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ArritmogĂŞnese
As arritmias cardĂacas sao o resultado de qualquer distĂşrbio na geraçao ou conduçao do impulso, ocorrendo de forma isolada ou em combinaçao. Com a utilizaçao de microeletrodos, consegue-se registrar uma diferença de potencial entre o interior da fibra cardĂaca e a soluçao nutriente onde ela se encontra, denominado potencial de repouso da membrana. ApĂłs a ativaçao da cĂ©lula cardĂaca por um estĂmulo externo, surgem variaçoes significativas no seu estado elĂ©trico, divididas em fases distintas, cujo conjunto Ă© chamado de potencial de açao da membrana. Determinadas cĂ©lulas cardĂacas tĂŞm capacidade de iniciar potenciais de açao espontaneamente e sao designadas como cĂ©lulas automáticas. A conduçao do impulso assim gerado se faz fibra a fibra e sua velocidade varia amplamente nos diversos tecidos cardĂacos, dependendo do tipo de resposta obtido: lenta ou rápida. As enfermidades podem transformar fibras rápidas em fibras lentas, ao alterar as correntes iĂ´nicas, normalmente existentes nas cĂ©lulas do coraçao. As arritmias podem surgir por modificaçoes do seu automatismo normal, originando batimentos ou ritmos de escape, passivos ou ativos; quando cĂ©lulas nao automáticas mostram atividade elĂ©trica espontânea, geram distĂşrbios do ritmo por automatismo anormal. Se uma fibra cardĂaca com propriedades automáticas Ă© rodeada por áreas que apresentam bloqueios de entrada e saĂda, provoca uma alteraçao chamada parasistolia. O potencial transmembrana tem a capacidade de apresentar oscilaçoes, durante ou no final da repolarizaçao (pĂłs-despolarizaçoes) que, se forem suficientemente amplas e repetitivas, podem originar arritmias por atividade deflagrada. A progressao do impulso atravĂ©s do coraçao pode encontrar uma área onde exista conduçao lenta e bloqueio unidirecional, permanecendo neste local, durante um tempo suficientemente longo para que possa novamente reexcitá-lo, induzindo arritmias por reentrada. O fenĂ´meno de reentrada poderá ocorrer pela presença de um obstáculo anatĂ´mico, funcional, por anisotropia ou por adiçao
ArritmogĂŞnese
As arritmias cardĂacas sao o resultado de qualquer distĂşrbio na geraçao ou conduçao do impulso, ocorrendo de forma isolada ou em combinaçao. Com a utilizaçao de microeletrodos, consegue-se registrar uma diferença de potencial entre o interior da fibra cardĂaca e a soluçao nutriente onde ela se encontra, denominado potencial de repouso da membrana. ApĂłs a ativaçao da cĂ©lula cardĂaca por um estĂmulo externo, surgem variaçoes significativas no seu estado elĂ©trico, divididas em fases distintas, cujo conjunto Ă© chamado de potencial de açao da membrana. Determinadas cĂ©lulas cardĂacas tĂŞm capacidade de iniciar potenciais de açao espontaneamente e sao designadas como cĂ©lulas automáticas. A conduçao do impulso assim gerado se faz fibra a fibra e sua velocidade varia amplamente nos diversos tecidos cardĂacos, dependendo do tipo de resposta obtido: lenta ou rápida. As enfermidades podem transformar fibras rápidas em fibras lentas, ao alterar as correntes iĂ´nicas, normalmente existentes nas cĂ©lulas do coraçao. As arritmias podem surgir por modificaçoes do seu automatismo normal, originando batimentos ou ritmos de escape, passivos ou ativos; quando cĂ©lulas nao automáticas mostram atividade elĂ©trica espontânea, geram distĂşrbios do ritmo por automatismo anormal. Se uma fibra cardĂaca com propriedades automáticas Ă© rodeada por áreas que apresentam bloqueios de entrada e saĂda, provoca uma alteraçao chamada parasistolia. O potencial transmembrana tem a capacidade de apresentar oscilaçoes, durante ou no final da repolarizaçao (pĂłs-despolarizaçoes) que, se forem suficientemente amplas e repetitivas, podem originar arritmias por atividade deflagrada. A progressao do impulso atravĂ©s do coraçao pode encontrar uma área onde exista conduçao lenta e bloqueio unidirecional, permanecendo neste local, durante um tempo suficientemente longo para que possa novamente reexcitá-lo, induzindo arritmias por reentrada. O fenĂ´meno de reentrada poderá ocorrer pela presença de um obstáculo anatĂ´mico, funcional, por anisotropia ou por adiçao
Eletrocardiografia de alta resoluçao: técnica, indicaçoes, resultados e significado prognóstico
Considera-se que o mecanismo de reentrada seja responsável pelo desencadeamento de arritmias ventriculares espontâneas, em um nĂşmero considerável de situaçoes clĂnicas. A tĂ©cnica nao-invasiva, para o registro de sua manifestaçao, com alta sensibilidade, Ă© a eletrocardiografia de alta resoluçao: o traçado obtido atravĂ©s das derivaçoes ortogonais de Frank Ă© amplificado, filtrado e promediado, permitindo a detecçao de potenciais tardios, expressao gráfica de reentrada intramiocárdica, quando presente no coraçao, com o paciente em ritmo sinusal. Este registro somente Ă© conseguido, utilizando-se equipamento computadorizado que apresenta grande capacidade de reduçao de ruĂdos indesejáveis, alĂ©m de outras caracterĂsticas. Indica-se o estudo quando existem arritmias ventriculares complexas, manifestando-se durante a evoluçao de muitas cardiopatias, onde a reentrada Ă© o mecanismo de origem mais provável. Dentre elas, pode-se citar: enfermidade arterial coronária, aguda ou crĂ´nica, quando Ă© possĂvel prever a ocorrĂŞncia futura de eventos arritmicos graves ou a predisposiçao Ă morte sĂşbita; taquicardia ventricular repetitiva idiopática; sĂncopes de origem desconhecida; sobreviventes de morte sĂşbita cardĂaca; apĂłs transplante cardĂaco, para a detecçao de sinais precoces de rejeiçao. A eletrocardiografia promediada prossegue em contĂnuo desenvolvimento: equipamentos mais aperfeiçoados, novos algoritmos com soluçoes para questoes mais complexas estarao disponĂveis no futuro prĂłximo, beneficiando um maior nĂşmero de pacientes
Extra-sĂstoles ventriculares: quando e como tratá-las
Iniciar o tratamento com antiarrĂtmicos em portadores de extra-sĂstoles ventriculares pode ser uma questao bem difĂcil, algumas vezes polĂŞmica, dependendo das circunstâncias. Os batimentos ectĂłpicos ventriculares prematuros sao a manifestaçao mais comum dos distĂşrbios do ritmo cardĂaco, surgindo freqĂĽentemente em pessoas sadias. Esta decisao deve-se basear na presença de sintomas limitantes, alteraçoes estruturais cardĂacas e comprometimento da funçao contrátil ventricular. Os mecanismos eletrofisiolĂłgicos responsáveis pelo aparecimento das contraçoes ventriculares precoces sao: parasistolia, reentrada e atividade deflagrada. Cada um deles apresenta caracterĂsticas definidas, tanto na sua demonstraçao experimental, como na sua exteriorizaçao eletrocardiográfica. A investigaçao completa do paciente com extra-sĂstoles ventriculares compreende: histĂłria clĂnica, exame fĂsico, eletrocardiograma (em repouso, ambulatorial e durante esforço), ecocardiograma, radioisĂłtopos, ressonância magnĂ©tica e eletrocardiografia de alta resoluçao. Raramente, utiliza-se: cineangiocoronariografia, cineventriculografia e estudo eletrofisiolĂłgico intracardĂaco. Serao medicados com antiarrĂtmicos somente os casos com lesao cardĂaca evidente. Incluem-se nesta situaçao: determinadas cardiopatias congĂŞnitas, valvopatias, miocardiopatias e insuficiĂŞncia coronária (aguda ou crĂ´nica). Existindo grande risco de morte sĂşbita e sendo a arritmia cardĂaca refratária, há necessidade do emprego de mĂ©todos terapĂŞuticos nao farmacolĂłgicos. Os principais medicamentos antiarrĂtmicos recomendados sao: amiodarona, propafenona, sotalol, quinidina, procainamida, mexiletine, disopiramida, flecainida, verapamil e difenil-hidantoĂna. A lidocaĂna Ă© a Ăşnica medicaçao exclusivamente de uso parenteral. O emprego destes fármacos pode provocar o aparecimento de novos distĂşrbios do ritmo ou agravamento das alteraçoes prĂ©-existentes, principalmente quando a funçao ventricular encontra-se gravemente comprometida. Portanto, deve-se prescrever apropriadamente os antiarrĂtmicos, identificar as condiçoes clĂnicas do seu aparecimento e evitar, tanto quanto possĂvel, associaçoes de medicamentos
Fulguraçao endocavitária com choques elétricos de alta energia na taquicardia ventricular incessante
A taquicardia ventricular incessante, definida como aquela com duraçao superior a 24 horas, freqĂĽĂŞncia acima de 120 sĂstoles por minuto, refratária Ă cardioversao elĂ©trica e aos antiarrĂtmicos disponĂveis, Ă© uma arritmia rara e grave, que pode culminar com a morte, se nao for tratada agressivamente. Sao mostrados os resultados imediatos e evoluçao clĂnica de 6 pacientes portadores deste distĂşrbio, com idade mĂ©dia de 57 anos, sendo 5 do sexo masculino, tratados por fulguraçao endocavitária com choques elĂ©tricos de alta energia. Em 3, havia miocardiopatia chagásica crĂ´nica; os demais apresentavam infarto do miocárdio cicatrizado, sendo um deles com artĂ©rias coronárias normais. A taquicardia ventricular teve duraçao mĂ©dia de 9,8 dias, refratária Ă lidocaĂna, procainamida, propafenona, amiodarona, difenil-hidantoĂna, potássio e magnĂ©sio, administrados por via venosa e a cardioversoes elĂ©tricas (92 tentativas) ou estimulaçao artificial endocavitária. O mapeamento eletrofisiolĂłgico localizou a origem da taquicardia, nas seguintes regioes: inferior do ventrĂculo esquerdo, em 3; Ănfero-apical do ventrĂculo esquerdo, em 2; Ănfero-lateral do ventrĂculo esquerdo, em 1. Foram aplicados 2 choques em cada paciente, com intensidade que variou entre 100 e 300J (mĂ©dia de 195,8J). Em 2 casos, foi necessária uma nova sessao de ablaçao, sendo aplicados 4 choques (entre 200 e 300J). Houve reversao da arritmia em todos, sem complicaçoes. Um dos pacientes faleceu 6 meses apĂłs o procedimento, por complicaçoes d
InfluĂŞncia da dispersao da refratariedade atrial e do distĂşrbio da conduçao atrial na induçao de fibrilaçao ou flutter atrial em indivĂduos com sĂndrome de Wolff-Parkinson-White*,**
Para avaliar a influĂŞncia da dispersao da refratariedade atrial e distĂşrbio da conduçao atrial na induçao de fibrilaçao ou flutter atrial na sĂndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) , revimos os resultados de estudo eletrofisiolĂłgico de36 indivĂduos, portadores desta sĂndrome, sem cardiopatia orgânica, consecutivamente avaliados em nossa instituiçao. A populaçao foi dividida em dois grupos: grupo A, 13 indivĂduos (36%) com fibrilaçao ou flutter atrial induzido e, grupo B, 23 indivĂduos (64%) sem estas arritmias induzidos artificialmente. Nao houve diferença estatisticamente significativa, comparando-se grupo A versus grupo B, com relaçao aos seguintes parâmetros: idade (34±14 vs., 33±14a, p = 0,85); intervalo PA (34±6 vs., 33±6 ms, p = 0,75); intervalo AD-AE (69±12 vs., 70±6 ms, p = 0,83); perĂodo refratário efetivo atrial direito (207±41 vs., 212±45, P = 0,74) e esquerdo (226±36 vs., 226±35 ms, p = 1,00); perĂodo refratário efetivo anterĂłgrado da via acessĂłria (319±1 06 vs., 301 ±63 ms, p = 0,52); tempo de conduçao sino-atrial (164±36 VS., 157±38 ms, p = 0,59) etempo de recuperaçao sinusal corrigido (249±71 vs., 212±61 ms, p = 0,10). A dispersao da refratariedade atrial isolada ou associada a distĂşrbio da conduçao atrial foi observada em 22 indivĂduos (61 %) e, destes, 9 (41 %) tinham fibrilaçao ou flutter atrial induzido artificialmente; em 14 indivĂduos (39%) controles, 4 (29%) tinham tais arritmias induzidas (x2 = 0,58, P = 0,74). Concluindo, a dispersao da refratariedade atrial e/ou distĂşrbio da conduçao atrial nao identificou indivĂduos com WPW com maior propensao Ă induçao de fibrilaçao ou flutter atrial durante estudo eletrofisiolĂłgico
Arritmias ventriculares no infarto agudo do miocárdio
As arritmias cardĂacas sao a complicaçao mais freqĂĽente, na evoluçao do infarto do miocárdio. Quando se originam nos ventrĂculos, manifestam-se em atĂ© 85% dos pacientes. As causas principais destes distĂşrbios sao: alteraçao da eletrofisiologia das cĂ©lulas miocárdicas, devido Ă s variaçoes ocorridas no meio extra-celular; modificaçoes patolĂłgicas relacionadas Ă prĂłpria isquemia das fibras; alteraçao da geometria do ventrĂculo esquerdo. Os mecanismos eletrofisiolĂłgicos envolvidos em sua gĂŞnese sao: a reentrada (conduçao extremamente lenta do impulso no sentido endo/epicárdio, na fase inicial do infarto; formaçao de ilhas com grupos celulares sobreviventes, circundadas por tecido fibroso, na fase tardia) e o hiperautomatismo (aceleraçao das propriedades automáticas das fibras de Purkinje isquĂŞmicas). Alguns fatores podem contribuir para aumentar a incidĂŞncia. Dentre eles, citamse: o tempo decorrido desde o inĂcio do acidente agudo e o tamanho do infarto. As arritmias ventriculares observadas sao: ritmo idioventricular acelerado; extra-sĂstoles ventriculares, isoladas ou complexas; taquicardia ventricular, sustentada ou nao, com uma sĂł morfologia ou entao, polimĂłrficas; flutter ou fibrilaçao ventriculares. O tratamento das alteraçoes do ritmo cardĂaco compreende: medidas gerais, como a correçao do desequilĂbrio ácido-básico, da hipopotassemia, reduçao da isquemia miocárdica e controle da insuficiĂŞncia cardĂaca; o uso de fármacos antiarrĂtmicos, como a lidocaĂna e a procainamida; a utilizaçao de dispositivos elĂ©tricos, como o marcapasso cardĂaco externo provisĂłrio e o desfibrilador; a abordagem cirĂşrgica, para a ressecçao de aneurismas ou de áreas especĂficas que geram arritmias ventriculares sustentadas persistentes
Arritmias ventriculares no infarto agudo do miocárdio
As arritmias cardĂacas sao a complicaçao mais freqĂĽente, na evoluçao do infarto do miocárdio. Quando se originam nos ventrĂculos, manifestam-se em atĂ© 85% dos pacientes. As causas principais destes distĂşrbios sao: alteraçao da eletrofisiologia das cĂ©lulas miocárdicas, devido Ă s variaçoes ocorridas no meio extra-celular; modificaçoes patolĂłgicas relacionadas Ă prĂłpria isquemia das fibras; alteraçao da geometria do ventrĂculo esquerdo. Os mecanismos eletrofisiolĂłgicos envolvidos em sua gĂŞnese sao: a reentrada (conduçao extremamente lenta do impulso no sentido endo/epicárdio, na fase inicial do infarto; formaçao de ilhas com grupos celulares sobreviventes, circundadas por tecido fibroso, na fase tardia) e o hiperautomatismo (aceleraçao das propriedades automáticas das fibras de Purkinje isquĂŞmicas). Alguns fatores podem contribuir para aumentar a incidĂŞncia. Dentre eles, citamse: o tempo decorrido desde o inĂcio do acidente agudo e o tamanho do infarto. As arritmias ventriculares observadas sao: ritmo idioventricular acelerado; extra-sĂstoles ventriculares, isoladas ou complexas; taquicardia ventricular, sustentada ou nao, com uma sĂł morfologia ou entao, polimĂłrficas; flutter ou fibrilaçao ventriculares. O tratamento das alteraçoes do ritmo cardĂaco compreende: medidas gerais, como a correçao do desequilĂbrio ácido-básico, da hipopotassemia, reduçao da isquemia miocárdica e controle da insuficiĂŞncia cardĂaca; o uso de fármacos antiarrĂtmicos, como a lidocaĂna e a procainamida; a utilizaçao de dispositivos elĂ©tricos, como o marcapasso cardĂaco externo provisĂłrio e o desfibrilador; a abordagem cirĂşrgica, para a ressecçao de aneurismas ou de áreas especĂficas que geram arritmias ventriculares sustentadas persistentes
Disfunçao do nĂłdulo sino-atrial: ClĂnica e terapĂŞutica
Disfunçao do nĂłdulo sino-atrial Ă© a incapacidade apresentada pelo coraçao em manter uma freqĂĽĂŞncia adequada Ă s necessidades orgânicas, provocando sintomas, devido ao fluxo sangĂĽĂneo diminuĂdo. Habitualmente, a reduçao da freqĂĽĂŞncia cardĂaca se manifesta no eletrocardiograma (ECG) como: bradicardia sinusal persistente, bloqueio sino-atrial de 2QÂş grau, pausas ou paradas sinusais passageiras, ritmos de escape passivos, juncionais ou idioventriculares, flutler ou fibrilaçao atriais com resposta ventricular lenta e sĂndrome bradicardia-taquicardia. Todos estes distĂşrbios devem surgir sem a utilizaçao de agentes farmacolĂłgicos bradicardizantes. Os principais sintomas referidos sao: sĂncopes, prĂ©-sĂncopes,lipotĂmias, tonturas, palpitaçoes, insuficiĂŞncia cardĂaca congestiva, edema agudo de pulmao e agravamento de quadros anginosos. A investigaçao diagnĂłstica compreende: histĂłria clĂnica, ECG (em repouso, ambulatorial e de esforço), testes da funçao autonĂ´mica, incluindo a massagem do seio carotĂdeo e avaliaçao dos parâmetros eletrofisiolĂłgicos do nĂłdulo sino-atrial. A evoluçao natural desta enfermidade Ă© lenta e episĂłdica: a bradicardia persiste por perĂodos prolongados de tempo, atĂ© a apariçao dos sintomas. O prognĂłstico geralmente Ă© benigno; entretanto, podem surgir complicaçoes graves, potencialmente letais: fenĂ´menos embĂłlicos sao comuns, quando existe fibrilaçao atrial paroxĂstica. A sĂncope do seio carotĂdeo Ă© causada por reflexo barorreceptor exagerado, ocasionando assistolias prolongadas, apĂłs manobras provocativas mĂnimas sobre a bifurcaçao da artĂ©ria carĂłtida comum; pode ser subdividida em dois tipos: cardioinibitĂłria e vasodepressora. O uso de fármacos com açao aceleradora da freqĂĽĂŞncia cardĂaca, na disfunçao do nĂłdulo sino-atrial, nao produz resultados satisfatĂłrios e conduz, precocemente, ao aparecimento de efeitos secundários. Nos casos sintomáticos o tratamento ideal Ă© o implante de marcapasso artificial definitivo; de acordo com as circunstâncias, pode-se utilizar gerador unicameral com eletrodo estimulador posicionado em átrio ou dispositivo de dupla câmara, com ou sem modulaçao de freqĂĽĂŞncia. Na miocardiopatia chagásica crĂ´nica, Ă© relativamente comum a presença de disfunçao do nĂłdulo sino-atrial, sendo acompanhada, na maioria dos casos, por lesoes extensas do sistema de conduçao; apesar de todas as medidas terapĂŞuticas, farmacolĂłgicas ou nao, existe progressao contĂnua no comprometimento muscular cardĂaco, evoluindo, apĂłs um intervalo de tempo variável, para fibrilaçao ventricular ou insuficiĂŞncia cardĂaca refratária
Estimulação cardĂaca com tele-anodo: uma nova tĂ©cnica para estimulação elĂ©trica do coração Cardiac stimulation with tele-anode: a new technique for electrical pacing of the heart
Os geradores unipolares, unicâmara, ou dupla-câmara podem ser inibidos, ou deflagrados por ação de miopotenciais esquelĂ©ticos. Na experiĂŞncia dos autores, estas complicações ocorrem em mais de 70% dos casos. Os geradores bipolares apresentam o risco potencial de provocar arritmias graves, complicação tambĂ©m observada pelos autores. Preocupados com essa situação, os autores idealizaram um tipo de estimulação com o cátodo ligado ao coração e o ânodo longe do gerador e longe do coração e, por isso, o denominaram "tele-anodo". D. Kormann e J. PachĂłn tiveram a idĂ©ia de posicioná-lo na regiĂŁo esternal. Um dos autores (D. Kormann) idealizou e construiu dois sistemas de tele-anodos esternais e intravasculares. Os esternais podem ser espirais, ou cilĂndricos. Na tĂ©cnica proposta, os autores utilizaram, para estimulação unicâmara, em átrio ou ventrĂculo, um gerador multiprogramável, bipolar, convencional, com eletrodo unipolar em átrio, ou ventrĂculo, ligado ao seu polo negativo e o tele-anodo, de preferĂŞncia esternal, conectado ao polo positivo. Para estimulação dupla-câmara, o mesmo autor idealizou um gerador com trĂŞs receptáculos. AtĂ© março de 1986, foram implantados marcapassos com tele-anodo em 62 pacientes, sendo que 57 receberam tele-anodos esternais (51 espirais e 6 cilĂndricos) e 5 tele-anodos intravasculares. Os geradores utilizados foram de vários fabricantes, sendo 35 VII, M, 23 DDD, M, 3 AAI, M e 1 VVI, OB. Em todos os casos, as medidas per e pĂłs-operatĂłrias foram muito semelhantes Ă s convencionais. NĂŁo houve nenhuma complicação diretamente relacionada com a tĂ©cnica proposta. Sessenta e um pacientas com tele-anodo, examinados na clĂnica de marcapasso, apresentaram condições normais. Concluem os autores que a estimulação cardĂaca com tele-anodo diminui, significativamente, as complicações existentes em sistemas unipolares e bipolares.<br>Unipolar pulse generators, either single or dual chamber, can be inhibited or reverted to the asynchronous mode, by skeletal muscle myopotentials. Dual chamber pacemakers may even stimulate the ventricle at the upper rate limit because of myopotential sensing via the atrial channel. A unipolar anti-tachycardia generator may be triggered by myopotentials to provoke an arrhythmia. During bipolar implanted pacing, episodic ventricular tachycardia has been induced in three patients with Chagasic cardiomyopathy and anodal stimulation has been shown to be the cause. Both unipolar and bipolar stimulation modes present problems. A stimulation mode with the cathode intracardiac and the anode remote from the generator and the patient's heart, called "tele-anode" was developed to be implanted in the presternal area or in venous system and avoid pacemaker triggering and inhibition. The subcutaneous "tele-anode" may be a spiral or a cylinder while an intravascular "tele-anode" may be positioned in the superior or inferior vena cava. Until March, 1986, 62 patients underwent "tele-anode" implantation, 57 at the sternum (51 spiral and 6 cylindrical) and 5 intramuscular. Thirty five generators were single chamber ventricular inhibited, 23 were dual chamber, 3 were atrial inhibited and 1 ventricular anti-tachycardia. In all cases the stimulation thresholds and electrogram characteristics were similar between intracardiac cathode and "tele-anode" and cathode and the puise generator site. Only electromyographic signals were consistently attenuated. One patient with an intravascular "tele-anode" died postoperatively of ventricular arrhythmias and one required ventricular lead repositioning. The 61 living patients, followed from one to twenty-one months, have shown no inhibition, triggering or noise mode reversion at nominal sensitivity setting. The authors conclude that pacemakers implanted with "tele-anode" show a clear evidence of decrease of associated complications, inherent to the conventional unipolar and bipolar cardiac stimulation system