oriundos da confecção de pequenos objetos na execuçãodo projeto Jovem Cientista do Amazonas desenvolvido na Coordenação de Pesquisas em ProdutosFlorestais (CPPF). Foram obtidas serragens de 9 espécies madeireiras previamente identificadas eexploradas nas serrarias de Manaus (tabela 1) e efetuou-se levantamentos bibliográficos das espéciese sinonímias, relacionados ao potencial químicos dos constituintes fixos e voláteis e foi detectado que ámaioria das madeiras não apresentam registros sobre seus metabólitos secundários. Alguns estudosmencionam a composição química de outras partes vegetativas, exemplificado pela Hymenaea courbaril,cujos estudos mostram a presença de polissacarídeos em folhas (Busato et aI., 2001) e diterpenos nasresinas de sementes (Nogueira et aI., 2001). Entre as 9 espécies avaliadas nesse estudo, os relatos dosconstituintes voláteis foram verificados apenas em Cedrela odorata (folhas, cascas, galhos e madeira).No óleo essencial da madeira dessa espécie foram identificados como constituintes predominantes ossesquiterpenos a-copaeno, l3-elemeno, a-muuroleno, calameneno, guaiazuleno, dihidroguaiazuleno,torreiol, õ-rnuuroleno e a-cubeleno (Campos., et aI., 1991). Entre os constituintes químicos fixosinteressantes na madeira dessa espécie, ressalta-se a presença do limonóide conhecido como geduninacom atividade inseticida (Omar et aI., 2006). Há registro de estudo químico de Brosimum paraensesinonímia de Brosimum rubescens indicando que o cerne contém grande quantidade dexantiletina (Brown et aI., 1966).TbllPt 'I d d ' d I' da ea o encia qurrruco re ata o nas ma eiras as especres ava Ia as~ Espécie Família Sinon. Nome comum ~ Estudos auímicosBrosimum rubescens Taub Moraceae 12 Pau-rainha (Brasil) CumarinaPalo-de-sangue (Peru) (xantiletina)Cedrela adora ta L. Meliaceae 28 Cedro LimonóidesTriterpenosEsteróidesVoláteisHymenaea courbaril L. Fabaceae 9 Jatobá --Hymenolobium petraeum Ducke Fabaceae O Angelim-da-mata --Nectandra rubra (Mez) C.K. Allen Lauraceae O Louro gamela --Peltogyne catingae Ducke Fabaceae O Violeta --Platymiscium ulei Harms Fabaceae 2 Macacauba --Qualea paraensis Ducke Vochysaceae O Mandioqueira --Swartzia laevicaroa Amshoff Fabaceae 1 Saboarana --, , - , , -Serragens de 6 especies foram submetidas a extraçao de oleos essenciars por hídrodesttlação durante4 horas, em sistema do tipo Clevenger. Somente a serragem de C. adora ta produziu um bomrendimento em óleo (0,4%), conforme mostra a tabela 2. Esse óleo é viscoso e apresenta odoramadeirado agradável.493XVI Jornada de Iniciação Cíentífica PIBrc CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2007Tabela 2. Rendimento de extração dos óleos obtidos das serragens~ Espécie Serraaem obtida (a) Rendimento (%)Brosimum rubescens 398** TrCedrela odorata 137 0.4%Hymenaea courbaril 114 TrHymenolobium petraeum 108 TrNectandra rubra 99 TrPeltogyne catingae 219 *Platymiscium ulei 70 *Qualea paraensis 150 TrSwartzia laevicarpa 50 ** Serragens não submetidas à extração de voláteis; Tr- Traços: ** extração de óleo com 298 gVisando o isolamento e quantificação de xantilenina em B. rubescens, submeteu-se a serragem do cerne(100 g) à maceração em hexano seguida por metanol (7 dias). Após a evaporação dos solventes, foramobtidos os extratos hexânico (269 mg) e metanólico (19,6g). Utilizou-se amostra padrão paraidentificação da xantiletina por cromatografia em camada delgada. O extrato hexânico, forneceu porrecristalização (hexano:acetona) 174 mg de xantiletina (64,68%). O extrato MeOH foi particionado emCH2CI2 e posteriormente em AcOEt. Foram efetuadas 3 extrações em CH2CI2 e a xantiletina estavapresente nas duas primeiras extrações e essas foram reunidas e fracionadas em coluna de celulose pararemoção dos pigmentos utilizando CH2CI2 como eluente, fornecendo material cristalino que apóspurificação em éter etílico forneceu 2,18 g de xantiletina pura (11,47% de rendimento). O materialobtido na terceira extração da fase CH2CI2 apresentou pigmento vermelho intenso de aspecto oleoso,típico de carotenóides. A serragem de Peltogyne catingae (violeta) foi macerada em hexano, CH2CI2 eMeOH. O extrato CH2CI2 (101 mg) foi submetido à fracionamento em coluna de sílica gel (70-230 mesh)eluída em Hexano:AcOEt (gradiente) fornecendo o isolamento de sitosterol (6 mg, sólido branco).Considerando a quantidade de xantiletina disponível em B. rubescens e o potencial biológico dessacumarina (antifúngico, antiplaquetário, entre outras), é recomendável o aproveitamento na serragemdessa espécie. O aproveitamento da serragem de Cedrela odorata também é recomendável paraobtenção de óleo essencial.XantiletinaBIBLIOGRAFIAS CITADASBrown K.S., Duffield, A.M., Durham, L.J., 1966. Sobre um pretenso esteroide da madeira de Brosimum paraensehuber - caracterizacao como xantiletina. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 38 (3-4): 411.Busato, A.P.; Vargas-Rechia, c.G.; Reicher, F. 2001. Xyloglucan from the leaves of Hymenaea courbaril ..Phytochemistry, 58 (3): 525-531.Campos, A.M.; Oliveira, F.S.; Machado, M.l.L.; Braz, R.; Matos, F.J.A. 1991. Triterpenes from Cedrela odorata.Phytochemistry, 30 (4): 1225-1229.Granato, D.; Nunes, D. 5; Mattos, P.P; Rios, E.M; Glinski, A.; Rodrigues L. c.: Júnior, G.C. 2005. Chemical andbiological evaluation of rejects from the wood industry. Brazilian Archives of Biology and Technology, 48: 237-241.Horbe, B.M.C.; Nascimento, C.C. 2004. Móvel modular: Uma nova proposta para aproveitamento de resíduos naAmazônia. XIII Jornada de Iniciação Científica, pg. 270.Nogueira,R.T.; Shepherd, G.J.; Laverde, A. 2001. Clerodane-type diterpenes from the seed pods of Hymenaeacourbaril varo stilbocarpa. Phytochemistry, 58 (8): 1153-1157.Omar, S.; Marcotte, M.; Fields, P.; Sanchez, P.E.; Poveda, L.; Mata, R.; Jimenez, A.; Durst, T.; Zhang, J.;MacKinnon, S.; Leaman, D.; Arnason, J.T.; Philogene, B.J.R. 2007. Antifeedant activities of terpenoids isolatedfrom tropical Rutales. Journal of Stored Products Research, 43(1):92-96.Vianez, B.F. http://www.canalciencia.ibict.br. acessado em maio de 2006.494

Estudos dos Constituintes Fixos e Voláteis em Resíduos Madeireiros

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