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    Bioprospecção de bactérias com potencial antagônico a fusarium spp. associado à morte de brachiaria brizantha

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    Há uma crescente busca nos últimos tempos por sistemas agropecuários que sejam produtivos, econômicos e sustentáveis. A síndrome da morte do capim Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é um problema que vem crescendo nos últimos anos, um dos principais sinais de baixa sustentabilidade da pecuária brasileira. A morte das plantas forrageiras ocorre na época chuvosa, geralmente em solos mal drenados, devido a falta de adaptação da planta à baixa oxigenação das raízes, deixando-a suscetível ao ataque de fitopatógenos oportunistas. Diante da problemática, objetivou-se isolar e selecionar bactérias com potencial antagônico a Fusarium spp., um dos agentes fitopatogênicos que participam desse processo. Foram avaliados 10 sistemas, no período de chuva e seca: 1-F: floresta; 2-L: lavoura; 3-P: pecuária; 4-iPL: integração pecuária-lavoura; 5-iLP: integração lavoura-pecuária; 6-iLF: integração lavoura-floresta; 7-iPF: integração pecuária-floresta; 8-iLPF: lavoura e floresta por 2 anos e após pecuária e floresta por 2 anos; 9iLPF: pecuária e floresta por 2 anos e lavoura e floresta por 2 anos; 10-iLPF: integração lavoura-pecuária-floresta; além da mata nativa e área de pousio, distribuídos em blocos casualizados com 4 repetições. Os isolados bacterianos foram obtidos de amostras de solo diluídas, aplicadas em meio de cultura TSA 10% (Triptona soja ágar) e incubadas a 28ºC. Após a purificação os isolados foram armazenados em solução de glicerol 20% a -80°C. Foram testadas 20 bactérias em cada sistema. O método para avaliação de antagonismo foi o de cultura pareada em placa de Petri, por confronto direto, e em meio sólido BDA (Batata dextrose ágar). Na avaliação, foi considerado como positivo as bactérias que formaram halo de inibição ou quando o crescimento do corpo fúngico não encostou na bactéria. Dois isolados foram testados, Fusarium spp. isolado de planta de soja acometida (1) e Fusarium spp. isolado de solo onde ocorreu a morte da forrageira (2). Primeiramente, todos os isolados bacterianos foram testados contra o patógeno 1 e então, somente as bactérias antagônicas foram testadas contra o patógeno 2. Para o patógeno 1, na época da chuva, 7,5% dos isolados testados apresentaram antagonismo enquanto na seca esse valor foi maior (15%). Para o patógeno 2, nem todos os isolados positivos para o patógeno 1 foram eficientes no controle, demonstrando a ocorrência de interações entre isolados bacterianos e Fusarium spp. Quando considerados os sistemas, na chuva, para o patógeno 1, a mata apresentou maior número de isolados positivos (20%). Na seca, mata, 1-F e 8-iLPF para o patógeno 1, foram os que apresentaram maior número de positivos (25%). Dentre as épocas avaliadas, a seca teve mais bactérias antagonistas, e o tratamento 8-iLPF apresentou melhores resultados. O que demonstra possibilidade de encontrar um controlador biológico à Fusarium spp. neste sistema. Os sistemas mais biodiversos parecem favorecer o equilíbrio entre os microrganismos (antagonismo), o que pode reduzir ação do Fusarium spp. no capim Marandu. Isso deve ser evidenciado em análises posteriores com testes in vivo, a fim de comprovar e desenvolver novas biotecnologias. Palavras-chave: controle biológico, forragem, microbiologia

    Microbiologia de solos em modelos de restauração ecológica: biodiversidade e potencial biotecnológico.

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    O uso inadequado dos recursos naturais advindo de atividades agrícolas intensivas pode provocar processo de degradação ambiental sem precedentes, podendo ocasionar o esgotamento dos recursos naturais e consequentemente a perda da biodiversidade. O Mato Grosso engloba parte dos biomas com incalculável valor de biodiversidade. O norte do estado é considerado uma região de ecótono entre os biomas Cerrado/Amazônia e se encontra na área de expansão da fronteira agrícola, o que pode provocar impactos ambientais negativos. Técnicas que minimizem o impacto decorrente do uso e manejo do solo vêm sendo estudadas e aplicadas para minimizar os efeitos da degradação ambiental, pois ela altera a produtividade biológica e afeta a sustentabilidade (Nunes et al. 2012). O estabelecimento de plantas e o consequente aumento da cobertura vegetal podem favorecer melhorias nas propriedades químicas, físicas e microbiológicas do solo (Veloso et al., 2010; Nunes et al., 2012; Araújo et al., 2013). Os microrganismos estão intimamente associados aos processos ecológicos do ambiente, recuperando formas de energia e nutrientes (Souza et al., 2013). Assim, apresentam grande potencial para serem utilizados como indicadores da qualidade do solo durante o processo de restauração ecológica, além do potencial de uso de suas características benéficas de forma a favorecer o estabelecimento e permanência da vegetação implantada. De acordo com DeGrood et al. (2005), para que projetos de restauração sejam eficientes devem estar associados a regeneração da comunidade microbiana. Assim, a proposta de estudar as comunidades fúngica e bacteriana do solo no ecótono Cerrado/Amazônia em modelos de restauração ecológica contribuirá para compreender as mudanças provocadas em seu habitat e o seu impacto nas propriedades do solo, visto que os microrganismos são parte integrante da sustentabilidade do meio ambiente, além de servir como indicador do potencial de uso, produtividade e sustentabilidade do ecossistema. Dessa forma, isolar, explorar e preservar a biodiversidade fúngica e bacteriana e entender como esses microrganismos respondem às alterações ambientais pode auxiliar no melhor entendimento deste nicho ecológico e dar suporte a pesquisas que visam a bioprospecção de microrganismos com potencial biotecnológico na área agrícola, além de servir como parâmetro para avaliar o progresso da restauração ecológica em cada estratégia utilizada
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