Survey of parasitic diseases in African-lion (Panthera leo) from Niassa National Reserve, Mozambique

Abstract

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina VeterináriaPanthera leo - The African lion - is an iconic species of the African continent, classified as vulnerable by the International Union for Conservation of Nature (IUCN). Once believed to be a widespread species throughout Africa, the African lion is now extinct in most of its range in West Africa and is facing considerable population declines in Eastern and Southern Africa. Niassa National Reserve (NNR) is the largest conservation area in Mozambique and it is also one of the most important conservation areas remaining in Africa. It supports the highest densities of wildlife in the country. It has also been identified as one of the few “lion strongholds” where the species has a better chance of long term survival. Infectious diseases are known to negatively impact the survival of lion populations and are considered a main threat that can significantly impair conservation efforts. However, the impact of parasitic infections has been overlooked and poorly documented in wild lions. To the best of the author’s knowledge, no studies addressing this subject have been conducted on this lion population or any other in Mozambique. In order to characterize the parasitological fauna of these animals, a study was carried out in the Niassa National Reserve, with the full support of the Niassa Carnivore Project and in partnership with the Administration of the Niassa Reserve. In total, 44 lion faecal samples were collected in an area of 600 km² (Concession L5-South), and later processed and analyzed at the Laboratory of Parasitology and Parasitic Diseases, Faculty of Veterinary Medicine, Lisbon University. Results show that 65.9 % (29/44) of the samples were infected with parasites, namely 47.7 % for Toxocara sp., 31.8 % for Aelurostrongylus sp., 27.3 % for Taeniidae, 25 % for Spirometra sp.,18.2 % for Paramphistomum sp. and 13.6 % for Linguatula sp. Out of the 29 positive samples, 72 % (21/29) were co-infected, registering double infection in 21 % (6/29), triple in 34 % (10/29), quadruple in 10 % (3/29) and fivefold in 7 % (2/29). These results are consistent with previous studies performed in the African continent, with the exception of Linguatula sp., which had not yet been reported in wild lions. These results highlight the importance of further studies in this subject, not only with this and other animal species but on human populations as well. In order to carry out the identification of the species of parasites found it to would be important to associate classic parasitology techniques with molecular biology techniques. In the future, it would also be important to complement this study with results regarding the presence of other pathogens such as viruses and bacteria.RESUMO - O Panthera leo - o Leão-Africano - é uma espécie emblemática do continente Africano, classificada como Vulnerável pela International Union for Conservation of Nature (IUCN). Outrora visto como uma espécie abundante em África, o Leão-Africano encontra-se hoje extinto na grande maioria da sua área de distribuição na África Ocidental, e enfrenta declínios populacionais consideráveis na África Oriental e Austral. A Reserva Nacional do Niassa (RNN) é a maior área de conservação em Moçambique e das mais importantes em África. Esta Reserva concentra as maiores densidades de fauna selvagem no país. Esta área foi identificada como um das poucas “fortalezas do leão-africano”, onde a espécie terá melhores hipóteses de sobreviver a longo prazo. As doenças infeciosas são conhecidas por terem impactos negativos na sobrevivência de populações de leões e são consideradas uma das principais causas que pode condicionar os esforços de conservação na espécie. Contudo, o impacto das infeções de origem parasitária tem sido fracamente documentado em leões selvagens. Anteriormente, não foram realizados quaisquer estudos relativos a este tema nesta população de leões ou em qualquer outra em Moçambique. De modo a caracterizar a fauna parasitológica destes animais, foi realizado um estudo na RNN, com o total apoio do Projecto dos Carnívoros do Niassa (NCP) e a Administração da Reserva do Niassa. No total, foram colhidas 44 amostras fecais numa área de cerca de 600 km² (Concessão L5-Sul), que foram posteriormente processadas no Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. Os resultados demostraram que 65.9% (29/44) das amostras continham formas parasitárias, nomeadamente: 47.7% continham ovos de Toxocara sp., 31.8% com larvas L1 de Aelurostrongylus sp., 27.3% continham ovos de Taeniidae, 25% com ovos de Spirometra sp., 18.2% continham ovos de Paramphistomum sp., e 13.6% continham ovos de Linguatula sp. Nas 29 amostras positivas, 72% (21/29) foram observadas coinfecções de dois parasitas em 21% (6/29), três em 34% (10/29), quatro em 10% (3/29) e cinco em 7% (2/29). Estes resultados estão de acordo com estudos anteriormente realizados no continente Africano, com exceção de Linguatula sp., que não tinha sido reportado em leões selvagens. Estes resultados revelam a importância da continuação de estudos nesta área, com esta e outras espécies animais e as populações humanas. Para tal seria importante associar as técnicas de parasitologia clássica a técnicas de biologia molecular para proceder à identificação das espécies de parasitas encontradas. De futuro, seria também importante complementar este estudo com resultados relativos à presença de outras agentes como vírus e bactérias

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