Duas perspectivas da apreciação de resistência à infecção de estrongilidose nos equídeos em Portugal : garranos em pastoreio e cavalos com doenças alérgicas

Abstract

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina VeterináriaAs resistências às doenças parasitárias nos equídeos é um tema que suscita grande interesse na sociedade científica. A resistência aos helmintes gastrintestinais aumenta quando os equídeos envelhecem. Todavia, a presença de hipersensibilidades alérgicas também pode ser considerada um factor que promove uma diminuição da estrongilidose. O primeiro subtema do presente estudo baseou-se na epidemiologia da estrongilidose de garranos em pastoreio, no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA) e no Parque Nacional da Peneda do Gerês (PNPG), focando as condições geoclimáticas e as características individuais. Nos garranos do ISA, durante os 6 meses do estudo, foi colhido um total de 42 amostras. As larvas do género Cyathostomum A foram as mais prevalentes (97,6%) e abundantes (61,6%), seguindo-se as do género Cyathostomum D com prevalência e abundância respectivamente, 52,4% e 18,4%. Para os garranos do PNPG, durante os 2 meses do estudo, colheram-se 39 amostras. As larvas com maior prevalência e abundância foram igualmente as do género Cyathostomum A e D. As larvas de Strongylus vulgaris foram mais prevalentes (71,4%) e abundantes (11,6%) para os garranos do ISA. O segundo subtema focou-se na presença ou ausência de hipersensibilidade e o tipo de hipersensibilidade, abrangendo 43 animais divididos por estes três grupos. A finalidade foi averiguar se situações de hipersensibilidade alérgica podem ou não promover diminuição da carga helmíntica. Portanto, comparou-se a média do logaritmo de OPG de estrongilídeos dos três grupos de equídeos obtendo: 0,9 OPG para o grupo B1 com ORVA e Dermatite atópica (n=14), 2,1 OPG para o grupo A sem sintomatologia alérgica (n=19) e 3,3 OPG para o grupo B2 com Hipersensibilidade à picada de insectos (n=10). Relativamente ao grau de infecção, 75% dos equídeos do grupo B1 apresentaram valores de OPG compatível com uma infecção fraca (<450 OPG), seguindo o grupo A e o grupo B2 com respectivamente, 25% e 0%. Para valores superiores 1000 OPG ou infecção grave, o grupo A apresentou 54,5%, seguindo-se o grupo B2 e B1 com respectivamente, 36,4% e 9,1% das amostras. Os resultados obtidos demonstram que equídeos mais velhos e equídeos com hipersensibilidade do tipo I tendem a ter uma menor carga parasitária. Isto promove uma menor necessidade de desparasitação.ABSTRACT - Two perspectives of the assessment of resistance to strongylosis infection in Portugal’s horses: garranos grazing and horses with allergic diseases - The resistance to parasitic diseases in horses is a topic with high interest in the scientific society. The resistance to gastrointestinal helminths increases when the horses get older. However, the presence of allergic hypersensitivities can also be considered as a factor which promotes a reduction in strongylosis. The first subtheme of the present study was based on the epidemiology of strongylosis of garranos grazing, in the Institute of Agronomy in Lisbon (ISA) and the National Park of Gerês (PNPG), focusing on the ecological conditions and individual characteristics. In ISA’s garranos during the six months of the study, a total of 42 faecal samples were collected. Cyathostomum A larvae were the most prevalent (97,6%) and abundant (61,6%), followed by Cyathostomum D with the prevalence and abundance respectively , 52,4% and 18,4%. For the PNPG’s garranos, during the two months of the study, 39 samples were recorded. Larvae with higher prevalence and abundance belonged also to genera Cyathostomum A and D. The larvae of Strongylus vulgaris were more prevalent (71,4%) and abundant (11,6%) for ISA’s garranos. The second subtheme focused on the study of 43 animals which were split into three groups in the presence or absence of hypersensitivity, and hypersensitivity type. The purpose was to determine whether cases of allergic hypersensitivity may or may not promote a decrease in helminth burden. Therefore, the average of EPG logarithm of these three groups of horses, was compared and the following values were obtained: 0,9 EPG for Group B1 and ORVA with atopic dermatitis (n=14), 2,1 EPG for group A with no allergic symptoms (n=19) and 3,3 EPG to group B2 with Hypersensitivity to insect bites (n=10). Regarding the degree of infection, 75% equine of B1 had EPG values compatible with low infection (<450 EPG), following group A and group B2 with respectively, 25% and 0%. For values higher than 1000 EPG or severe infection, group A showed 54,5%, followed by group B2 and B1 with respectively, 36,4% and 9,1% of samples. The results show that older horses and horses with hypersensitivity type I tend to have a lower parasite load. This promotes a reduced need for deworming

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