O objetivo deste artigo é apresentar uma proposta de análise das relações de poder
em organizações coletivistas de trabalho, ou seja, que apresentam características
predominantemente autogestionárias. A proposta elaborada é fruto de um projeto de pesquisa
atualmente em andamento sobre Autogestão e Poder, cuja corrente teórica situa-se na
Economia Política do Poder (FARIA, 2004). Buscou-se abordar as principais temáticas
necessárias ao entendimento de como as formas de controle social e as relações de poder
intervêm nos processos e relações de trabalho, na gestão e nas articulações políticoestratégicas
das organizações coletivistas de trabalho. Assim, propõe-se enfrentar o desafio de
compreender as possibilidades históricas de construção de um modelo alternativo de gestão,
embora inserido no contexto capitalista, o que inclui uma concepção teórica que permita
visualizar as relações de poder em função das características autogestionárias constituintes, e
não em torno da heterogestão