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Anomalia de Ebstein com comunicação interatrial em paciente gestante com pré-eclâmpsia: um raro relato de caso
A Anomalia de Ebstein (AE) é uma cardiopatia congênita rara, ocorre em apenas 1% das más formações cardíacas. É uma alteração da implantação dos folhetos da valva tricúspide, ocorre o aumento do volume do átrio direito e a atrialização do ventrículo direito. Geralmente, possui uma evolução clínica lenta, com sintomas aparecendo em idade avançada. A comunicação interatrial (CIA), também consiste em uma cardiopatia congênita, do tipo acianótica, comumente assintomática, com prevalência de 5 a 10% de todas as cardiopatias, mais comum em mulheres. Baseia-se na formação de um “shunt” esquerdo-direito, podendo causar hiperfluxo da veia pulmonar. Por outro lado, a pré-eclâmpsia é uma complicação gestacional detectada na vigésima semana. É uma disfunção materno/placentária responsável por elevação da pressão arterial (> 140/90 mmHg), associada a lesão de órgão alvo, proteinúria ou disfunção útero/placentária. Neste estudo, o objetivo é relatar as complicações desenvolvidas durante a gestação em paciente que possuía essa rara associação de comorbidades. Paciente feminina, 20 anos, primigesta com 30 semanas e 4 dias, vista em USG obstétrico, com descontrole pressórico desde de o início da gestação. Cardiopata, sem acompanhamento, apresentando EA e IA (diagnóstico em laudo de 2008). Foi admitida em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com dispneia, saturação de O2 de 91%, pressão de 150/100 mmHg. Após estabilização, solicitados pareceres para cardiologia, obstetrícia e risco anestésico. USG obstétrico mostrou compartimento fetal alterado e relação cérebro/placentária alterada. No 2º dia, após corticoterapia, paciente retorna do centro-cirúrgico após cesariana, acoplada à ventilação mecânica invasiva, devido à descompensação. Radiografia pós-cirurgia mostrou pequeno derrame pleural bilateral. Mantida Cefalotina por mais 2 dias. No dia 3, TC de tórax revelou derrame persistente e consolidações, iniciando Ceftriaxone e Clindamicina. Noradrenalina iniciada após descompensação hemodinâmica. No dia 6, após teste de respiração espontânea bem-sucedido, o ecocardiograma evidenciou AE, insuficiência tricúspide acentuada e mitral leve. Sem critérios graves, a paciente foi transferida para a enfermaria para seguimento e término da antibioticoterapia. A gestação pode agravar riscos em pacientes com comorbidades raras como anomalias cardíacas congênitas. O acompanhamento específico é crucial e, em casos graves, a gravidez deve ser evitada
Tamponamento intrauterino induzido por vácuo para hemorragia pós-parto: uma revisão sistemática
A hemorragia pós-parto (HPP) é uma complicação grave e uma das principais causas de mortalidade materna global, respondendo por aproximadamente 25% de todos os óbitos maternos. A busca por intervenções eficazes e seguras é crítica para melhorar os desfechos maternos. O tamponamento intrauterino induzido por vácuo (VHD) surgiu como uma abordagem promissora, oferecendo potencial para rápido controle do sangramento e redução da necessidade de procedimentos invasivos. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar a eficácia, segurança e aplicabilidade na prática clínica moderna. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura de 2016 a 2024 nas bases de dados PubMed (Medline), Cochrane Library e SciELO. A seleção dos estudos foi baseada em critérios de inclusão e exclusão rigorosos, focando na eficácia, segurança e aplicabilidade do VHD para tratamento da HPP. Três estudos chave foram analisados, com pacientes submetidos ao tratamento com VHD para HPP. Os resultados demonstraram uma taxa de sucesso no tratamento variando de 73% a 94%, com um controle do sangramento alcançado em uma média de 3 minutos. Foi observada uma redução significativa na necessidade de transfusões maciças de sangue e na perda de sangue estimada quando comparado com o tamponamento com balão uterino. Eventos adversos foram relatados, mas todos resolveram-se sem sequelas graves. O tamponamento intrauterino induzido por vácuo apresenta-se como uma opção promissora no tratamento da hemorragia pós-parto, com resultados consistentes indicando eficácia no controle do sangramento e redução na necessidade de transfusões sanguíneas. Embora os resultados sejam encorajadores, mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas e explorar plenamente o potencial do VHD na prática clínica. O VHD emerge como uma alternativa eficaz e segura, com potencial para melhorar significativamente os desfechos maternos e reduzir a morbimortalidade associada à HPP
Encefalite anti-NMDAr associada a tumores ovarianos: estudo de casos e revisão sistemática
A encefalite anti-NMDAR associada a tumores ovarianos é uma condição neurológica rara caracterizada pela presença de anticorpos anti-receptores NMDA no sistema nervoso central, frequentemente relacionada a teratomas ovarianos. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar casos sobre a encefalite anti-NMDAr associada a tumores ovarianos e realizar uma revisão bibliográfica. A revisão foi conduzida por meio de buscas nas bases de dados PubMed, Cochrane Library e SciELO, usando descritores MeSH relacionados à encefalite anti-NMDAR e teratomas ovarianos, com um recorte temporal de 2013 a 2023, com artigos na língua inglesa. Foram selecionados artigos que abordavam achados clínicos, diagnóstico, tratamento e desfechos de pacientes com essa síndrome. Os achados clínicos incluíram sintomas como psicose, convulsões, movimentos involuntários e comportamento agressivo. O diagnóstico envolveu avaliação clínica, exames de imagem e detecção de anticorpos anti-NMDA. A terapia incluiu ressecção cirúrgica de teratomas, pulsoterapia de imunoglobulina intravenosa (IVIG) e corticosteroides. Todos os pacientes apresentaram recuperação completa. A compilação dos resultados revelou a eficácia da terapia, com melhora estatisticamente significativa nos sintomas e respostas clínicas após tratamento. A remoção cirúrgica dos teratomas e a terapia imunomodulatória resultaram em recuperação completa. A abordagem de tratamento combinada foi eficaz na redução da resposta autoimune. A análise dos casos também destacou a importância do diagnóstico precoce para melhores resultados. Em resumo, a encefalite anti-NMDAR associada a teratomas ovarianos é uma condição complexa, mas tratável. A abordagem terapêutica combinada, a qual inclui ressecção cirúrgica e terapia imunomoduladora, cuja dose recomendada é de 0,4 g/kg/dia por 5 dias, seguida de corticoides para reduzir a inflamação cerebral, demonstrou eficácia na recuperação completa dos pacientes