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Potencial ornamental do Maciço Glória Norte, Domínio Macururé, Sistema Orogênico Sergipano
“Granitos ornamentais” correspondem no mercado de rochas ornamentais a rochas que incluem tanto aquelas de origem ígnea quanto metamórfica. Isto reflete a informalidade do setor e sua independência dos conceitos teórico-acadêmicos que definem e classificam as rochas, já que a aceitação de um tipo litológico no mercado de rochas ornamentais depende, principalmente, de fatores estéticos e físicos, deixando muitas vezes de lado a avaliação das propriedades mineralógicas, texturais e estruturais. Este trabalho enfoca a avaliação do potencial de uso ornamental das rochas da Fácies Porfirítica (MP) do Maciço Glória Norte (MGN), em Sergipe, a partir de estudos petrográficos associados com a aplicação do Índice de Atratividade Econômico-Geológica (IAEG). Este índice vem sendo cada vez mais aplicado na avaliação do potencial ornamental de uma rocha a partir da qualificação e quantificação de uma série de critérios que consideram não só os aspectos de campo e mercadológicos, mas incluem a aplicação de estudos petrográficos e a observação de aspectos sobre a mineralogia, forma, dimensões, e relações de contato entre os minerais, bem como as alterações e deformações sofridas por aquele material. Os valores obtidos para o IAEG variam entre 54 e 63. Por sua vez, a determinação de alguns parâmetros físicos a partir do estudo petrográfico revelou a ausência de falhas e/ou fraturas expressivas, pouca alteração dos feldspatos e baixa quantidade de óxidos e sulfetos, o que agrega valor a este material na sua aplicação na construção civil. Os resultados aqui obtidos a partir da associação do IAEG com os parâmetros petrográficos e estruturais evidenciam um potencial ornamental médio a alto, sugerindo a possível utilização das rochas do MGN no mercado de rochas ornamentais, principalmente para os litotipos da Fácies MP. Ressalta-se, entretanto, que este uso comercial ainda exige a aplicação dos testes e ensaios tecnológicos, uma avaliação de mercado, e que haja um esforço dos órgãos competentes para fomentar a criação de uma cadeia ou arranjo produtivo para rochas ornamentais no Estado de Sergipe, que viabilize a sua explotação.“Ornamental granites” correspond to a class of dimension stones that includes both igneous and metamorphic rocks. This reflects the informality with which the sector deals with their characterization and the independence from theoretical and academic concepts that define and classify rocks, as the acceptance of a rock type in the ornamental stone market depends mainly on aesthetic and physical factors, rather than its mineralogical, textural and structural properties. This work focuses on the evaluation of the potential use of the porphyritic facies (MP) of the Gloria Norte Granitic Massif (MGN – State of Sergipe, NE Brazil) as dimension stone. In such evaluation, petrographic studies in association with the application of the Geological and Economical Potential Index (IAEG) are taken into account. Actually, IAEG has been increasingly used in Brazil as it represents a real possibility to qualify and quantify a series of criteria that involve not only field and market aspects, but also petrographical information regarding mineralogy, shapes, sizes and contact relationships between rock minerals and their modifications due to alteration and deformation. The IAEG values obtained for MGN range from 54 to 63. In turn, the determination of some physical parameters obtained from petrographical studies reveals the absence of expressive fractures and/or faults, weakly altered feldspar, and low oxide and sulfide contents, which aggregates value to the use of this material as ornamental stone. The results obtained from the association of IAEG with petrographical and structural parameters show a medium to high ornamental potential for these rocks, suggesting that they can be used in building, in special the ones from the MP facies. We emphasize, however, that the commercial use of a rock requires application of technological tests, market evaluation, and effort from the authorities to promote the creation of a productive chain or arrangement in the State of Sergipe, in order to make the exploitation of rocks possible for their use as dimension stones
Petrology and age of the Fazenda Lagoas Stock, Macururé Domain, Sergipano Orogenic System, NE-Brazil
O Stock Fazenda Lagoas (SFL), com 20 km2, tem idade de cristalização de 623 ± 4 Ma e é intrusivo nas rochas metassedimentares do Domínio Macururé (DM). O seu contato ao norte é afetado pela Zona de Cisalhamento Belo Monte-Jeremoabo (ZCBMJ), que imprime estrutura gnáissica às rochas desse stock. O SFL é essencialmente constituído de quartzo monzonitos, tendo monzogranitos e granodioritos subordinados. Os enclaves microgranulares são abundantes e correspondem a dioritos e gabros. As rochas apresentam dominantemente textura porfirítica e a mineralogia, deformação no estado sólido, a qual foi associada ao cisalhamento regional (kinks em plagioclásio e biotita, rotação de feldspatos e biotita, ribbon em quartzo). Os cristais de plagioclásio exibem zonações cíclicas normal e inversa, e o feldspato alcalino, zonação inversa. A composição do plagioclásio varia de oligoclásio a andesina nos monzonitos, e nos enclaves, de oligoclásio a labradorita. A composição da biotita marrom indica origem a partir de magma orogênico. Os anfibólios ígneos correspondem a pargasita e edenita, a barometria com alumínio total indicou pressões que variam entre 6,7 e 7,8 kbar (15‒25 km) para os monzonitos e entre 7,2 e 9,8 kbar (20‒30 km) para os enclaves. A geoquímica evidenciou afinidades shoshonítica e cálcio-alcalina de alto K para os magmas formadores do SFL. Os elementos-traço em diagramas multielementares apresentam anomalias negativas para Ta, Nb, Ti e P, e apontam que o SFL tenha se formado em ambiente colisional. Texturas e evolução geoquímica indicam cristalização fracionada, e misturas entre magmas félsico (monzonito) e máfico (gabróicos) foram importantes na formação das rochas do SFL.The Fazenda Lagoas Stock (SFL), has 20 km2 area and age of crystallization of 623 ± 4 Ma and is intrusive into the metasedimentary rocks of the Macururé Domain. The northern boundary of the SFL is affected by the Belo Monte-Jeremoabo Shear Zone (BMJSZ), which prints gneiss structure to the rocks in this stock. The SFL consists essentially of quartz monzonites, having subordinate monzogranites and granodiorites. The microgranular enclaves are abundant and correspond to diorite and gabbro. The rocks present predominantly porphyritic texture and the mineralogy presents solid state deformation, which was associated with regional shear (plagioclase and biotite kinks, feldspar and biotite rotation, quartz ribbon). Plagioclase crystals exhibit normal and inverse cyclic zonations and alkaline feldspar reverse zonation. Plagioclase composition varies from oligoclase to andesine in monzonites and enclaves varies from oligoclase to labradorite. The composition of brown biotite indicates origin from orogenic magma. Igneous amphiboles correspond to pargasite and edenite, total aluminum barometry indicated pressures ranging from 6.7 to 7.8 kbar (15‒25 km) for monzonites and between 7.2 to 9.8 kbar (20‒30 km) to the enclaves. The geochemistry showed high K shoshonitic and calcium alkaline affinities for the SFL forming magmas. The trace elements in multi-elemental diagrams show negative anomalies for Ta, Nb, Ti and P indicate that the SFL was formed in a collisional environment. Textures and geochemical evolution indicate fractional crystallization and mixing between felsic (monzonite) and mafic (gabbroic) magmas were important in the formation of the SFL rocks
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DO STOCK GRANÍTICO MONTE ALEGRE, DA FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
O Stock Granítico Monte Alegre ocorre intrusivo na parte noroeste do Domínio Macururé, Faixa de Dobramentos Sergipana, e provoca em suas encaixantes metassedimentares a presença de hornfels com muscovita, biotita e granada. Ele é um corpo arredondado, com cerca de 10 km2, sendo constituído por uma variedade de tipos petrográficos (muscovita granito, granito com biotita e muscovita, quartzo-monzonito, biotita quartzo monzonito e enclaves com composição de monzodiorito). As rochas meaficas deste stock ocorrem soba a forma de enclaves máficos microgranulares e dique sin-plutônicos, tendo expressiva quantidade de enclaves máficos microgranulares e diques sin-plutônicos. Várias evidencias (petrográficas e geoquímicas) foram encontradas indicando que as rochas desse stock tem gênese associada a processos de mistura entre magmas máfico e félsico. As rochas máficas mostram-se alcalinas e exibem geoquímica compatível com aquelas da Série Shoshonítica enquanto que os muscovita granito exibem características compatíveis com magmas peraluminosos formados a partir de fusão de metassedimentos. A hipótese de mistura encontra suporte particularmente nos elementos-traço quando um grupo mostra afinidade com magmas gerados em ambiência sin-colisional (granitos e alguns monzonitos mais evoluídos) e os enclaves e monzonitos máficos aponta como ambiente arco vulcânico
MACIÇO GLÓRIA NORTE, DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA: GEOLOGIA, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA
A Faixa de Dobramentos Sergipana, na sua porção norte, apresenta intrusões graníticas de composição e tipologias variadas. O Maciço Glória Norte (MGN), que ocorre na porção centro-norte do Domínio Macururé, representa uma das mais importantes intrusões que se colocaram após o pico de deformação e metamorfismo no orógeno (+ 650 Ma). Nesse estudo identificou-se a presença de três fácies petrográficas nesse maciço: monzonítica porfirítica, monzonítica fanerítica e granítica. Além disso, enclaves máficos microgranulares são abundantes. Os estudos microscópicos revelaram várias texturas de instabilidade nos minerais e uma sequência de cristalização marcada pelo aumento de fluídos ao longo da evolução. Os dados geoquímicos revelaram que o MGN é de natureza shoshonítica e seus enclaves exibem afinidade ultrapotássica (MgO>3%, K2O>3%), revelando que os magmas responsáveis pela formação das rochas têm assinatura orogênica, com baixos conteúdos em titânio, nióbio e tântalo
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA DO MACIÇO GRANÍTICO GLÓRIA SUL, DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
A Faixa de Dobramentos Sergipana está localizada na região nordeste do Brasil e um dos seus mais importantes segmentos é o Domínio Macururé, que consiste predominantemente em rochas pelíticas. Nesse domínio está encaixado o Maciço Granítico Glória Sul que apresenta forma arredondada, e ocupa uma área em torno de 41 km2. Ele é constituído predominantemente por granitosequigranulares, com muscovita e que contêm como máfico a biotita. Essas rochas hospedam enclaves de natureza variada, sendo que nos biotita granitos dominam enclaves máficos microgranulares. Os dados geoquímicos evidenciam o caráter peraluminoso, exceto para os enclaves de natureza sienítica que são metaluminosos. As correlações observadas em diagramas de Harker sugerem que o processo de mistura participa da formação das rochas deste corpo. O mesmo é observado com os ETR. Em diagramas geoquímicos utilizados para inferir a ambiência geotectônica, as rochas mostram essencialmente afinidades com suítes geradas em ambientes sin-colisionais o que é condizente com o panorama geotectônico regional
ASPECTOS GEOLÓGICOS, PETROGRÁFICOS E GEOQUÍMICOS DO STOCK LAGOA DO ROÇADO, NORTE DA FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
O Stock Lagoa do Roçado é um corpo com aproximadamente 7 km2, tem forma alongada, sendo intrusivo em metassedimentos do Domínio Macururé, localizado na região central da Faixa de Dobramentos Sergipana. As rochas que compõem esse stock são essencialmente inequigranulares e na parte central do corpo constata-se com frequência a presença enclaves máficos microgranulares. Os estudos petrográficos permitiram identificar que esse stock é essencialmente constituído por granodioritos com biotita, hornblenda e diopsídio, tendo como acessórios, titanita, allanita, pistacita, zircão, apatita e minerais opacos. Os dados geoquímicos obtidos para esse stock revelam que suas rochas são cálcio-alcalinas de alto potássio, e os enclaves máficos microgranulares exibem afinidade com a suíte shoshonítica. A boa correlação linear identificada nos diagramas de Harker entre os tipos félsicos e máficos são sugestivas que o processo de mistura de magmas seja o responsável pela variação química encontrada. Os espectros dos ETR das rochas apresentam fracionamento dos ERTLeves em relação aos ETRPesados e uma fraca anomalia negativa em Eu sugerindo fracionamento de plagioclásio. Essas rochas quando lançadas nos diagramas de afinidade tectônica de Pearce posicionam-se no campo dos granitos pós-tectônicos concordando com o panorama regional
Mapeamento geológico do Pegmatito Alto do Calango, Província Pegmatítica da Borborema
A Província Pegmatítica da Borborema, está inserida dentro do contexto da Faixa Seridó, abrangendo uma área de 75 por 150 km2 entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. É mundialmente conhecida por seus pegmatitos mineralizados em Ta-Nb, Be, Sn, Li e gemas. Esses pegmatitos possuem idade Cambriana e a sua mineralogia e estrutura interna vêm sendo estudadas há mais de meio século. O presente trabalho tem foco no mapeamento geológico de detalhe do Pegmatito Alto do Calango (PAC). Na região estudada ocorrem os litotipos das formações Jucurutu e Seridó, além de granitos com textura pegmatítica e diques pegmatíticos. O granito pegmatítico é do tipo homogêneo e intrude os mármores da Formação Jucurutu estando orientado na direção NE/SW. Os corpos pegmatíticos são do tipo heterogêneo e apresentam comprimento variando entre 58 e 36m, com espessura máxima de 15m, orientados segundo as direções NE/SW, E/W e NW/SE. O PAC possui uma mineralogia composta por espodumênio, feldspato alcalino, plagioclásio, quartzo, muscovita, apatita e granada. A identificação desta mineralogia permitiu classificá-lo como um pegmatito da família LCT, da classe dos pegmatitos ricos em elementos raros (ELR), subclasse ELR-Li, tipo complexo, subtipo espodumênio
Mapeamento geológico do Pegmatito Alto do Calango, Província Pegmatítica da Borborema
A Província Pegmatítica da Borborema está inserida dentro do contexto da Faixa Seridó, abrangendo uma área de 75 km² por 150 km2 entre os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. É mundialmente conhecida por seus pegmatitos mineralizados em Ta-Nb, Be, Sn, Li e gemas. Esses pegmatitos possuem idade Cambriana e a sua mineralogia e estrutura interna vêm sendo estudadas há mais de meio século. O presente trabalho tem foco no mapeamento geológico de detalhe do Pegmatito Alto do Calango (PAC). Na região estudada ocorrem os litotipos das formações Jucurutu e Seridó, além de granitos com textura pegmatítica e diques pegmatíticos. O granito pegmatítico é do tipo homogêneo e intrude os mármores da Formação Jucurutu, estando orientado na direção NE/SW. Os corpos pegmatíticos são do tipo heterogêneo e apresentam comprimento variando entre 58 m e 36 m, com espessura máxima de 15 m, orientados segundo as direções NE/SW, E/W e NW/SE. O PAC possui uma mineralogia composta por espodumênio, feldspato alcalino, plagioclásio, quartzo, muscovita, apatita e granada. A identificação dessa mineralogia permitiu classificá-lo como um pegmatito da família LCT, da classe dos pegmatitos ricos em elementos raros (ELR), subclasse ELR-Li, tipo complexo, subtipo espodumênio.</p