Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós Graduação em
Geografia da Universidade Federal de
Rondônia.A pesquisa analisa a coleção de livros didáticos dos anos iniciais de Geografia,
“Novo Eu Gosto”, utilizada por escolas municipais de Porto Velho no ano de
2007. O enfoque das análises é nas representações de gênero, a fim de
verificar se as relações entre os sexos estão sendo transmitidas nos
enunciados e imagens de forma discriminatória, distorcendo a realidade social
e fazendo com que alunos e alunas, futuros cidadãos e cidadãs ajam com
parcialidade e criem estereótipos definindo pessoas pelo seu sexo. A ciência
geográfica estuda as transformações espaciais e sociais também por meio da
cultura, por isso a opção pela geografia cultural enquanto sustentadora da
temática gênero, já que gênero são construções sociais e culturais em torno do
homem e da mulher. A pesquisa sugeriu a abordagem qualitativa que
recomenda a descrição de dados. As informações foram coletadas por meio da
análise documental (enunciados e imagens). Para apreciação utilizou-se
categorias de análises, já que os documentos analisados foram organizados
em grupos temáticos: família; profissão; orientação; poderes e outras
atividades. O resultado encontrado foi de que os livros didáticos não refletem a
sociedade, mas distorcem-na, pois a realidade atual já se modificou em
diversos aspectos e o instrumental selecionado continua perpetuando modelos
tradicionais e sexistas que direcionam homens à produção, ao espaço público,
ao mercado de trabalho e mulheres à reprodução, à educação e ao cuidado
com crianças