Desempenho produtivo e econômico de pirarucu (Arapaima Gigas Schinz, 1822) em fase de crescimento, cultivado em diferentes taxas de arraçoamento, em viveiro escavado
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia de Pesca da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, como requisito para a obtenção do título de Engenheiro de Pesca.
Orientadora: Prof.ª Dra. Jucilene Cavali Coorientador: Prof. Dr. Marlos Oliveira PortoO pirarucu é uma espécie com grande potencial de cultivo e com importantes atributos gastronômicos pela diversidade dos cortes em função do tamanho da carcaça e do rendimento em filé. Contudo, seu sistema de cultivo demanda estudos e tecnologias a fim de garantir a viabilidade econômica produtiva. Altas taxas de arraçoamento no cultivo de alevinos de Pirarucu, além de inviabilizar economicamente pelo custo da ração, podem alterar a qualidade da água pelo excesso de resíduos aportados ao meio aquático ricos principalmente em nitrogênio, cálcio e fósforo. Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho produtivo e econômico de pirarucu (Arapaima gigas) cultivado a diferentes taxas de alimentação, na fase de crescimento. O experimento foi desenvolvido em viveiro escavado, subdividido com tela galvanizada revestida de PVC, totalizando 15 hapas de 48 m2 e 1,5 m de profundidade apresentando volume de 72 m3/hapa. Foram utilizados 96 juvenis com peso médio inicial de 1.612 ± 1,27 gramas estocados na densidade de seis peixes/hapa, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em cinco diferentes taxas de arraçoamento e três repetições ou hapas. As taxas de arraçoamento (TA) foram de 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5 % do peso corporal (PC), sendo utilizada ração com 40 % de proteína bruta (PB), aos 45 dias reduziu-se as TA formando os sistemas de alimentação dados por S2,5-2,0; S3,0-2,5; S3,5-3,0; S4,0-3,5; S4,5-4,0 % do PC, e 38 % de PB nas rações, por um período de 70 dias. Foram realizadas avaliações biométricas bimestrais e monitoramento dos parâmetros limnológicos. As medidas biométricas de comprimento da cabeça e comprimento corporal não apresentaram diferenças as TA (P>0,05) e os parâmetros físico-químicos da água mantiveram-se dentro do recomendado para o cultivo dessa espécie com pH de 6,9 e oxigênio dissolvido médio de 4,2. Os juvenis alimentados na TA de 2,5 % do PC apresentaram conversão alimentar aparente (CAA) de 1,93 até 1,61 kg de peso corporal em 45 dias. Houve diferença significativa de taxas apenas entre os sistemas da alimentação S2,5-2,0 e S4,5-4,0 % do PC, que apresentaram CAA de 2,70 e 3,61, respectivamente em 115 dias de experimento. O custo do animal e da ração representam 44 e 56 % do custo operacional efetivo (COE) no sistema de menor TA (S2,5-2,0 % do PC). O aumento da TA aumenta a participação da ração no COE. Conclui-se que o sistema de alimentação com taxas de arraçoamento de S2,5-2,0% proporciona melhor desempenho econômico para juvenis de Pirarucu de 1,61 a 4,31 kg em função da menor conversão alimentar e por não gerar desperdícios em resíduos. Definir uma menor taxa de arraçoamento que proporcione máximo potencial de desempenho é importante para reduzir o impacto ambiental e econômico negativos nos sistemas de produção de espécies carnívoras. Sugerem-se estudos com taxas de arraçoamento ainda menores com rações mais proteicas ao longo do ciclo de cultivo a fim de se viabilizar o sistema de cultivo do pirarucu