Ambientalismo, conhecimento tradicional e reservas extrativistas na Amazônia legal: a visão dos técnicos do Instituto Chico Mendes

Abstract

Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Administração (PPGMAD) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito para obtenção do título de mestre.O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) herdou do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) parte de seus recursos humanos e suas atribuições. Com isso, o ICMBIO herdou também a complexidade do pensamento ambientalista existente no IBAMA, os conflitos, complementaridades e contradições entre as vertentes desse pensamento. A partir da classificação do ambientalismo nas vertentes preservacionista, sustentabilista e sócio-ambientalista, a pesquisa objetivou analisar as relações existentes entre essas vertentes e as concepções sobre o conhecimento tradicional, visões de Reservas Extrativistas (RESEX) e extrativismo, procurando-se compreender como os técnicos do ICMBIO enfrentam essas relações. É uma pesquisa do tipo levantamento com corte transversal. A população consistiu dos servidores com formação acadêmica superior em atividade nas unidades de conservação federais na Amazônia Legal ou em suas coordenações regionais. Utilizou-se de questionário com questões adotando escala do tipo Likert, a partir de indicadores elaborados com fundamento na literatura. O questionário foi disponibilizado na internet para preenchimento on-line. Foi utilizada a análise de freqüências e partições cruzadas com diretorias e coordenações, formação acadêmica e estado da federação. Os resultados indicaram a presença de um ambientalismo misto, composto por contribuições das várias vertentes. Pelos resultados, constatou-se que a predominante é a preservacionista. As visões de conhecimento também apareceram de forma composta. A visão do conhecimento dialógico ou saber ambiental é a concepção predominante. A concepção das RESEX enquanto unidade de conservação que concilia preservação e justiça ambiental é predominante na visão dos técnicos do Instituto. O extrativismo é visto como viável economicamente, desde que sejam realizados investimentos adequados. Por meio da análise fatorial foi selecionado o grupo de variáveis que explicasse a maior variância dos posicionamentos. O grupo selecionado foi denominado de sócio-ambientalista, em razão de seu conteúdo. A análise de clusters hierárquicos gerou três classes de respondentes que foram denominadas, respectivamente, de: favoráveis ao sócio-ambientalismo, sócio-ambientalistas moderados e opositores ao sócio-ambientalismo. Os servidores se distribuíram quase eqüitativamente pelas três classes. Relações significativas entre essas classes e algumas formações acadêmicas, diretorias e estados de exercício dos servidores foram encontradas

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