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Educação e linguagem: elementos para uma introdução crítica ao preconceito linguístico
O presente artigo tem como objetivo analisar alguns conceitos e concepções referentes à interação moderna entre dois fenômenos - educação e linguagem - cuja indissociabilidade aparente, tanto epistemológica quanto funcional, apresenta elementos que contribuem para o desenvolvimento de uma introdução crítica ao preconceito linguístico. Este é entendido como uma forma peculiar de preconceito social, que se efetiva no interior das relações sociais, por meio do sistema educacional - no qual a escola moderna é considerada o local privilegiado e legítimo de transmissão e imposição da língua caracterizada como padrão, oficial ou “culta” - e através da dominação cultural e da imposição linguística daí proveniente. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de caráter qualitativo e de natureza analítico-descritiva que utilizará como metodologia um referencial bibliográfico a respeito da temática e dos objetos de estudos propostos.
Palavras-chave: Denominação cultural. Educação. Linguagem. Preconceito linguístico
LIVROS DE AUTOAJUDA: MARKETING E RELIGIÃO
O objetivo do presente artigo é refletir sobre o fenômeno do consumismo dos livros de autoajuda, cuja ideologia contribui para a alienação e a coisificação da consciência. As ilusões sobre as possibilidades de enriquecimento a partir da primazia das ideias e não das condições objetivas de existência na sociedade capitalista são problematizadas. O significativo crescimento deste mercado no mundo contemporâneo justifica a importância dessa análise no campo das ciências humanas, o que em nossa compreensão decorre de múltiplos fatores. Destacamos o uso intenso da publicidade que aliada aos recursos financeiros e tecnológicos, organizados pelo capital comunicacional e concentrados nas mãos de pequenos grupos controlam o mercado editorial. Tais grupos não se preocupam com a coerência ou com a qualidade de suas publicações, buscam prioritariamente assegurar altas taxas de lucro e por isso dão preferência a obras literárias que visam à manipulação, no sentido de entorpecer o indivíduo e torná-lo ainda mais alienado. Palavras-chave: Livro; Mercado; Capital comunicacional; Religião
A QUESTÃO DA MULHER EM JOHN LOCKE
Neste artigo discutimos a questão da mulher em John Locke a partir do seu conceito de igualdade. O nosso pressuposto é de que o filósofo se refere a humanos e não ao gênero masculino ao radicalizar o princípio da igualdade. Afirmamos também que, ao elaborar os seus pensamentos sobre a educação, não questionou o patriarcado, seguindo-o quase sem contestação. Parece-nos que a saída, considerando o próprio patriarcalismo, está na sua interrogação, possível a partir da radicalização do princípio de igualdade elaborado por Locke, todavia, no âmbito da sociedade instituída
As ocupações das escolas públicas: crítica às representações dos estudantes na mídia escrita
Discutimos, neste artigo, a ocupação das escolas públicas, que foi um movimento social desencadeado no Brasil nos anos de 2015 e 2016. Nosso objetivo é analisar as representações de estudantes nas ocupações das escolas públicas produzidas pela mídia escrita, ao mesmo tempo em que buscaremos apresentar o fundamento social que as caracterizam. Nossas principais fontes são as notícias divulgadas na mídia escrita (disponíveis online) referentes ao já citado movimento de ocupação, cuja finalidade foi lutar contra as várias propostas anunciadas pelos governos estaduais, tais como o fechamento de escolas — proposta realizada pelo Estado de São Paulo — e a transferência da gestão para as Organizações Sociais — as OSs — proposta que ocorreu no Estado de Goiás
HOMESCHOOLING
Neste artigo, refletimos sobre o “novo” homeschooling ou educação domiciliar/educação no lar, que vem ganhando cada vez mais adeptos em todo o globo, não sendo diferente na realidade brasileira. Entende-se como homeschooling o movimento pelo qual diversas famílias, por se sentirem insatisfeitas com a educação oferecida nas escolas, reivindicam o direito de educar os filhos em casa. Nesse sentido, buscamos refletir a partir de pesquisas bibliográficas sobre as seguintes questões: o homeschooling trata-se de uma preocupação com a qualidade da educação? É um ataque aos professores e à escola pública? Ou o retorno da centralidade da educação para a família? Constatamos que as respostas para as três são afirmativas, concluindo assim que o homeschooling e as demais políticas educacionais conservadoras transferem todos os problemas e fracassos educacionais para a escola e os professores
A DEMONIZAÇÃO DA MULHER: UMA ANÁLISE DA PERSONAGEM MARGARIDA NA OBRA O SEMINARISTA
Inserido na estética romântica, Bernardo Guimarães em 1872 publica pela primeira vez a obra O Seminarista, sobre a trágica história de amor entre Eugênio e Margarida, no interior de Minas Gerais. Neste artigo, nosso objetivo é analisar o processo de demonização da mulher construído por meio de argumentos místicos sobre Margarida, personagem central da obra. Esta, quando criança, em um breve descuido dos adultos brinca com uma cobra que se enrosca em seu corpo, sem, no entanto, agredi-la. É este o elemento desencadeador da representação demoníaca de Margarida que, no imaginário popular da época, ao brincar com a cobra, teria se identificado com o animal. A elaboração do estereótipo feminino na literatura, desde a Antiguidade, traz em seu bojo características que são interiorizados pela sociedade
ANÁLISE DO DISCURSO DO PRESIDENTE MICHEL TEMER PARA GARANTIR A IMPLEMENTAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA
O presente artigo aborda a implementação da Reforma Trabalhista, executada pelo Governo no ano de 2017, sob a presidência de Michel Temer. Temer anunciou sua intenção de efetuar a Reforma da Legislação Trabalhista, intitulada por ele como modernização, já no primeiro pronunciamento, fundamentando a ação no aumento de empregos e maior segurança no mercado. Para a concretização desse propósito, Temer se valeu de estratégias lexicais, escolhendo palavras adequadas, provocando, assim, a adesão do público; e discursivas, como a dissimulação, conceito ostentado por Thompson (1995), proporcionando a eufemização e o deslocamento do discurso. Será analisada ainda a comodificação, processo denominado por Fairchough (2001), que pode ser compreendido como a influência do discurso mercadológico sobre discursos não mercadológicos em sua essência, aplicada a Reforma Trabalhista
EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UM CONTEXTO NEOLIBERAL:
Este artigo tem como propósito discutir o ato de incluir e excluir, um paradoxo que as vezes têm se camuflado na forma de conceber a educação e os estudantes. No entanto, fazendo um paralelo discursivo entre inclusão escolar e o contexto neoliberal apresentado no texto de Christian Laval – A Escola não é uma Empresa – observam-se barreiras vivenciadas pelos estudantes com limitações diversas no que se refere à inclusão em escolas regulares. Assim o problema da pesquisa consiste em: como minimizar as barreiras atitudinais que estão presentes dentro das unidades escolares, combatendo a ideia de que “a escola não é uma empresa”? O artigo é um estudo teórico de cunho qualitativo sobre o tema educação inclusiva em um contexto neoliberal: discursos e intencionalidade a partir da lógica do mercado e, para tanto, o texto fundamenta-se em teóricos como – Laval (2019), Reis (2013), Santos (2001), Mantoan (2017) - que se posicionam com preocupação em relação ao papel da escola atual, que atua em uma perspectiva de transformar os sujeitos em empreendedores de si, estimulando a competitividade e corrida pelo “sucesso”. Em contraposição a essa concepção, argumenta-se teoricamente acerca do papel da Educação Inclusiva que tem como centralidade a formação integral do indivíduo, respeitando as diversidades. Os resultados apontam que os diálogos aqui apresentados seja um ponto de reflexão, a fim de compreender os desafios da educação frente aos discursos neoliberais que interferem na inclusão escolar impedindo um ensino de qualidade e equidade às diversidades.
Palavras-chave: Educação. Inclusão. Neoliberalismo. Escola. Empresa
Os miseráveis e as lutas sociais no Brasil: repressão e resistência
Buscamos, neste artigo, analisar a condição da classe trabalhadora no capitalismo. Para isso, partimos da situação de moradia dos trabalhadores na Inglaterra do século XIX, descrita por F. Engels, na obra A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Abordamos o cortiço, conhecido na literatura por cabeça de porco, moradia dos pobres no Rio de Janeiro, do mesmo século, para mostrar a semelhança com que a burguesia sempre tratou os trabalhadores em qualquer lugar do mundo. Para discutir a contemporaneidade, optamos por discutir a representação na mídia, da luta dos trabalhadores pela moradia e os confrontos dela decorrentes, ressaltando o papel das imagens numa sociedade que transforma tudo em mercadoria e, de forma espetacular, substitui a liberdade real por uma democracia espetacular