Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia de Pesca da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, como requisito para a obtenção do título de Engenheiro de Pesca.
Orientador: Prof. Dr. Igor David da CostaIgarapés compõem um dos principais ambientes aquáticos da região Amazônica. Um dos principais produtores primários nesses sistemas lóticos é o perifíton, cuja composição pode variar com o nível de irradiação, tipo de substrato e localização no riacho. Algas e detritos são componentes comuns na alimentação da ictiofauna tropical, incluindo várias espécies de Loricarídeos, havendo evidências de táticas alimentares diferenciadas e especializadas entre espécies deste grupo, que permite uma seleção precisa dos alimentos ingeridos pelos mesmos. Neste estudo, testou-se a hipótese de diferenças quali-quantitativa entre a dieta de Ancistrus dubius e Ancistrus sp. em igarapés de terra firme. Foram realizadas coletas bimestrais (novembro/2011 a setembro/2012) em três igarapés (Igarapé Minuano, Cris e Nove) localizados na bacia do rio Machado, Rondônia. As amostragens foram realizadas em um trecho de 40 m, em cada igarapé, com auxílio de uma de arrasto de mão (picaré) e puçá ao longo de todo trecho durante uma hora. Os exemplares coletados foram medidos e dissecados em laboratório. O conteúdo do estômago e 1/3 do intestino foram fixados em formol a 5 %, depois em álcool 70 % e posteriormente analisados. Os resultados para o percentual de frequência de ocorrência (FO %) e amplitude de nicho para ambas espécies foram relativamente semelhantes, diferenciando poucos itens alimentares entre as mesmas, a sobreposição de nicho entre as duas espécies tende a 1 (0,96), mostrando que há uma sobreposição entre as espécies de cascudos estudadas de cada item alimentar. A amplitude de comprimento padrão variou de 25 cm a 65 cm para Ancistrus dubius e 35 cm a 65 cm para Ancistrus sp. Os principais itens alimentares encontrados foram detritos e algas diatomáceas da família Bacillaciriophyceae, para ambas espécies. Contrário a hipótese, as duas espécies avaliadas utilizaram recursos alimentares semelhantes, com poucas diferenças em relação à escolha de microambientes para alimentação, sendo tal resultado explicado pelo fato de que ambas espécies possuem hábito alimentar bentônico, apresentam classificação taxonômica próximas e exploram o mesmo tipo de substrato