Flexibilização espaço temporal do trabalho na sociedade informacional : o caso do teletrabalho

Abstract

Mudanças sócio-econômicas e organizacionais iniciadas na década de 70 indicam o enfraquecimento do paradigma fordista de produção e de trabalho dominante desde princípios do século. Destacamos os seguintes aspectos desta transformação: as “novas” práticas de trabalho e de emprego, a expansão do setor de serviços, das telecomunicações, da rede mundial de computadores, do gerenciamento global do capital e da informação, e da economia digital. A flexibilidade e a individualização das relações de trabalho e das relações com o trabalho são características do desenvolvimento de um novo paradigma do trabalho da sociedade informacional. As implicações sociais destas mudanças podem ser analisadas nos mais diversos níveis, desde o nível mais macrosociológico, ou nível global até o nível mais micro, o que Stanworth (1998) define como nível da força de trabalho, em que se analisa a experiência das novas formas de trabalho, como é o caso do teletrabalho. O teletrabalho tem sido comumente apontado como modelo virtuoso de trabalho devido ao seu caráter flexível, tecnologicamente inovador e supostamente independente. Contrariando tanto a euforia dos defensores do teletrabalho como promotor de qualidade de trabalho e de vida como aqueles que qualificam de antemão o teletrabalho como precário, consideramos que o teletrabalho apresenta-se sob diversas modalidades de inserção, algumas mais precárias e dependentes, outras mais vantajosas para os trabalhadores, e muitas modalidades híbridas. Há um continuum entre a inserção mais precária no teletrabalho e a inserção mais vantajosa com inúmeras nuanças e configurações intermediárias

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