Efeitos do enriquecimento ambiental na atividade da histona deacetilase e da DNA metiltransferase em ratos machos e fêmeas submetidos à privação materna

Abstract

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.O transtorno depressivo maior (TDM) é um transtorno mental altamente debilitante e uma doença que tem um alcance global, afetando pessoas de todas as idades, raças e condições econômicas. Embora numerosos estudos tenham avançado na compreensão da fisiopatologia do TDM e na busca por terapias eficazes, os tratamentos ainda estão longe do ideal e uma grande porcentagem de pacientes é refratária a estratégias farmacológicas e outras formas de tratamento. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos de um enriquecimento ambiental (EA) em ratos Wistar machos e fêmeas privados dos cuidados maternos. A privação materna (PM) foi realizada nos 10 primeiros dias de vida, durante 3 horas/dia. Após o desmame no 21º dia os animais foram divididos em 3 grupos: 1) controle; 2) privados sem EA; e 3) privados com EA. O EA foi aplicado durante três horas diárias, até os animais atingirem 61 dias de vida. A atividade da enzima histona deacetilase (HDAC) e a atividade da enzima DNA metiltransferase (DNMT) no córtex frontal (CF) e hipocampo foram avaliados nos dias 31, 41 e 61 em todos os grupos. Em fêmeas de 31 dias a atividade da HDAC e DNMT aumentou no CF e no hipocampo do grupo privado. Em fêmeas de 41 dias houve um aumento da HDAC e DNMT no CF e hipocampo do grupo privado, porém, nas fêmeas expostas ao EA por 20 dias ocorreu uma diminuição da HDAC no hipocampo e da DNMT no CF e hipocampo. Em fêmeas de 61 dias submetidas a PM houve um aumento da HDAC e DNMT tanto no CF quanto no hipocampo. Entretanto, a exposição das fêmeas ao EA por 40 dias foi capaz de reverter essas alterações. Nos ratos machos de 31, 41 e 61 dias submetidos a PM as atividades da HDAC e DNMT aumentaram no hipocampo e somente no grupo exposto ao EA por 40 dias ocorreu diminuição da atividade no hipocampo. No CF dos machos de 61 dias submetidos a PM e ao EA por 40 dias houve uma redução de ambas HDAC e DNMT. Em conclusão, a PM induziu alterações epigenéticas que persistiram ao longo da vida e tais efeitos foram mais evidentes em ratos fêmeas do que machos. Além disso, um EA pode ser considerado uma importante estratégia não-farmacológica para prevenir ou reverter alterações de longo prazo induzidas por traumas no início da vida

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