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    AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO SURTO DE MONKEYPOX DE 2022 NA SAÚDE SEXUAL DA POPULAÇÃO USUÁRIA DA PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO CONTRA O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM RECIFE

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    Introdução/Objetivo: A pandemia do HIV é uma importante e atual questão de saúde pública, sendo uma das principais infecções sexualmente transmissíveis que ainda está associada a alta mortalidade. Assim, a profilaxia pré-exposição (PrEP) é peça chave dentre as estratégias de prevenção combinada. Contudo, discussões sobre saúde sexual estão comumente associadas com preconceito e desinformação. Nesse contexto, o debate recente sobre os novos casos de Monkeypox agravou o preconceito contra a população LGBTQIA+, ao associá-la diretamente a essa comunidade. Assim, o estudo objetivou entender o impacto à saúde sexual das informações sobre Mpox (Monkeypox) nesse grupo, analisando usuários da PrEP no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC). Métodos: O estudo foi desenvolvido no ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias do HUOC. Foram incluídos os pacientes maiores de 18 anos, usuários da PrEP. Excluíram-se soroconvertidos no período interconsulta. A coleta foi realizada com o preenchimento de um formulário eletrônico pelos pacientes. Resultados: Foram entrevistados 45 pacientes. Na amostra, a média de idade foi de 36,2 anos, sendo 42 homens cis (93,3%) e 3 mulheres cis (6,7%). Verificou-se, também, que do total, 28 possuíam passado de ISTs, mas apenas 33 usam preservativo na maior parte das relações sexuais (73,3%). Com relação ao conhecimento da doença, percebeu-se que a maioria das pessoas não soube responder ou respondeu erroneamente sobre as vias de transmissão (77,8%), além disso, apenas 13 pessoas (28,9%) souberam responder de forma correta as formas de prevenção contra a doença. A maioria (95,6%) soube reconhecer os principais sintomas da Mpox. Foi percebido, também, que uma parcela considerável (40%) dos entrevistados tiveram receio de praticar relações sexuais após divulgação de noticias sobre a doença, sendo que, do total, 26,7% das pacientes reduziram frequência de relações sexuais. Ademais, verificou-se diminuição no prazer durante ato sexual em uma pequena parcela dos entrevistados (13,3%), e, também, que 28,9% da amostra passou a usar mais preservativo. Conclusão: Notou-se, a partir dos dados obtidos, que o surgimento da monkeypox, bem como da circulação de fake news relacionadas a ela, impactaram na qualidade de vida dos entrevistados, em especial diante da falta de informação sobre a doença, evidenciada pelo desconhecimento de boa parte da amostra com relação à transmissão da doença e às formas de prevenção

    CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DO SONO EM PACIENTES COM HTLV

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    Introdução/Objetivo: O sono é fundamental para a manutenção das condições fisiológicas do corpo. A redução do sono pode ter efeitos deletérios, como aumento na secreção de proteína C-reativa e interleucina-6, além de ser um fator de progressão acelerada de doenças crônicas e inflamatórias. As infecções sexualmente transmissíveis causadas por retrovírus, como o vírus linfotrópico das células T humanas (HTLV), podem afetar a qualidade do sono devido à ativação do sistema imunológico e à produção de citocinas pró-inflamatórias. Assim, esse estudo objetiva caracterizar a qualidade do sono em pacientes com HTLV. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional realizado em pacientes com HTLV acompanhados no ambulatório de cuidados paliativos do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC/PE). Os critérios de inclusão para os pacientes são: ter mais de 18 anos, ter o diagnóstico confirmado de HTLV e não ter outras infecções concomitantes, exceto a infecção associada de HTLV e HIV. Foi utilizado o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, o qual possui 19 questões e avalia sete componentes do sono, sendo o escore máximo 21 pontos. Pontuações entre 0 e 4 são consideradas boas, entre 5 e 10, indicativas de qualidade do sono ruim, e acima de 10, presença de distúrbio do sono. Resultados: Ao total foram entrevistados 55 pacientes, sendo 38 mulheres (69.09%) e 17 homens (30.91%) com uma média de 48 anos, com os valores variando entre 21 e 74, que foram diagnosticados entre 1998 e 2023, sendo 2019 a mediana. Em média, o índice de qualidade do sono dos pacientes foi 8.44. 29.09% apresentaram um sono considerado bom; 41.82% ruim; 29.09% classificaram com distúrbio do sono. Os componentes mais pontuados foram “latência do sono” (95 pontos na soma total) e “distúrbios do sono” (91 pontos na soma total). Conclusão: Tais dados indicam a possível associação da infecção pelo HTLV com a piora do sono. Reforçando a importância de avaliar a qualidade do sono como parte integrante do manejo desses pacientes. A identificação precoce e o tratamento adequado dos distúrbios do sono podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida e para o quadro geral da condição clínica dos pacientes com HTLV

    AVALIAÇÃO DA MEDIDA DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM PACIENTES COM HTLV EM CENTRO DE REFERÊNCIA

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    Introdução: Cerca de 10 a 20 milhões de pessoas estão infectadas pelo HTLV em diversos bolsões endêmicos, incluindo o Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A infecção pelo HTLV está associada à paraparesia espástica tropical/mielopatia associada (HAM/TSP), doença crônica desmielinizante de caráter porgressivo e insidiosa, cursando com o acometimento da medula espinhal provocando um quadro de parestesia, paresia, disfunção esfincteriana e dor crônica. O desenvolvimento de HAM/TSP ocorre em 1 a 3.7% dos infectados e possui diagnóstico difícil e evolução imprevisível. A doença tem um cunho debilitante, impactando negativamente as atividades básicas de vida diária dos acometidos. Desta forma, avaliar a funcionalidade por meio de instrumentos estabelecidos é uma forma eficaz de de estratificar a progressão da doença a fim de ofertar o melhor cuidado possível. Objetivo: Avaliar a funcionalidade por meio da Medida da Independência Funcional (MIF) das pessoas vivendo com HTLV (PVHTLV) atendidos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz - UPE. Métodos: Foram coletados dados demográficos e clínicos como: sexo, idade, tempo de diagnóstico e comorbidades. Foi aplicado o questionário MIF, composto por 18 perguntas que avaliam aspectos do cotidiano, como alimentação, cuidados com higiene pessoal, transferências, locomoção e cognição. Cada item pontua de 1 (dependência completa de outros ou de instrumentos auxiliares) a 7 (independência total). Resultados: Ao todo, foram entrevistados 65 pacientes. A média de idade foi de 49 anos (18 a 77 anos); sendo 43 (66%) do sexo feminino. A média de funcionalidade foi de 116 pontos. A distribuição foi: 20 (30,7%) no grupo com MIF abaixo da média, sendo 15, do sexo feminino. As menores médias individuais são referentes à locomoção (marcha e subir ou descer escadas), vestir-se e controle esfincteriano. Conclusão: A aplicação da MIF mostrou que de fato há uma funcionalidade reduzida nas pessoas que vivem com HTLV, principalmente nas que desenvolvem HAM/TSP, tendo implicações principalmente na locomoção e no controle dos esfíncteres. Há necessidade de se verificar a relação da MIF com marcadores biológicos e clínicos. Sendo assim, a aplicação de instrumentos que avaliam a funcionalidade podem auxiliar no manejo e estratificação desses pacientes
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