2 research outputs found

    Relato de caso: Diabetes tipo LADA ou “Double Diabetes” ? Nem todo diabético é Tipo 1 ou Tipo 2

    Get PDF
    O diabetes é uma doença endócrina com múltiplas vias patogênicas altamente prevalente em todo o mundo. A mais recente expressão “Double Diabetes” (DD) veio caracterizar uma nova forma de diabetes que é essencialmente composta por uma intersecção de características clínicas do diabetes tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2). Entretanto, na prática clínica, existem outros fenótipos da doença que dificultam o diagnóstico, como o Diabetes latente autoimune do adulto (LADA). O vigente esquema de classificação não contempla as novas evidências científicas sobre esta patologia endócrina, contribuindo assim, para condutas equivocadas que levam à um mau controle glicêmico predispondo à complicações micro e macrovasculares. Este relato de caso tem como objetivo chamar atenção para a importância da investigação diagnóstica de um quadro clínico de diabetes imuno mediado. Outro aspecto importante, é a necessidade de revisar os critérios diagnósticos que por vezes são inconclusivos. Relata-se o caso de uma paciente de 44 anos que foi diagnosticada com diabetes aos 24 anos durante o pré-natal, porém somente iniciou o tratamento com insulina após 2 anos, mediante um quadro de perda de peso, diplopia e polidpsia, tendo na ocasião sido diagnosticada como DM1. A paciente apresenta síndrome metabólica, dislipidemia, sobrepeso (IMC:26,7), anti-GAD positivo (159,6) e história familiar paterna de DM2. O caso clínico contempla ainda, outra doença autoimune: o hipotireoidismo (Tireoidite de Hashimoto), possibilitando o diagnóstico de síndrome poliglandular do tipo 3. Esta paciente preenche critérios tanto para LADA quanto para DD, como positividade de anticorpo contra células β e aumento do IMC. Porém, o que mais os distingue, com base em características clínicas, é a faixa etária >30 anos para LADA e o período de infância e juventude para o DD. Mais pesquisas devem ser realizadas com o intuito de melhorar o diagnóstico e consequentemente o tratamento dessa enfermidade crônica extremamente prevalente. Os moldes terapêuticos atuais que priorizam esquemas baseados na doença e não no paciente, são questionáveis e as novas tendências apontam para uma abordagem mais ampla vendo as drogas como opções terapêuticas adjuvantes. Embora seja uma das doenças mais estudadas no mundo, a cada nova evidência científica um antigo conceito “cai por terra” e percebe-se o quão leigos ainda somos quando se trata de diabetes

    Associação entre qualidade do sono e excesso de peso entre estudantes de medicina da Universidade Severino Sombra, Vassouras – RJ

    Get PDF
    A privação das horas de sono tornou-se um fato comum na atualidade devido à rotina estressante do dia à dia. A importância do sono é observada quando constata-se os efeitos negativos causados pela sua privação, como déficit cognitivo, alteração de humor, fadiga e lentificação na execução de tarefas do dia. Além disso, a privação do sono gera alterações endócrinas responsáveis pelo controle alimentar como a diminuição do hormônio anorexígeno leptina e aumento do hormônio orexígeno grelina, ocasionando um aumento do apetite. A perda de sono é considerada um problema de saúde pública, uma vez que aumenta os casos de sobrepeso e obesidade, morbidade e mortalidade. Quando comparamos grupos universitários de diferentes cursos, observa-se que alterações no estilo de vida são mais comumente encontradas nos acadêmicos de Medicina que estão sujeitos ao excesso de peso pela redução das horas de sono que a vida universitária impõe e pela redução do tempo para realizar refeições completas ou prática de atividades físicas regulares. Avaliar a associação entre a qualidade do sono e o estado nutricional de acadêmicos de Medicina da Universidade Severino Sombra, instituição privada situada na cidade de Vassouras (Rio de Janeiro). Auto-aplicação do questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC). Houve uma associação entre qualidade do sono ruim e excesso de peso dentre os avaliados, mostrando que a alteração na qualidade do sono aumentou em 2,3 vezes a chance de se ter excesso de peso. Os acadêmicos avaliados apresentaram uma média de duração do sono de 6,5 horas/noite. Esses valores estão abaixo do recomendado a um adulto que para ser considerado como um estado ótimo de vigília é necessário de 7-8 horas de sono em 24 horas. A restrição do sono se relaciona com aumento do apetite, consumo de alimentos mais calóricos e como conseqüência há o ganho de peso. Com base nos dados analisados, conclui-se que acadêmicos de medicina estão sobre grande risco de desenvolverem sobrepeso e obesidade tanto pelo sedentarismo quanto pelos maus hábitos alimentares que podem ser conseqüência da privação das horas de sono que a rotina estressante impõe a essa população. Ainda são necessários estudos mais aprofundados que busquem essa relação entre sono e hábitos alimentares, visto que outros fatores podem estar envolvidos nessa associação
    corecore