Estudo retrospectivo das doenças infecciosas em aves silvestres e exóticas diagnosticadas no hospital veterinário da Universidade Federal da Paraíba.

Abstract

The dissertation was divided into two chapters. The first chapter addresses the infectious diseases that affected wild and exotic birds between the years 2013 and 2018 according to the autopsy book of the Veterinary Pathology Laboratory (LPV) of the Federal University of Paraíba-UFPB. The general cases of birds with various infectious conditions diagnosed through necroscopic examination, histopathology, histochemistry and immunohistochemistry. It divides infectious diseases into bacterial, fungal and caused by protozoa, and it is often not possible to classify the agents involved in the disease diagnosed in the studied specimens. In a total of 189 tissue samples from necropsy or biopsy collected from wild and exotic birds. Of these animals, 50 (26.45%) were infectious diseases. Bacterial diseases were the most prevalent representing 26 (52%) cases, followed by fungi with 11 (22%) affected birds and lastly protozoa with 2 (4%) of the total number of birds diagnosed with infectious disease. The most affected species were Papagaio-real (Amazona aestiva), Maracanã-nobre (Diopsittaca nobilis), Hawk-winged Parabuteo (Parabuteo unicinctus) and Canary-of-land (Sicalis flaveola), respectively. This survey confirms the need to investigate pathogens of infectious origin, whether they are bacterial, fungal or protozoan in prey, passerines and psittaciforms, as these can be affected, as well as representing a source of infection directly or indirectly. The second chapter deals with cases of aspergillosis, a fungal disease that affected several species described in the survey, as well as their pathological characterizations and epidemiological data of the affected specimens. In passerines, the disease presented in cutaneous and systemic form, whereas in parrots the pulmonary and systemic forms were the main ones, a pattern that is repeated when it comes to falconiforms. The main clinical findings were dyspnea, poor digestibility of grains and the development of granulomatous lesions followed by sudden death. At necropsy, the main changes were circulatory, including hemorrhage, edema and congestion in the lung, liver and spleen, granulomatous lesions in parenchymal organs and in the skin. In histopathology, the main findings were granulomatous aerosaculitis, granulomatous pneumonia, liver granulomas and fungal folliculitis. In two cases of A. aestiva, positive microbiological isolations for aspergillus were performed. In another case of F. magnificens, immunohistochemistry was performed, which was positive for the anti-aspergillus and anti-zygomycete antibody. In the other cases, confirmation was made through histochemical examination, in which the agent's septa hyphae were positively marked with the stains of periodic acid from schiff-PAS and silver methanamine from Gomori-Grocott. Our study confirms the possibility of infection by Aspergillus sp in Amazona aestiva, Parabuteo unicinctus, Sporophila nigricollis, Crotophaga ani and Fregata magnificens. Despite being different species, they presented similar pathogenesis and pathological lesions, making it possible to establish a pattern of clinical and pathological presentation of the disease in wild birds in northeastern Brazil.A dissertação foi dividida em dois capítulos. O primeiro capítulo aborda as doenças infecciosas que acometeram as aves silvestres e exóticas entre os anos de 2013 e 2018 de acordo com o livro de necrópsias do Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Foram abordados os casos gerais de aves com diversas condições infecciosas diagnosticadas através de exame necroscópico, histopatologia, histoquímica e imuno-histoquímica. Divide as doenças infecciosas em bacterianas, fúngicas e causadas por protozoário, não sendo possível, muitas vezes, a classificação dos agentes evolvidos na enfermidade diagnosticada nos espécimes estudados. Em um total de 189 amostras de tecidos oriundos de necrópsia ou biópsia coletados em aves silvestres e exóticas. Desses animais 50 (26,45%) foram identificados como doenças infecciosas. As doenças bacterianas foram as mais prevalentes representando 26 (52%) casos, seguido dos fungos com 11 (22%) aves acometidas e por último os protozoários com 2 (4%) do total de aves com diagnóstico de enfermidade infecciosa. As espécies mais acometidas foram Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva, Linnaeus, 1758), Maracanã-nobre (Diopsittaca nobilis, Linnaeus, 1758), Gavião-asade-telha (Parabuteo unicinctus, Temminck, 1824) e canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola, Linnaeus, 1766), respectivamente. Este levantamento confirma a necessidade de investigação de patógenos de origem infecciosa, sejam eles bacterianos, fúngicos ou protozoários em rapinantes, passeriformes e psitaciformes, pois estes podem ser acometidos, bem como representar uma fonte de infecção de forma direta ou indiretamente. Já o segundo capítulo aborda os casos de aspergilose, uma doença fúngica que acometeu várias espécies descritas no levantamento, bem como suas caracterizações patológicas e dados epidemiológicos dos espécimes acometidos. Em passeriformes a enfermidade apresentou-se na forma cutânea e sistêmica, já em psitaciformes a forma pulmonar e a sistêmica foram as principais, padrão que se repete quando se trata dos falconiformes (Bonaparte, 1831). Os principais achados clínicos foram dispneia, má digestibilidade de grãos e desenvolvimento de lesões granulomatosas seguida por morte súbita. Na necrópsia as principais alterações foram circulatórias, incluindo hemorragia, edema e congestão em pulmão, fígado e baço, lesões granulomatosas em órgãos parenquimatosos e na pele. Na histopatologia os principais achados foram aerosaculite granulomatosa, pneumonia granulomatosa, granulomas hepáticos e foliculite fúngica. Em dois casos da A. aestiva foram realizados isolamentos microbiológicos positivos para Aspergillus sp. Em outro caso da Fregata magnificens (Mathews, 1914) foi feito exame de imuno-histoquímica, que marcou positivamente para o anticorpo anti-aspergillus e anti-zigomicetos. Nos demais casos a confirmação se deu através do exame histoquímico, no qual as hifas septadas do agente foram marcadas positivamente com as colorações de ácido periódico de schiff- PAS e metanamina de prata de Gomori-Grocott. Nosso estudo afirma a possibilidade de infecção por Aspergillus sp. em Amazona aestiva, Parabuteo unicinctus, Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823), Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) e Fregata magnificens. Apesar de serem espécies diferentes apresentaram patogenia e lesões patológicas semelhantes, sendo possível estabelecer um padrão de apresentação clínica e patológica da doença em aves silvestres no nordeste do Brasil

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